
Os cães podem desenvolver viroses em qualquer estação, mas o calor, a umidade do verão junto com o alto fluxo de pessoas e animais proporcionam um ambiente propício para uma maior proliferação de vírus que podem afetar a saúde dos pets, especialmente filhotes e idosos, que têm uma saúde mais vulnerável.
As viroses mais comuns afetam o sistema respiratório e gastrointestinal dos animais, já que, segundo o médico veterinário e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB) Fabio Langsch, o calor acelera a degradação dos alimentos que ficam expostos por longos períodos. "No caso de viagens, a troca abrupta de alimentos ou o consumo de alimentos de origem desconhecida, como carnes e frutas, pode levar o cão a desenvolver gastroenterite, que, em alguns casos, pode evoluir negativamente a ponto de exigir internação", comenta.
Essas doenças, quando não tratadas corretamente, podem levar a complicações graves. A melhor e a mais segura forma de prevenção para que os animais não sofram com as viroses é a vacinação em todas as faixas etárias.
O fato de as viroses se espalharem rapidamente, por meio do contato direto ou indireto com outros animais, fezes, secreções e objetos contaminados, algo comum nas férias e nas viagens, acaba favorecendo o contágio. Por isso, é essencial que todos os cães estejam vacinados conforme a orientação de um profissional, prevenindo a propagação dessas doenças e os riscos que elas representam.
Filhotes e idosos são os mais vulneráveis, devido ao sistema imunológico enfraquecido. "Para filhotes, recomenda-se um esquema de vacinação até as 16 semanas de idade, seguido de reforços periódicos. Até a conclusão do protocolo vacinal, o filhote não deve ser exposto a ambientes externos, pet shops ou eios, pois ainda não estará suficientemente imunizado", recomenda Fabiana Volkweis.
Viroses mais comuns
- Gastroenterite Viral
As altas temperaturas podem causar gastroenterites em cães cujos alimentos ficam expostos por longos períodos ao sol, afirma o veterinário Fabio Langsch. "No caso de viagens, a troca abrupta de comida ou o consumo de alimentos de origem desconhecida, como carnes e frutas, pode levar o cão a desenvolver gastroenterite, que, em alguns casos, pode evoluir negativamente a ponto de exigir internação." A qualidade da água e da comida também são fatores de risco para intoxicação alimentar e devem ser observadas.
- Parvovirose
De acordo com Fabiana Volkweis, professora de medicina veterinária do Ceub, a doença viral que apresenta maior resistência ao calor é a parvovirose, que pode permanecer no ambiente por longos períodos, variando de meses a anos, dependendo da exposição ao sol. "A parvovirose é uma enfermidade altamente contagiosa, e cães não vacinados que entram em contato com esses vírus podem desenvolver sintomas graves, com risco de óbito", alerta a veterinária.
- Cinomose
Uma doença viral altamente contagiosa e perigosa, podendo afetar o sistema nervoso dos cães em estágio mais avançado. Normalmente, os primeiros sintomas observados se referem ao sistema digestivo, como diarreias e vômitos, avançando para secreções nasais e oculares.
- Conjuntivite viral
Assim como nos humanos, os animais estão vulneráveis ao contágio de conjuntivite. Os sintomas surgem a partir de irritações nos olhos, e as principais causas variam desde a poluição do ambiente, muitas vezes adquiridas em áreas externas, como em viagens e eios, contato com fungos, bactérias, até a imunidade enfraquecida por conta de outras doenças.
- Gripe canina
Por ser um vírus respiratório, o contágio é comum em locais de grande circulação, como parques. Se o animal apresenta dificuldade para respirar, tosses, espirros e secreção nasal, ele provavelmente foi contaminado pelo vírus influenza, o mesmo que adoece os humanos, porém com subtipos que atacam somente os animais.
Verão brasiliense
A época de verão na capital é marcada pela árvores frutíferas, algo atrativo para os cães. É comum encontrar uma grande quantidade de frutas caídas nas ruas, que podem não estar em boas condições para consumo e, ao serem ingeridas, causam problemas no estômago do animal. "No verão, especialmente em Brasília, há grande disponibilidade de frutas como manga e jabuticaba em quintais ou até mesmo nas ruas. Durante os eios, os cães podem ter o a essas frutas e ingeri-las, o que pode resultar na necessidade de uma intervenção de emergência", alerta Fabio Langscho.
Como o pet pode se recuperar melhor?
Os tutores têm um papel fundamental na recuperação de seus pets. Assim que os primeiros sintomas surgirem, o indicado é entrar em contato com um profissional para diagnosticar corretamente o tipo de virose e indicar o tratamento adequado, já que os sintomas das viroses são parecidos. Limpe bem os locais onde o cão circula para evitar a recontaminação e proteger outros animais. E fique atento a qualquer piora no quadro clínico, mantendo o cão hidratado e confortável para uma melhor recuperação.
*Estagiária sob a supervisão
de Sibele Negromonte
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