CÚPULA DA AMAZÔNIA

Lula diz que a natureza precisa que países ricos paguem a conta pela poluição

Em meio a críticas a Declaração de Belém, presidente falou à imprensa, nesta quarta-feira (9/8), mas não respondeu perguntas

Ândrea Malcher - Enviada Especial
postado em 09/08/2023 19:32
Lula também destacou o fomento à ciência e a valorização aos povos indígenas e comunidades tradicionais -  (crédito: Ricardo Stuckert)
Lula também destacou o fomento à ciência e a valorização aos povos indígenas e comunidades tradicionais - (crédito: Ricardo Stuckert)

Belém (PA) — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (9/8), que os esforços da Cúpula da Amazônia vem para mostrar aos países desenvolvidos que “não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia que precisa de dinheiro, não é a Venezuela, é a natureza” e destacou a importância da iniciativa para encontrar uma saída conjunta para a crise climática e de desmatamento que o bioma enfrenta.

“É a natureza, que o desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, que está precisando que eles paguem sua parte agora”, disse o chefe do Executivo. “Em todo mundo, qualquer país do mundo que você vai, falam da Amazônia. E esse encontro e a Amazônia falando para o mundo, dando a resposta do que nós precisamos”.

Em meio à frustração da Declaração de Belém não abordar o tema da exploração de petróleo na região amazônica, Lula falou aos jornalistas, mas não respondeu perguntas. Segundo o presidente, o documento foi construído junto aos países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) como “uma nova visão de desenvolvimento sustentável para a região”.

“Havia 14 anos que os presidentes dos nossos países não se reuniam. A Cúpula de Belém ocorre em um momento muito distinto das três que a precederam, em 1989, 1992 e 2009. Hoje, negar a crise climática é apenas insensatez, mas valorizar a floresta não é só manter as árvores em pé, significa dar dignidade para as quase 50 milhões de pessoas que moram na Amazônia sul-americana”, observou ele.

Em sua declaração, Lula destacou o fomento à ciência, tecnologia e inovação, o estímulo a sociobioeconomia e a valorização aos povos indígenas e comunidades tradicionais.

“A Declaração de Belém que adotamos ontem (8) reúne iniciativas muito concretas para o enfrentamento dos desafios compartilhados por nossos oito países”, disse Lula, em uma resposta indireta às críticas que afirmam que o documento carece de medidas detalhadas e prazos.

“Medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental por parte dos países ricos não são o caminho a trilhar. A Declaração de Belém e o comunicado conjunto que adotamos nesses dois dias de Cúpula são um o na construção de uma agenda comum com os países em desenvolvimento com florestas tropicais”, alfinetou Lula. “Vocês podem ter certeza de que essa Cúpula vai gerar muitos frutos e que vai ser lembrada no futuro como o marco do desenvolvimento sustentável”.

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