Meio ambiente

Raoni pede a Lula que não avance com exploração de petróleo na Margem Equatorial

Segundo o cacique, um dos maiores líderes indígenas do país, a nação corre um grande risco ao trabalhar de forma a "destruir, destruir, destruir" o meio ambiente

Lula vem pressionado para que o Ibama autorize a perfuração em um dos blocos para exploração de petróleo pela Petrobras -  (crédito: Petrobras/Divulgação)
Lula vem pressionado para que o Ibama autorize a perfuração em um dos blocos para exploração de petróleo pela Petrobras - (crédito: Petrobras/Divulgação)

O cacique Raoni Metuktire, líder da etnia Kayapó, afirmou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (4/4) que o governo federal não deveria avançar com a exploração de petróleo na Margem Equatorial, na Bacia da Foz do Rio Amazonas.

Para o líder indígena, a perfuração trará “consequências muito grandes” para o meio ambiente na região amazônica. O petista visitou Raoni hoje na aldeia Piaraçu, no Parque do Xingu, Mato Grosso, onde entregou a ele a medalha Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito.

“Eu penso que não, porque essas coisas, na forma como estão, garantem que a gente tenha meio ambiente, a terra com menos poluição, e menos aquecimento”, declarou o cacique ao lado do presidente Lula, durante solenidade.

“Se isso acontecer… Eu sou pajé também, eu já tive contato com os espíritos que sabem do risco que a gente tem ao continuar trabalhando dessa forma, de destruir, destruir, destruir. Que podemos ter consequências muito grandes, e não conseguir parar”, acrescentou o cacique.

Interesse econômico x proteção ambiental

Lula vem pressionado para que o Ibama autorize a perfuração em um dos blocos para exploração de petróleo pela Petrobras. Técnicos do órgão ambiental apontam riscos e avaliam que a petroleira ainda não cumpriu todas as exigências para proteger a região em caso de derramamento de óleo.

Ambientalistas e integrantes do Ministério do Meio Ambiente, incluindo a ministra Marina Silva, são contrários à exploração não somente pelo possível impacto de um acidente no bioma amazônico, mas também pelo aumento da exploração de combustíveis fósseis em meio às catástrofes climáticas e a transição energética.

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Outra corrente, defendida pelo próprio Lula, e que inclui o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, quer que a exploração seja autorizada o quanto antes. Parlamentares do Amapá, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também pressionam o Ibama pela liberação.

postado em 04/04/2025 14:57
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