Uma vizinha ia expor umas plantas e, como sabia que o marido de Cláudia tinha madeira em casa, pediu que fizesse um e para os vasos. Depois desse primeiro favor, muitos outros vizinhos aram a fazer encomendas. A madeira que iria para o lixo ou a se transformar em arte.
Nasceu a CJ Artesanatos (@cj.esparaplantas). Hoje, ela tem equipamento, CNPJ e vende para brasilienses e turistas na Torre de TV. "Eu fui gostando muito, virou uma terapia e depois meu trabalho, minha principal fonte de renda", conta.
Cláudia acredita que o trabalho manual com material reciclado está entre os produtos preferidos na capital, e fica feliz de, ao mesmo tempo em que cria e ganha dinheiro, fazer parte de um processo benéfico para o planeta, por meio da sustentabilidade e do uso consciente de materiais.
Couro 5w1427
Casados há 15 anos, os empresários Fernanda e Will Pedrosa também entraram no mundo da criação artesanal por acaso. Em 2012, ele perdeu a carteira e, depois de não encontrar nenhum ório que o agradasse, resolveu criar a própria.
Ali começou a relação com o couro. Os amigos e conhecidos perguntavam de onde era a carteira e, quando descobriam, queriam uma igual. Em 2013, ele criou uma empresa e ou a vender a carteira e outros produtos de uso pessoal, todos feitos em couro e artesanalmente.
Os anos se aram e, em 2018, Fernanda também embarcou nas criações em couro. O casal se uniu também no âmbito profissional e lançou a Bowa (@bowa_co), na qual vende os produtos feitos à mão. É possível comprar desde porta-copos até capas para tablets totalmente personalizados, com nome, iniciais e até mesmo escolhendo a cor do couro e das linhas usadas na costura.
Uma das grandes preocupações dos dois é conscientizar as pessoas sobre a qualidade do couro bovino e deixar claro que o material não precisa ser fruto de crueldade e exploração. "Nenhum material se compara, em termos de qualidade e durabilidade, e é importante divulgar que é uma matéria-prima sustentável, um subproduto da carne que seria descartado. Só usamos couro que podemos rastrear a origem, temos esse cuidado", afirma.
Tecido 5r5a2y
A artista têxtil e designer de produtos Israel Hora cria peças em crochê e outros materiais têxteis, usando todo tipo de tecido e de fios, trabalho que começou durante a pandemia, em 2020.
Ela teve contato com as técnicas e os tecidos enquanto pesquisava sobre o fazer manual feminino e se encantou. "O mundo da criação sempre fez parte da minha vida. Com o ar dos anos, eu me descobri e me desenvolvi como artista, por meio de estudos em residências artísticas, muita pesquisa e trabalho", lembra.
E, para ela, Brasília é sinônimo de formas leves. As curvas e os espaços são, para a artista, lembretes diários para respirar. "As linhas da cidade conversam com os fios que uso para tecer, e o silêncio das entrequadras me faz lembrar do tempo necessário em cada ponto. Assim como Brasília foi sonhada e construída com cuidado, minhas peças também nascem do encontro entre memória e matéria", completa.
A empresária, designer de interiores e de produtos, Eliene Lucindo também cria decoração com tecidos. Ela faz tapetes com fibras naturais, como lã, algodão e sisal, e, eventualmente, aventura-se em materiais diferentes, como o suede do tapete Cores do Planalto.
Fascinada por formas, padrões e desenhos desde criança, ela encontrou no artesanato sua vocação. "O design têxtil veio como uma forma de unir essa paixão com um desejo de criar peças que dialogam com o espaço e a memória afetiva", conta.
O contraste e a geometria de Brasília transformaram a cidade em fonte constante de inspiração. "O horizonte amplo, os tons do cerrado e a arquitetura modernista de Niemeyer influenciam diretamente meu olhar estético. O tapete Cores do Planalto, por exemplo, traduz esse diálogo entre paisagem e urbanismo, explorando a paleta terrosa e os recortes gráficos que remetem às linhas da cidade", completa.
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