Doces de família 104m4t irmãs se unem para tocar confeitaria no Noroeste

A comida sempre foi assunto sério na família de Mariana e Milena Campos. A influência gastronômica da avó materna, dona Eli, é tão forte que três dos cinco filhos dela acabaram trabalhando na área, sem falar nas netas, claro, especialmente Mariana, que, desde cedo, se apaixonou pelas as.

Nascidas no Rio Grande do Sul, as irmãs, por conta da profissão do pai, que é militar, moraram em diversas cidades brasileiras antes de fincarem raízes em Brasília. Mas a base familiar sempre foi no Sul do país, onde a mãe (gaúcha) e o pai (paranaense) nasceram e parte dos parentes ainda mora. Foi lá que, ainda criança, Mariana teve o seu primeiro contato com a confeitaria. "Aos 7 anos, já fazia bolos, doces e brigadeiros", recorda-se. Isso sob a supervisão atenta da avó Eli e da mãe, Valquíria.

Mariana até tentou seguir outra profissão. Cursou arquitetura até o sexto período, mas viu que não tinha nascido para aquilo. Ingressou, então, na faculdade de gastronomia. "Sou da segunda turma do curso do Iesb", conta. Quando faltava um semestre para terminar o curso, engravidou e decidiu trancá-lo. A filha vai fazer 15 anos. De lá para cá, foi mãe novamente, dedicou-se à família e teve empregos em áreas diversas.

Mas a gastronomia continuou à espreita. Até porque, durante todo esse tempo, ela e a mãe faziam quindins para vender. Tudo começou quando a família ou uma temporada no Rio de Janeiro. O tio tem uma fábrica de doces na cidade e ensinou mãe e filha a prepararem a iguaria. Elas desenvolveram a receita e em toda cidade que chegavam para morar — e olha que foram 23 mudanças ao longo da vida — comercializavam a delícia. "Onde a gente chegava, sempre tinha uma grande rede de família de militares. Eles acabavam nossos clientes."

A caçula Milena, por sua vez, nunca foi habilidosa com as as, mas divide com a família a paixão pela boa mesa. Formou-se em istração, fez um MBA em gestão de recursos humanos e começou a trabalhar na área. Como elas têm um tio que mora em Lyon, na França, Milena realizou um antigo sonho e, no fim de 2018, embarcou para a cidade europeia.

Por lá, estudou, fez vários bicos de trabalho e aperfeiçoou o francês. Depois de seis meses, retornou a Brasília com os planos de, em breve, voltar para uma temporada maior na França, onde faria seu mestrado. "Já tinha agilizado toda a documentação e sido aprovada na universidade quando estourou a pandemia e não pude embarcar", relembra.

Na época, Milena trabalhava como terceirizada em um ministério, mas não estava feliz. Percebeu que precisava dar um novo rumo à vida. Começou, então, a ver a possibilidade de abrir uma franquia. Chegou a fazer todo o planejamento para uma empresa de açaí, mas o negócio deu para trás. Foi quando surgiu a ideia: por que não abrir um café com a irmã, que estava louca para voltar ao mercado gastronômico? "Até então, eu nunca tinha pensado em empreender", confessa.

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Proposta feita e aceita, Mariana e Milena foram atrás do ponto. Aliás, elas já o tinham em mente desde que viram um espaço na esquina de um prédio comercial, ainda em obras, na Quadra 02/03 do Noroeste. Entraram em contato com o proprietário, esperaram pacientemente o fim da construção e a liberação do habite-se para, em março do ano ado, abrir as portas da Placid Confeitaria & Café. "Antes mesmo de termos o à loja, já estávamos com todo o cardápio pronto", lembram.

No menu, a famosa receita de família do quindim, claro, e tortas e doces diversos, tudo preparado por Mariana. "Fizemos também curso de barista, para que pudéssemos servir cafés especiais, e acrescentamos alguns salgados ao cardápio", explicam.

O carro-chefe, porém, é mesmo a confeitaria. A torta Marta Rocha, por exemplo, mal fica na vitrine quando sai do forno. "Eu mesma preparo o suspiro e os fios de ovos, um processo que começa de véspera", detalha Mariana. A torta de morango, assim como a maltada — com rum, amêndoas e chocolate —, a banoffee e a cheesecake também fazem sucesso.

Ao lado do quindim, o brownie, o financier, o brigadeiro tradicional e o kurabiê — biscoito de origem grega à base de conhaque —, estão entre os preferidos da clientela. Aos fins de semana e feriados, a Placid oferece um café da manhã/brunch que tem atraído os moradores do Noroeste e de outras cidades do DF. São três combos servidos das 9h30 às 12h. "Geralmente, tem fila aqui na porta", comemoram. "Somos pet friendly, temos biscoito e água para cachorro e, nos dias frios, disponibilizamos mantinhas para os nossos clientes", completa Milena.

As irmãs fazem questão de ressaltar que nada disso seria possível se não fosse o incentivo e o apoio da família. "Nosso pai, além de ter nos emprestado o capital inicial, todos os dias, vem aqui ajudar a fechar a loja", contam. "Na época em que abrimos o Placid, o nosso tio veio do Rio para nos dar uma espécie de consultoria, já que ele tem experiência na área", completam. Uma verdadeira rede de apoio familiar!

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Fotos: Sibele Negromonte /CB /DA PRESS - Revista - Emcontro com o chef - Receita de doce do Placid Confeitaria

Ingredientes
6 claras de ovos
75g de farinha de trigo
75g de farinha de amêndoa
250g de açúcar
130g de manteiga
1 pacote de açúcar de baunilha

Modo de fazer
Derreta a manteiga até pegar uma cor avelã. Reserve.
Misture o açúcar e as farinhas.
Acrescente as claras e, depois, o açúcar de baunilha e a manteiga esfriada.
Misture bem e coloque em formas de cake untadas.
Leve ao forno aquecido a 190º por 45-50 minutos.

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•Instagram: @Placid.confeitaria
•Endereço: CLNW02/03, Bloco H, Loja 107, Noroeste

Jornal Correio Braziliense 5f3u58

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