relações internacionais

Lula volta às Nações Unidas e exige reformas depois de 14 anos

Discurso do presidente na Assembleia Geral da ONU, hoje, chamará a atenção dos países-membros para o agravamento das questões sociais, a deterioração do meio ambiente e a necessidade de preservação, além da ampliação dos fóruns de debates

Presidente Lula  com o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown. -  (crédito: Fotos Ricardo Stuckert/PR)
Presidente Lula com o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown. - (crédito: Fotos Ricardo Stuckert/PR)
postado em 19/09/2023 03:55

Nova York — Depois de um hiato de 14 anos, e pela oitava vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta, hoje, ao púlpito do plenário das Nações Unidas com um discurso para chamar o mundo às reformais sociais, ambientais e de ampliação dos seus fóruns internacionais. Embora tenha participado de outros eventos internacionais desde que foi eleito, o governo considera a abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU o espaço principal do ano um de Lula 3 para apresentar o que o Brasil tem feito e, de quebra, cobrar do mundo uma posição mais voltada à preservação e à redução das desigualdades.

Lula lembrará, ainda, que desde seu último ano naquele púlpito, em 2009, o mundo mudou, mas os fóruns internacionais multilaterais relutam em abrir espaço aos emergentes. Vale lembrar que, naquele ano, o presidente brasileiro já mencionava as questões ambientais e a necessidade de atenção aos recursos naturais — por isso é que mencionará as desigualdades sociais que agravam os fluxos migratórios.

O tom do discurso será, também, no sentido de reforçar a posição histórica da diplomacia brasileira, de que é preciso reformular o sistema de governança dos organismos multilaterais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Até as 20h de ontem, o presidente ainda dava os últimos retoques no texto que levará para o púlpito.

Agenda cheia

Paralelamente a esse discurso, tão esperado pelo governo brasileiro e visto como uma das apostas para chamar a atenção sobre o potencial do Brasil na transição energética para a economia verde, o presidente tem também hoje cinco reuniões bilaterais e outras quatro, amanhã. A única fora do hotel Lotte, onde estão hospedados Lula e outros 10 chefes de estado e de governo, será o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da qual participam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O encontro com Biden é considerado crucial para ajudar o Brasil a ampliar o potencial de negócios com os americanos. No setor do agro, por exemplo, os exportadores brasileiros tentam ampliar suas cotas, mas os americanos querem o ao mercado nacional de etanol de milho do Nordeste.

Lula e Biden não devem descer a esse detalhe, mas as conversas serão no sentido de tentar destravar mais o comércio entre os dois países. Especialmente agora, quando os dois países vão lançar a iniciativa global para chamar a atenção à necessidade de dar um basta na precarização das relações trabalhistas e fortalecer as representações dos trabalhadores (leia na página 3). É a primeira vez que se tem uma ação desse tipo entre a maior economia capitalista do mundo e o Brasil. E partiu de Biden essa iniciativa.

 

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