{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2024/08/6919483-uma-receita-para-o-caos.html", "name": "Uma receita para o caos ", "headline": "Uma receita para o caos ", "description": "", "alternateName": "Oriente Médio", "alternativeHeadline": "Oriente Médio", "datePublished": "2024-08-14T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">O respeito à fé é valor inegociável para os muçulmanos. Não bastasse o gesto provocativo em si, a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, ao Monte do Templo tem um componente político explosivo: carrega a mensagem de que os judeus têm direito absoluto sobre um dos locais mais sagrados para os muçulmanos e para os palestinos. O Monte do Templo, na parte sudeste da Cidade Velha de Jerusalém, teria sido o ponto onde Abraão ofereceu a Deus o filho Isaac em sacrifício. Na mesma área, estão a Esplanada das Mesquitas e o Domo da Rocha, erguido sobre uma pedra usada pelo Profeta Maomé para subir aos céus. Historicamente, judeus oram diante do Muro das Lamentações, enquanto os palestinos cultuam Alá a poucos metros dali, na Esplanada das Mesquitas. A ruptura dessa ordem é receita para o caos.</p> <p class="texto">Em 28 de setembro de 2000, o ex-primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon, então candidato pelo Partido Likud, visitou o Monte do Templo acompanhado de mais de mil seguranças. O ato desencadeou a segunda intifada (revolta palestina), sepultando qualquer esperança de paz, depois dos acordos de Camp David. Durante o levante, mais de 4,9 mil palestinos foram mortos por Israel — 1.262 crianças. Do lado israelense, foram mais de 640 civis assassinados em atentados ao longo de cinco anos. Na manhã desta terça-feira (13/8), enquanto Ben Gvir caminhava pela Esplanada das Mesquitas, mais de 2 mil judeus da ultradireita o seguiam no "eio" — muitos se deitaram no chão para orar. A visita foi condenada até mesmo (pasmem!) pelo premiê Benjamin Netanyahu, que advertiu sobre a não mudança do status quo sobre o Monte do Templo.</p> <p class="texto">A atitude de Ben Gvir representa ofensa gigantesca para os muçulmanos. Ela é ainda mais absurda por ocorrer no contexto de uma guerra covarde travada por Netanyahu na Faixa de Gaza. Mais de 40 mil palestinos foram assassinados por Israel, em vingança contra o horrível e abjeto massacre de 7 de outubro de 2023. A justificativa de uma operação militar para eliminar o grupo extremista Hamas soa como suspeita, à medida em que os civis são tratados como "danos colaterais" pelo Exército israelense. Ben Gvir e o próprio Netanyahu semeiam as bases de uma terceira intifada e de um futuro marcado por horror, medo e luto. É inissível que os direitos do povo palestino de terem um Estado independente continuem a ser usurpados. É inissível que políticos israelenses se achem no direito de utilizar a fé como provocação.</p> <p class="texto">Também é inconcebível que a comunidade internacional não exerça a máxima pressão sobre Israel para que detenha essa guerra inconsequente em Gaza. Tudo o que Netanyahu e seus ministros estão conseguindo é criar uma legião de crianças órfãs, que, futuramente, buscarão vingança, nas fileiras de grupos extremistas. A fórmula é simples: o ódio apenas fomenta ódio.</p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/10/1200x801/1_cbifot100620212166-25324718.jpg?20240813221722?20240813221722", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/10/1000x1000/1_cbifot100620212166-25324718.jpg?20240813221722?20240813221722", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/10/800x600/1_cbifot100620212166-25324718.jpg?20240813221722?20240813221722" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Rodrigo Craveiro", "url": "/autor?termo=rodrigo-craveiro" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 1j2z3p

Uma receita para o caos 1t1c14
Oriente Médio

Uma receita para o caos 1t1c14

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, ao Monte do Templo tem um componente político explosivo: carrega a mensagem de que os judeus têm direito absoluto sobre um dos locais mais sagrados para os muçulmanos e para os palestinos 3z2q5h

O respeito à fé é valor inegociável para os muçulmanos. Não bastasse o gesto provocativo em si, a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, ao Monte do Templo tem um componente político explosivo: carrega a mensagem de que os judeus têm direito absoluto sobre um dos locais mais sagrados para os muçulmanos e para os palestinos. O Monte do Templo, na parte sudeste da Cidade Velha de Jerusalém, teria sido o ponto onde Abraão ofereceu a Deus o filho Isaac em sacrifício. Na mesma área, estão a Esplanada das Mesquitas e o Domo da Rocha, erguido sobre uma pedra usada pelo Profeta Maomé para subir aos céus. Historicamente, judeus oram diante do Muro das Lamentações, enquanto os palestinos cultuam Alá a poucos metros dali, na Esplanada das Mesquitas. A ruptura dessa ordem é receita para o caos.

Em 28 de setembro de 2000, o ex-primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon, então candidato pelo Partido Likud, visitou o Monte do Templo acompanhado de mais de mil seguranças. O ato desencadeou a segunda intifada (revolta palestina), sepultando qualquer esperança de paz, depois dos acordos de Camp David. Durante o levante, mais de 4,9 mil palestinos foram mortos por Israel — 1.262 crianças. Do lado israelense, foram mais de 640 civis assassinados em atentados ao longo de cinco anos. Na manhã desta terça-feira (13/8), enquanto Ben Gvir caminhava pela Esplanada das Mesquitas, mais de 2 mil judeus da ultradireita o seguiam no "eio" — muitos se deitaram no chão para orar. A visita foi condenada até mesmo (pasmem!) pelo premiê Benjamin Netanyahu, que advertiu sobre a não mudança do status quo sobre o Monte do Templo.

A atitude de Ben Gvir representa ofensa gigantesca para os muçulmanos. Ela é ainda mais absurda por ocorrer no contexto de uma guerra covarde travada por Netanyahu na Faixa de Gaza. Mais de 40 mil palestinos foram assassinados por Israel, em vingança contra o horrível e abjeto massacre de 7 de outubro de 2023. A justificativa de uma operação militar para eliminar o grupo extremista Hamas soa como suspeita, à medida em que os civis são tratados como "danos colaterais" pelo Exército israelense. Ben Gvir e o próprio Netanyahu semeiam as bases de uma terceira intifada e de um futuro marcado por horror, medo e luto. É inissível que os direitos do povo palestino de terem um Estado independente continuem a ser usurpados. É inissível que políticos israelenses se achem no direito de utilizar a fé como provocação.

Também é inconcebível que a comunidade internacional não exerça a máxima pressão sobre Israel para que detenha essa guerra inconsequente em Gaza. Tudo o que Netanyahu e seus ministros estão conseguindo é criar uma legião de crianças órfãs, que, futuramente, buscarão vingança, nas fileiras de grupos extremistas. A fórmula é simples: o ódio apenas fomenta ódio.

Mais Lidas 2f4e64