A versão mais conhecida da origem do diamante é a do historiador Richard Kurin, que acredita que o valioso objeto foi adquirido em 1666, pelo comerciante francês Jean-Baptiste Tavernier, que o levou para Paris.
Este diamante azul também é relacionado a lenda que foi utilizado para decorar os olhos da estátua da deusa Sita, que remete à boa fortuna, prosperidade, sucesso, felicidade, irada e adorada por todos os mineiros da região de “Kollur” perto do rio “Krishina, na Índia.
A lenda conta que após o roubo da joia na Índia, os nativos colocaram uma espécie de maldição em todos aqueles que possuíssem a pedra na sequência.
Oriunda da mina de Kollur, no distrito de Guntur, em Andhra Pradesh, a relíquia foi comercializada em meio a outras pedras para o então Luís XIV, o eterno rei sol, da França.
Em 1678, o monarca decidiu esculpir a pedra através de seu joalheiro e construiu um formato diferente. Ela, então, ou a ser conhecida como Diamant Bleu da Couronne de (Diamante Azul da Coroa da França). Na ocasião, o rei costumava utilizá-lo em sua gravata.
O cristal, portanto, permaneceu na realeza sa por mais de um século e foi utilizado tanto por Luís XVI como por Maria Antonieta. Os membros da família real foram presos e as joias, roubadas. Luis e Antonieta foram guilhotinados e a sentença ficou marcada na história.
O Diamante Azul desapareceu em meio ao contexto da França naquela época e ficou décadas sem ter seu paradeiro descoberto. No século XIX, em 1812, a pedra foi encontrada por Daniel Eliason, um comerciante inglês, que a adquiriu de John Francillon.
Por outro lado, Francillon morreu na prisão, enquanto Eliason tirou a própria vida. Antes disso, vendeu o valioso objeto para outra figura real: George IV, do Reino Unido.
Contudo, o rei morreu afundado em dívidas e teve boa parte de seus bens vendidos. Entre eles, estava a misteriosa joia, que ou para as mãos do colecionador Henry Philip Hope.
A família Hope colecionava terras, obras de arte, castelos e pedrarias milionárias. Além disso, influenciava o governo e tinha muito poder na Inglaterra e no exterior, porém também perdeu posses.
Com o ar dos anos, o objeto ficou em posse de Lord Francis Hope, que também teve um fim trágico. Ele se endividou e teve que vender tudo, inclusive a peça, por causa de uma aposta mal-sucedida em uma corrida de cavalos.
Em 1894, May Yohé se casou com Lord Francis Hope e tornou-se proprietária do Diamante Hope. Depois da separação do casal, May roteirizou um seriado de 15 capítulos, em 1921, intitulado 'The Romance of the Hope Diamond'.
A série dirigida por Stuart Paton, contou a história do famoso diamante. A maldição da peça também chegou à vida da escritora, que morreu em 1938 na miséria.
A joalheria Joseph Frankel's Sons, de Nova York, adquiriu a pedra, que novamente daria sinais de sua 'maldição'. Em pouco tempo, a companhia decretou falência.
Em 1908, a fama de amaldiçoada da joia ou a ganhar destaque nas reportagens de grandes jornais e periódicos da época. No Washington Post, um artigo foi publicado com o título de: “O diamante da esperança trouxe problemas a todos os que o possuíam.'
Com a má fama, o valor da joia despencou, mas os irmãos Cartier, de Paris, a compraram. Ambos revenderam a pedra por uma quantia milionária, misturando a origem verdadeira com outros elementos para fazer com que o rico casal Evalyn e Ned McLean a adquirisse, em 1910.
Depois de nove anos ostentando o diamante, a família sofreu um duro golpe com um dos filhos dos Mclean, de apenas 10 anos, morto após um atropelamento em Washington D.C. O ocorrido ganhou destaque na mídia.
As consequências da maldição devastaram a famÃlia, visto que Evalyn enlouqueceu, enquanto Ned perdeu sua fortuna. Ele teve que penhorar a famosa pedra para arrecadar uma quantia e expÃŽs o diamante amaldiçoado para quem quisesse segurá-lo.
A maldição parecia ter chegado ao fim, até que Evie, filha deles, cometeu suicídio. Com mais uma perda, Evalyn logo faleceu, e em seguida o objeto foi vendido para Harry Winston.
Apesar de Winston não acreditar na maldição e atribuí-la à coincidência, doou a peça ao Museu de História Nacional, convencido por George Switzer, mineralogista do Instituto Smithsonian.
A doação aconteceu em 10 de novembro de 1958 por meio de uma caixa simples de correio. Desde então, a peça segue no Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos. Duas décadas após a doação, Winston morreu de um ataque cardíaco.
“Desde a chegada do Diamante Hope, a Coleção Nacional de Gemas tem crescido constantemente em tamanho e estatura e hoje é considerada por muitos como a melhor exibição pública de gemas do mundo. Para o Smithsonian, o diamante Hope obviamente tem sido uma fonte de boa sorte”, disse o curador Jeff Post.