
O ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (25/2), no âmbito do inquérito que apura denúncias de assédio sexual contra ele. A oitiva está marcada para a tarde, na sede da corporação em São Paulo. Essa será a primeira vez que Silvio Almeida, que é advogado, prestará esclarecimentos à PF.
Na semana ada, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), adiou por mais 60 dias a investigação. A decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal, que alegou a necessidade de mais tempo para concluir as investigações.
O ex-chefe dos Direitos Humanos foi acusado de assédio e importunação sexual por diversas mulheres, incluindo pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ele foi demitido da pasta em 6 de setembro de 2024, um dia após a ONG Me Too Brasil confirmar as denúncias.
Silvio classificou a denúncia da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco como um "espalhamento de fofocas e intrigas" e disse que ela "se perdeu no personagem" ao denunciá-lo.
"A ministra Anielle Franco caiu numa armadilha pela falta de compreensão de como funciona a política. Eu acho que ela se perdeu no personagem. Quando você se torna ministro de Estado, a intriga se torna uma arma política", afirmou Silvio em entrevista ao Uol, na segunda-feira (24/2).
Após a entrevista, Anielle ressaltou que a tentativa de descredibilizar vitimas de assédio sexual, minimizar as dores e transformar relatos graves em “fofocas” e “brigas politicas” é inaceitável.
"Na véspera de prestar depoimento a Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas", disse a ministra.
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"Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate a violência de gênero e raça", acrescentou Anielle.
A ministra da Igualdade Racial ainda pontuou que o direito a defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização.
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