Instituto Niemeyer

Gilmar Mendes é empossado como vice-presidente de honra do Instituto Niemeyer

A posse marcou o lançamento oficial da 4ª edição do Fórum Mundial Niemeyer

Gilmar Mendes lembrou momentos de sua amizade com o arquiteto -  (crédito: Divulgação/Crea-DF)
Gilmar Mendes lembrou momentos de sua amizade com o arquiteto - (crédito: Divulgação/Crea-DF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, foi empossado, na noite desta terça-feira (27/5), como vice-presidente de honra do Instituto Niemeyer. A cerimônia integrou a abertura oficial da 4ª edição do Fórum Mundial Niemeyer, considerado um dos encontros mais relevantes do país nas áreas de arquitetura, urbanismo, tecnologia e sustentabilidade.

Durante discurso, o ministro homenageou o arquiteto Oscar Niemeyer, destacando a genialidade e a importância da obra para o Brasil. Gilmar Mendes relembrou momentos de uma conversa pessoal com o arquiteto e urbanista, na qual refletiram sobre Brasília, a arquitetura monumental da cidade e a visão transformadora de Juscelino Kubitschek.

“Todo país grande tem uma grande praça. Por que o Brasil, Brasília, está me acusando de fazer esta praça?”, citou Mendes, relembrando as palavras de Niemeyer. Segundo o ministro, a fala refletia a incompreensão que muitas vezes cercou os projetos ousados do arquiteto, cuja contribuição foi fundamental para tirar o Brasil da “costa do desenvolvimento da Beira-Mar”, no Rio de Janeiro, e levá-lo ao interior, com a criação de Brasília.

A homenagem também destacou a geração de artistas que, ao lado de Niemeyer, deu forma a uma das mais emblemáticas capitais do mundo. Para Gilmar Mendes, “vocalizar a importância de Niemeyer para o Brasil e para Brasília” é reconhecer não apenas um nome, mas um legado que transcende a arquitetura e se inscreve na história do país.

Paulo Niemeyer, presidente do Instituto Niemeyer e bisneto do arquiteto, fez uma apresentação sobre a relevância da obra de seu avô para o Brasil e o mundo. Ele lembrou que Niemeyer não apenas projetou construções icônicas, como a Catedral de Brasília e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, mas também criou conceitos que marcaram profundamente a arquitetura moderna. “Sua obra culmina com Brasília, uma síntese de técnica, estética e humanidade”, afirmou.

“Oscar cria conceitos, e esses conceitos vão sendo aperfeiçoados ao longo do tempo. Ele dizia que a possibilidade técnica e as condições sociais eram fundamentais”, destacou Paulo.

Ele ainda ressaltou o caráter humanista da arquitetura de Niemeyer, lembrando que o arquiteto acreditava na função social de suas criações, que precisavam ser explicadas, compreendidas e sentidas.

“A arquitetura do Oscar era explicada. Ele tinha necessidade de dizer o que saía daí”, frisou. Paulo também mencionou que, mesmo ao trabalhar em projetos com o poder público — como os anexos do STF e do STJ —, Niemeyer mantinha seu traço artístico inconfundível e sua visão única.

“O croqui era tão importante quanto o próprio projeto. Às vezes, o ministro queria levar o desenho. Era poesia em forma de arquitetura”, concluiu.

Por Wal Lima
postado em 27/05/2025 21:21
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