
Mulheres precisam ocupar espaços de liderança. Públicos e privados. Essa é a única forma de mudar uma estrutura machista e patriarcal. No mês dedicado às mulheres, refletir sobre a posição das mulheres no poder não só é necessário quanto urgente. Só assim, projetos e ideias se transformam em leis e outras medidas de fato eficazes e reais, capazes de alterar a realidade e trazer avanços concretos.
Na semana ada, o Correio Braziliense reuniu muitas mulheres que ocupam cargos de chefia e postos de poder. Entre as autoridades convidadas, a governadora em exercício, Celina Leão, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, falaram sobre estratégias e ferramentas no combate ao feminicídio.
Única mulher do Superior Tribunal Militar, a ministra Maria Elizabeth Rocha diz que vencer o périplo para chegar aos tribunais superiores requer muito mais do que ser uma boa julgadora. O merecimento, uma forma autorizada de 'cooptação' de Cortes predominantemente masculinas, promove homens em sua maioria. Aquelas que superam tais restrições destacam-se para além das capacidades exigidas de maneira geral.
Exige-se muito mais de mulheres do que de homens para elas chegarem ao alto escalão. E quando elas chegam lá precisam estar atentas e dispostas a levar outras mulheres pela mão. "Todas aquelas que romperam paradigmas possuem uma concreta responsabilidade em auxiliar as demais. Não podem se furtar de fazer valer o significado de sua condição no interior de uma cultura sexista e patriarcal. A sororidade deve prevalecer", disse Maria Elizabeth.
Na Justiça, o protagonismo feminino tem mostrado sua força. A juíza e escritora Rejane Jungbluth Suxberger, uma das maiores especialistas em gênero e Fabriziane Zapata, juíza do Núcleo do Judiciário da Mulher do TJDF, deram importante contribuição ao debate. Elas compõem os 38,8% das magistradas em atividade no Brasil. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Poder Judiciário brasileiro é formado, em sua maioria, por juízes e desembargadores.
Há um movimento forte e crescente no Judiciário para mudar essa realidade e isso reverbera em avanços significativos de paridade de gênero. A inserção de mulheres em espaços majoritariamente ocupados por homens, como no Judiciário, é uma bandeira importante e tornará a Justiça mais ível. Em breve, espera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça tenham maior presença feminina.
Combater o feminicídio e a violência contra a mulher é uma luta que pera todas as outras lutas em prol da mulher. Por melhores condições de trabalho, por salários iguais, por equidade de gênero. a por não aceitar falas preconceituosas nem acatar ordens de homens misóginos, muito menos de companheiros, maridos, namorados, filhos. a pelo letramento e entendimento do que é feminismo. a por sororidade e empatia. E a, sobretudo, pela união de forças para levar cada vez mais mulheres aos espaços de poder.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:


Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail [email protected]