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Análise 694w3r 'Inovações para reverter a desindustrialização no Brasil'
ANÁLISE

Análise: 'Inovações para reverter a desindustrialização no Brasil' m2419

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Por Maurício Antônio Lopes - Pesquisador da Embrapa Agroenergia

A indústria de transformação respondia por 27,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 1986, mas foi perdendo espaço ao longo dos anos, chegando em 2020 a 11,3% do PIB, resultado do fenômeno conhecido por desindustrialização. A perda de dinamismo na indústria é preocupante, pois este setor é essencial para estimular a produtividade e o crescimento da economia, gerar superavits comerciais, produzir inovações tecnológicas e irrigar o desenvolvimento regional.

São muitas as causas apontadas para explicar a desindustrialização brasileira, com destaque para instabilidades políticas, sobrecarga tributária e ausência de uma estratégia de Estado que remova limitações estruturais e amplie a capacidade e a ousadia da indústria nacional. E o Brasil perde a oportunidade de fazer transbordar para a indústria o sucesso da sua agricultura, que poderia, com estímulos adequados, habilitar o país a inovar mais e alcançar mercados de alta intensidade tecnológica com produtos e processos industriais diferenciados.

Mas, infelizmente, muitos ainda tratam a agricultura com preconceito, taxando-a como atividade associada ao subdesenvolvimento e ignorando avanços tecnológicos que estão viabilizando vínculos do setor com indústrias cada vez mais diversificadas e sofisticadas. Pela sua natureza, a agricultura tem o poder de impactar um amplo sistema de negócios e indústrias, envolvendo fornecedores de insumos e serviços, processadores de alimentos, fibras, energia e materiais, o sistema de armazenagem e transporte, gastronomia, comunicação e marketing, finanças, gestão de riscos, etc.

Essa relação se fortaleceria no Brasil se políticas e estímulos promovessem mais sinergia entre o setor industrial e o agronegócio, que é o segmento mais robusto da economia brasileira. Como o país seguirá reconhecido como um importante provedor para o sistema alimentar global, essa robustez tenderá a se ampliar. E a indústria brasileira poderia participar mais ativamente da inevitável sofisticação das cadeias do agro, em resposta a avanços tecnológicos e à agenda da sustentabilidade, que estimulam inovação em variados segmentos agroindustriais.

Pelas implicações que tem na saúde e bem-estar das pessoas, no meio ambiente e na economia dos países, a agricultura é atividade que exige cada vez mais precisão, profissionalismo e exatidão em todos os seus processos, com inúmeras oportunidades para a indústria. O barateamento de sensores e da automação digitalmente pilotada já fortalece processos de precisão no campo, com equipamentos guiados por satélite, operando com grande exatidão, economia de insumos e redução de impactos ambientais. É a chamada agricultura de precisão, que envolve variados setores industriais.

É exatamente no campo da agricultura de precisão que cresce no Brasil o empreendedorismo de base tecnológica, com expressivo número de startups que se beneficiam da desejável complementação da pesquisa pública com a iniciativa privada. Processo semelhante ocorre na bioeconomia, com indústrias produtoras de inoculantes, promotores de crescimento, biofertilizantes, nutrição animal, defensivos biológicos, etc., que atendem a consumidores que exigem produtos e processos seguros, limpos e de baixo impacto ambiental.

A agricultura já avança também no campo do biorefino, com a ampliação de exigências de descarbonização em praticamente todos os ramos industriais. O país já é referência na produção e comercialização de açúcar, etanol, biodiesel, bioeletricidade, biogás e carbono, mas o interesse por derivados da biomassa como componentes industriais renováveis e de baixo impacto é crescente. A Embrapa, universidades e empresas já desenvolvem soluções de biorrefinaria para conversão de biomassa e resíduos agroindustriais em bioprodutos para múltiplas indústrias.

Estudos de transição nutricional já indicam alterações no padrão de consumo e dietas em âmbito global nas próximas décadas, com impacto nos mercados. E consumidores cada vez mais informados e exigentes já forçam países a buscar maior diversidade e autonomia alimentar, sinal de que o Brasil precisa fazer escolhas cuidadosas para o futuro. É prudente, por exemplo, repensar prioridade para poucas commodities e exportações de baixo valor agregado, buscando posição de produtor também ativo na fronteira da inovação, com um setor agroindustrial que participe da geração de produtos e processos que moldarão o futuro dos alimentos no mundo.

O Brasil tem uma agricultura forte, mas dificilmente se tornará um país forte sem uma indústria ousada, competitiva e exportadora. É por isso que diversificar, especializar e agregar valor à produção agropecuária nacional é, mais que uma necessidade, um imperativo para o futuro. Frente à desindustrialização que vivemos, esta é uma janela de oportunidade que se abre para a criação de valor pela indústria nacional, tanto para o desenvolvimento de novos produtos e processos, como para reinvenção de setores tradicionais, como o do café, um produto simbólico do Brasil, exemplo clássico da nossa desconexão das cadeias de valor de grande sofisticação e rentabilidade. O país produz, colhe e exporta grãos de café com competência, mas ainda não aprendeu a produzir riqueza com a bebida.

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