Caso Collor

Expectativa de "alavancar empresa", diz empresário que ofereceu vaga de emprego a Collor

Empresa de pré-moldados ofereceu vaga de emprego para o ex-presidente Collor de Mello após prisão decretada para cumprimento imediato de pena. Proprietário faz parte do programa de ressocialização de presos de Alagoas há 13 anos

O Supremo decide nesta segunda-feira (28/4) se mantém a prisão do ex-presidente, que cumpre pena em Alagoas por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa
 -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O Supremo decide nesta segunda-feira (28/4) se mantém a prisão do ex-presidente, que cumpre pena em Alagoas por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O empresário Roberto Boness, proprietário da Pré-Moldados Alagoas, de venda de material de construção, acionou o Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, para oferecer uma vaga de emprego ao ex-presidente Fernando Collor de Mello. Boness faz parte do programa de ressocialização de presos há 13 anos.

Ao Correio, Roberto informou que, pela primeira vez, tomou a iniciativa de solicitar um preso específico para ocupar vaga na fábrica, que fica localizada dentro do complexo prisional. Na sexta-feira (25/4), Roberto enviou um e-mail oferecendo emprego de gerente-geral para Fernando Collor. O salário estimado é de R$ 1,5 mil. 

Como é de praxe, os parceiros do programa que reeduca presos informam ao sistema penitenciário quais vagas estão disponíveis. “Quando a empresa precisa de mão de obra, a gente avisa ao presídio. Nossas vagas geralmente são para quem não tem ensino superior”, disse Roberto à reportagem. 

A oferta feita para Collor, porém, tinha a expectativa de “alavancar a empresa”. Para o empresário, “um presidiário de nível superior pode ajudar muito”. Na avaliação de Boness, ter o ex-presidente como gerente-geral seria uma ótima oportunidade, tendo em vista, segundo as palavras de Roberto, “o potencial que tem o Fernando Collor”. 

Não há previsão para a resposta do presídio, que precisa autorizar o vínculo, além do consentimento do preso. O ex-presidente foi preso no aeroporto de Maceió para cumprir mandado de prisão expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, na quinta-feira (24/4), após esgotados todos os recursos da defesa. 

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Collor se deslocava para Brasília na sexta-feira (25) e, após a prisão, a defesa fez pedido para que a pena seja cumprida no estado alagoano, concedido por Moraes. No mesmo dia, o ministro Gilmar Mendes pediu destaque — o que levaria o caso para plenário físico. No entanto, esse destaque foi retirado no sábado (26) e o julgamento voltou para o plenário físico. 

O único ministro que não votou foi Cristiano Zanin, que se manifestou impedido de participar por ter atuado como advogado durante a Operação Lava-Jato, antes de ser nomeado ministro do STF. Termina hoje (28), em plenário virtual, a votação que irá decidir sobre a manutenção da prisão. 

 

postado em 28/04/2025 16:34 / atualizado em 28/04/2025 16:37
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