{ "@context": "http://www.schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2022/07/5019484-e-possivel-sair-do-precipicio.html", "name": "Análise: É possível sair do precipício", "headline": "Análise: É possível sair do precipício", "alternateName": "opinião", "alternativeHeadline": "opinião", "datePublished": "2022-07-02-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p style="text-align: center;"><strong>ITAY MOR — Advogado, é fundador do Clube do aporte</strong></p> <p class="texto"><a href="/mundo/2022/07/5019329-presidente-de-portugal-vem-ao-brasil-para-estreitar-relacoes-com-o-pais.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Portugal</a> é, frequentemente, citado como exemplo de ressurgimento econômico, aplaudido por diferentes instituições internacionais. Isso porque o país conseguiu se restabelecer após uma recessão prolongada que começou em 2003 e se estendeu por muitos anos.</p> <p class="texto">Além de uma crise de crescimento, o país enfrentava um deficit orçamentário crônico. Em 2011, após anos de grande desequilíbrio externo financiado por dívida, Portugal perdeu a confiança dos credores e enfrentou uma elevação da dívida pública e privada, o que afetou todos os setores. Isso diminuiu drasticamente, inclusive, as taxas de emprego.</p> <p class="texto">Sem dúvidas, ao longo de 12 anos, a crise econômica foi muito dura para o povo português. Milhões de pessoas enfrentaram fortes medidas de austeridade e muitos emigraram em busca de uma vida melhor. Apenas para ter uma ideia, segundo dados do próprio governo português, estima-se que mais de 485 mil trabalhadores deixaram Portugal entre 2011 e 2014 em busca de melhores condições de vida e de trabalho.</p> <p class="texto">E é nesse ponto que muitos se perguntam como Portugal voltou do precipício e hoje possibilita <a href="/brasil/2022/04/5004261-nova-lei-portugal-facilita-pedido-de-cidadania-para-brasileiros.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">estabilidade, qualidade de vida e segurança para os cidadãos</a>, sendo um dos destinos preferidos dos brasileiros que querem deixar o próprio país em busca de uma vida melhor. De forma resumida, podemos dizer que foi uma combinação de políticas econômicas e sociais sólidas e um diálogo construtivo e efetivo entre o governo e as organizações privadas que impulsionaram o retorno.</p> <p class="texto">Foram realizados cortes severos de gastos, revisão do pagamento de pensões, melhor controle fiscal sobre parcerias público-privadas (PPPs) e empresas estatais, além de reformas istrativas importantes e investimentos em turismo, entre outras várias medidas.</p> <p class="texto">Além disso, o FMI (Fundo Monetário Internacional) concordou em 2011 em ajudar Portugal, liberando US$ 90 bilhões para o país istrar o deficit fiscal, capitalizar bancos fracos e reduzir empréstimos inadimplentes, melhorar o emprego e obter maior o aos mercados financeiros mundiais.</p> <p class="texto">Tais ações contribuíram para melhorar o ambiente de negócios, a eficiência do setor público, a educação e a formação e integração das cadeias produtivas globais. Esses fatores — obviamente — prepararam o terreno para a atual trajetória do país em direção a essa sólida recuperação. Talvez essas sejam lições que merecem ser analisadas mais a fundo pelo Brasil. Caso contrário, milhares de brasileiros continuarão a emigrar, principalmente para Portugal, como temos visto nos últimos anos.</p> <p class="texto">Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) da embaixada portuguesa, o número de brasileiros no país europeu cresce há seis anos consecutivos e atingiu a marca de 211 mil pessoas em março de 2022. E o número pode ser ainda maior, visto que muitos não possuem cidadania e estão em busca desse direito.</p> <p class="texto">No Clube do aporte, por exemplo, nos quatro primeiros meses de 2022, houve um aumento de 368% de brasileiros que buscaram a agência para viabilizar a cidadania portuguesa em relação ao mesmo período de 2021. Seja como for, a verdade é que Portugal segue sendo exemplo e, por isso, é o destino preferido dos brasileiros que querem começar nova vida.</p> <p class="texto"> <br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/06/20/1200x800/1_torre_de_belem_lisboa-25898759.jpg?20220620114550?20220620114550", "@type": "ImageObject", "width": 1200, "height": 800 }, "author": [{ "@type": "Person", }], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 276v3j

Análise 694w3r É possível sair do precipício

Jornal Correio Braziliense 5f3u58

opinião

Análise: É possível sair do precipício 326wk

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ITAY MOR — Advogado, é fundador do Clube do aporte

Portugal é, frequentemente, citado como exemplo de ressurgimento econômico, aplaudido por diferentes instituições internacionais. Isso porque o país conseguiu se restabelecer após uma recessão prolongada que começou em 2003 e se estendeu por muitos anos.

Além de uma crise de crescimento, o país enfrentava um deficit orçamentário crônico. Em 2011, após anos de grande desequilíbrio externo financiado por dívida, Portugal perdeu a confiança dos credores e enfrentou uma elevação da dívida pública e privada, o que afetou todos os setores. Isso diminuiu drasticamente, inclusive, as taxas de emprego.

Sem dúvidas, ao longo de 12 anos, a crise econômica foi muito dura para o povo português. Milhões de pessoas enfrentaram fortes medidas de austeridade e muitos emigraram em busca de uma vida melhor. Apenas para ter uma ideia, segundo dados do próprio governo português, estima-se que mais de 485 mil trabalhadores deixaram Portugal entre 2011 e 2014 em busca de melhores condições de vida e de trabalho.

E é nesse ponto que muitos se perguntam como Portugal voltou do precipício e hoje possibilita estabilidade, qualidade de vida e segurança para os cidadãos, sendo um dos destinos preferidos dos brasileiros que querem deixar o próprio país em busca de uma vida melhor. De forma resumida, podemos dizer que foi uma combinação de políticas econômicas e sociais sólidas e um diálogo construtivo e efetivo entre o governo e as organizações privadas que impulsionaram o retorno.

Foram realizados cortes severos de gastos, revisão do pagamento de pensões, melhor controle fiscal sobre parcerias público-privadas (PPPs) e empresas estatais, além de reformas istrativas importantes e investimentos em turismo, entre outras várias medidas.

Além disso, o FMI (Fundo Monetário Internacional) concordou em 2011 em ajudar Portugal, liberando US$ 90 bilhões para o país istrar o deficit fiscal, capitalizar bancos fracos e reduzir empréstimos inadimplentes, melhorar o emprego e obter maior o aos mercados financeiros mundiais.

Tais ações contribuíram para melhorar o ambiente de negócios, a eficiência do setor público, a educação e a formação e integração das cadeias produtivas globais. Esses fatores — obviamente — prepararam o terreno para a atual trajetória do país em direção a essa sólida recuperação. Talvez essas sejam lições que merecem ser analisadas mais a fundo pelo Brasil. Caso contrário, milhares de brasileiros continuarão a emigrar, principalmente para Portugal, como temos visto nos últimos anos.

Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) da embaixada portuguesa, o número de brasileiros no país europeu cresce há seis anos consecutivos e atingiu a marca de 211 mil pessoas em março de 2022. E o número pode ser ainda maior, visto que muitos não possuem cidadania e estão em busca desse direito.

No Clube do aporte, por exemplo, nos quatro primeiros meses de 2022, houve um aumento de 368% de brasileiros que buscaram a agência para viabilizar a cidadania portuguesa em relação ao mesmo período de 2021. Seja como for, a verdade é que Portugal segue sendo exemplo e, por isso, é o destino preferido dos brasileiros que querem começar nova vida.