A cada 3 segundos, uma pessoa no mundo desenvolve demência, de acordo com a Alzheimer’s Disease International. Em 2020, havia mais de 55 milhões de casos no mundo, com projeções que indicam que o número de pessoas com demência pode atingir 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050. Atualmente, 60% das pessoas afetadas vivem em países de baixa e média renda, percentual que deve alcançar 71% até 2050.
O aumento de casos de demência representa um desafio de saúde global e, neste contexto, a busca por estratégias de prevenção ganha ainda mais relevância. A prática de exercícios físicos surge como um fator de contribuição para a mitigação e controle de sintomas associados ao Alzheimer, doença que representa cerca de 70% dos casos de demência e tem maior incidência a partir dos 65 anos no Brasil.
Exercícios físicos na prevenção do Alzheimer 35132i
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, e da Universidade Wake Forest, analisaram os impactos do exercício físico no estudo EXERT (Exercício em Adultos com Problemas Leves de Memória). Os resultados demonstram que tanto exercícios de baixa quanto de moderada a alta intensidade ajudaram a manter estável a função cognitiva dos participantes durante 12 meses. Além disso, houve menor perda de volume cerebral em áreas-chave afetadas pelo Alzheimer.
Recomendações para a prática de exercícios contra Alzheimer 2o4wz
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a American College of Sports Medicine (ACSM), a recomendação é de 50 a 300 minutos por semana de atividade aeróbica moderada ou 75 a 150 minutos por semana de atividade aeróbica intensa. Em relação ao treinamento de força, recomenda-se pelo menos 2 vezes por semana, com foco nos principais grupos musculares.
Para aqueles já acometidos pela doença, recomenda-se exercício aeróbico leve a moderado — como caminhadas e natação — de 30 a 45 minutos por sessão, de 3 a 5 vezes por semana. Já os exercícios de força e equilíbrio — como musculação, yoga e pilates — devem ser realizados de 2 a 3 vezes por semana.
“Manter o corpo em movimento pode influenciar positivamente a função cerebral por meio de diversos mecanismos. Observamos que o exercício físico pode ajudar na proteção contra o declínio cognitivo e contribuir para uma melhor qualidade de vida de indivíduos que já manifestam sintomas de demência”, explica Camila Midori, especialista em Exercício Físico da Namu, plataforma de saúde e bem-estar.
Por Mayara Sakumoto