ANTÍDOTO INÉDITO

A incrível história do homem que levou mais de 200 picadas de cobra


Após 856 autoimunizações, feitas por conta própria, ele acumulou resistência a dezenas de espécies e se tornou peça-chave no desenvolvimento de um novo soro antiofídico

Por Amanda S. Feitoza
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Loucura ou paixão?

Imagine conviver com diversas espécies de cobras venenosas. Agora, se oferecer como cobaia para encontrar um antídoto universal contra os venenos mais letais do mundo? Essa é a realidade de Tim Friede, um norte-americano cuja paixão por cobras o levou a uma jornada extraordinária e potencialmente salvadora.

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856 autoimunizações

Ao longo de 18 anos, o ex-mecânico de caminhão tomou uma decisão audaciosa: permitir e até mesmo incentivar a mordida de cobras letais. Sua motivação? Desenvolver uma tolerância natural ao veneno. Essa busca pela hiperimunização, realizada de forma independente, parecia uma loucura arriscada.

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Sofrendo na pele

As consequências dessa jornada não foram fáceis. Tim Friede enfrentou diversos efeitos colaterais graves, como febre alta, convulsões e enjoos. Cada mordida era um risco, mas sua determinação em encontrar um antídoto o impulsionava a continuar

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A descoberta científica

A persistência de Friede chamou a atenção de cientistas da Centivax. Ao analisarem seu sangue, os pesquisadores fizeram uma descoberta crucial: dois anticorpos produzidos naturalmente pelo corpo do colecionador de cobras pareciam neutralizar o veneno.

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Construindo o antídoto

Com base nesses anticorpos, os cientistas desenvolveram um coquetel experimental utilizando uma metodologia de 'adição iterativa'. O processo envolvia neutralizar as toxinas mais abundantes primeiro e, gradualmente, adicionar componentes para combater outras toxinas letais

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Bloqueando o efeito paralisante

A análise detalhada dos anticorpos revelou um mecanismo de ação promissor: eles eram capazes de impedir o efeito paralisante característico do veneno de diversas cobras perigosas. Essa descoberta abriu caminho para testes mais aprofundados

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Testes em camundongos: resultados iniciais

Os testes in vivo foram realizados em camundongos, istrando o coquetel ou seus componentes antes ou logo após a injeção do veneno. Os resultados foram encorajadores, com os cientistas monitorando a sobrevivência dos animais

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Foco nas cobras mais perigosas

O estudo se concentrou em cobras da família Elapidae, que inclui espécies altamente venenosas como mambas, cobra do cabo, cobra indiana, taipans e krais. Foram selecionadas 19 espécies com venenos de alta potência e grande risco para a saúde humana, representando diversidade genética e distribuição geográfica

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Proteção promissora

A pesquisa demonstrou que o anticorpo isolado já oferecia uma proteção significativa contra as principais toxinas letais. Surpreendentemente, ele se mostrou eficaz mesmo quando istrado 10 minutos após a injeção do veneno nos testes com camundongos

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Cautela e próximos os da pesquisa

Apesar dos resultados promissores em camundongos, os pesquisadores alertam para a necessidade de cautela. Picadas de cobra em humanos podem envolver doses maiores de veneno, e a fisiologia dos camundongos é diferente da humana

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Bons resultados e perspectivas

No entanto, este estudo representa um avanço importante na identificação dos componentes letais do veneno e na busca por um método sistemático para neutralizá-los, impulsionado pela incrível jornada de Tim Friede.

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