EXPOSIÇÃO

Exposição mostra roupas que vítimas de estupro usavam


'A culpa é minha?' ficou em exposição em Bruxelas, capital da Bélgica, em 2018, e exibiu vestimentas de vítimas de abuso sexual no momento do crime

Por Bianca Lucca
Reprodução/Facebook/CCM - Centre Communautaire Maritime

Exposição

Em 2018, a mostra 'A culpa foi minha?', em Bruxelas (Bélgica), exibiu roupas usadas por vítimas de estupro, incluindo trajes discretos e pijamas, para combater a crença de que a vestimenta influencia a violência sexual

Reprodução/Facebook/CCM - Centre Communautaire Maritime

Mito da roupa

O objetivo da exposição era derrubar a ideia de que o estupro ocorre devido à maneira como a vítima se veste. Um pijama, um vestido infantil e uma fralda faziam parte da mostra

Reprodução/Facebook/CCM - Centre Communautaire Maritime

Baixa denúncia

Em 2015, apenas 10% dos estupros na Bélgica eram denunciados à polícia, e somente um em cada dez casos resultava em condenação

Reprodução/Facebook/CCM - Centre Communautaire Maritime

Responsabilidade

A exposição reforça que a única pessoa responsável pelo estupro é o próprio estuprador, e não a vítima ou sua vestimenta

Reprodução/Facebook/CCM - Centre Communautaire Maritime

Novos anos, mesmos problemas

A proposta da exposição viralizou nas redes sociais nas últimas semanas, trazendo novamente à tona o debate sobre a culpabilização de violências sexuais e de gênero

Reprodução/CCNULL

Pesquisa no Brasil

Em 2016, um estudo do Datafolha revelou que mais de um terço dos brasileiros acreditava que mulheres 'que se dão ao respeito' não são estupradas. 30% dos entrevistados concordaram que 'mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada'

Caio Gomez

Casos

Estima-se que aconteça um estupro a cada 8 minutos no Brasil, com apenas 10% dos casos sendo oficialmente registrados. O número real pode chegar a 450 mil ocorrências anuais

pacifico

Distrito Federal

Em 2023, o DF registrou dois estupros a cada 24 horas

editoria de arte

Vítimas

A cada dez vítimas de estupro, quatro são crianças ou adolescentes negras. A maior parte das vítimas tem entre 11 e 17 anos (39,2% dos casos). Quando se tratam de crianças e adolescentes, cerca de 50% dos agressores pertencem ao círculo de convívio familiar da vítima

Fernando Lopes/CB/D.A Press

Atualidade

A exposição, mesmo que antiga, alerta que a realidade continua a mesma e o tema permanece em pauta

Dmytro Sheremeta/Freepik

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