Imagine conviver com diversas espécies de cobras venenosas. Agora, se oferecer como cobaia para encontrar um antídoto universal contra os venenos mais letais do mundo? Essa é a realidade de Tim Friede, um norte-americano cuja paixão por cobras o levou a uma jornada extraordinária e potencialmente salvadora.
Reprodução/PixabayAo longo de 18 anos, o ex-mecânico de caminhão tomou uma decisão audaciosa: permitir e até mesmo incentivar a mordida de cobras letais. Sua motivação? Desenvolver uma tolerância natural ao veneno. Essa busca pela hiperimunização, realizada de forma independente, parecia uma loucura arriscada.
Reprodução/PixabayAs consequências dessa jornada não foram fáceis. Tim Friede enfrentou diversos efeitos colaterais graves, como febre alta, convulsões e enjoos. Cada mordida era um risco, mas sua determinação em encontrar um antídoto o impulsionava a continuar
Reprodução/PixabayA persistência de Friede chamou a atenção de cientistas da Centivax. Ao analisarem seu sangue, os pesquisadores fizeram uma descoberta crucial: dois anticorpos produzidos naturalmente pelo corpo do colecionador de cobras pareciam neutralizar o veneno.
Divulgação/Lucas BustamanteCom base nesses anticorpos, os cientistas desenvolveram um coquetel experimental utilizando uma metodologia de 'adição iterativa'. O processo envolvia neutralizar as toxinas mais abundantes primeiro e, gradualmente, adicionar componentes para combater outras toxinas letais
Reprodução/PixabayA análise detalhada dos anticorpos revelou um mecanismo de ação promissor: eles eram capazes de impedir o efeito paralisante característico do veneno de diversas cobras perigosas. Essa descoberta abriu caminho para testes mais aprofundados
Reprodução/PixabayOs testes in vivo foram realizados em camundongos, istrando o coquetel ou seus componentes antes ou logo após a injeção do veneno. Os resultados foram encorajadores, com os cientistas monitorando a sobrevivência dos animais
Reprodução/PixabayO estudo se concentrou em cobras da família Elapidae, que inclui espécies altamente venenosas como mambas, cobra do cabo, cobra indiana, taipans e krais. Foram selecionadas 19 espécies com venenos de alta potência e grande risco para a saúde humana, representando diversidade genética e distribuição geográfica
Reprodução/PixabayA pesquisa demonstrou que o anticorpo isolado já oferecia uma proteção significativa contra as principais toxinas letais. Surpreendentemente, ele se mostrou eficaz mesmo quando istrado 10 minutos após a injeção do veneno nos testes com camundongos
Alfonso Castro/UnsplashApesar dos resultados promissores em camundongos, os pesquisadores alertam para a necessidade de cautela. Picadas de cobra em humanos podem envolver doses maiores de veneno, e a fisiologia dos camundongos é diferente da humana
Reprodução/PixabayNo entanto, este estudo representa um avanço importante na identificação dos componentes letais do veneno e na busca por um método sistemático para neutralizá-los, impulsionado pela incrível jornada de Tim Friede.
Mateusz Bajdak/Unsplash