
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira, que Belém sediará a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP30, em 2025. A confirmação foi feita em um vídeo que publicou nas redes sociais ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do governador do Pará, Helder Barbalho.
"Queria confirmar que as Nações Unidas aprovaram, no último 18 de maio, a realização da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças de Clima na cidade de Belém, do Pará, em novembro de 2025. Será a COP30, proposta de Lula ainda como presidente eleito, em novembro do ano ado, na última reunião da COP, no Egito", salientou.
O anúncio foi feito em um momento em que uma queda de braço se desenrola no governo sobre os rumos a serem tomados na seara da preservação ambiental. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) está no centro de uma disputa com o também ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a exploração de petróleo no litoral do Amapá. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e dos Recursos Naturais vetou a prospecção e pediu mais estudos sobre os impactos para a região.
Mas não é somente esse cabo de guerra que levanta desconfianças sobre o compromisso do governo com a defesa do meio ambiente, como afirma nos foruns internacionais. Isso porque, na votação da Medida Provisória 1.154 — que redesenha o organograma do governo —, o pragmatismo do Palácio do Planalto para evitar que a MP caducasse expôs Marina, ao enfraqueceu a estrutura do ministério que ela dirige e causou novo mal-estar.
Em janeiro, o governo oficializou a candidatura de Belém para sediar o evento da ONU. Segundo Lula, sediar um evento dessa magnitude na Amazônia é quase uma exigência que a comunidade internacional faz a ele quando participa de eventos multilaterais.
"Participei de COP no Egito, em Paris, em Copenhague, e o pessoal só fala da Amazônia. Então, eu dizia assim: 'por que, então, não fazer a COP em um estado da Amazônia para vocês conhecerem o que é a Amazônia'?", justificou, no vídeo.
Questionado pelo presidente se o Pará está preparado para receber o evento, Hélder Barbalho foi afirmativo. "Aumenta a nossa responsabilidade de mostrar que o Brasil está preparado e, acima de tudo, a responsabilidade da agenda ambiental, conciliando os amazônidas da nossa região e, claro, o respeito ao meio ambiente", frisou o governador.
A conferência é o maior evento do planeta sobre o tema das mudanças climáticas e cuidados com o meio ambiente. Ela reúne chefes de Estado e representantes de todos os países-membros para firmar acordos e debater o alcance das metas de preservação ambiental. Nas COPs foram firmados, por exemplo, o Protocolo de Kioto, em 1997, e o Acordo de Paris, em 2015. (Colaborou Fabio Grecchi)
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