
Seis partidos da oposição — PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede — protocolaram na tarde desta quarta-feira (27/1) um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Em dois anos de governo, esse já é o 63º pedido de afastamento contra o chefe do Executivo.
"Nesse pedido, identificamos 15 crimes cometidos por Bolsonaro relacionados especialmente à pandemia, que é o foco desse pedido de impeachment", disse o líder da minoria na Câmara, José Guimarães. Desta o mote da oposição foi "Pelo impeachment, pela vacina e pela renda emergencial".
Guimarães também afirmou que a oposição está iniciando um processo de coleta de s para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) na Câmara. "Estamos iniciando o processo de coleta de s para uma I na Câmara focada na análise do desempenho do governo federal na saúde pública", disse.
Para que um pedido de I seja analisado pela presidência da Câmara, os deputados precisam reunir ao menos 171 s dos 513 deputados. A tática dos partidos de esquerda é coletar todas as adesões necessárias até a próxima segunda-feira (1º/2), tendo em vista as eleições para a Mesa Diretora da Casa.
O grupo teme que uma possível vitória de Arthur Lira (PP-AL), apontado como candidato apoiado pelo governo Bolsonaro, acabe não aceitando o pedido da I. Segundo a oposição, o atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve deferir o pedido antes do pleito da Casa.
“Nós sabemos que para que essas medidas possam prosperar, o candidato do Bolsonaro não pode ganhar a Câmara dos Deputados. O candidato de Bolsonaro irá resistir a todos os pedidos da comissão de inquérito como esse que estamos pedindo. Vamos trabalhar até o último minuto para que Bolsonaro não faça da Câmara uma extensão do Planalto”, defendeu o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ).
Lira critica politização
Mais cedo, Arthur Lira criticou a “politização” das vacinas e tratamentos da covid-19, e sinalizou posição contrária à criação da comissão parlamentar de inquérito defendida pela oposição.
“Qualquer I que seja preconizada, que tenha os pré-requisitos básicos, vai para discussão, mas esse assunto não pode ser motivo de embates políticos para trazermos para a discussão traumas de interrupções bruscas democráticas. Isso não defendemos. Não temos esse tipo de compromisso, nem como item 3.3, nem 3.8, nem três ponto nada”, disse, ironizando a carta de compromissos de seu adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), junto com a oposição.
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