Um italiano está sendo processado por uma professora de português após ele acusá-la de ser integrante de uma suposta seita de mulheres que engravidavam para "enganar homens europeus e extorquir o dinheiro deles". No ano ado, o empresário Nunzio Bevilacqua disse à imprensa italiana que a gravidez de brasileira Bárbara Zandomênico seria fruto de "orgias e ritos satânicos". A história veio à tona no domingo (11/5), no programa Fantástico, da TV Globo.
Em 3 de abril de 2024, a RAI, principal TV da Itália, noticiou as seguintes alegações: "Italiano vítima de magia e extorsão no Brasil" e "inventam-se falsas paternidades para arrancar dinheiro".
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Bárbara e Nunzio se conheceram em 2021, em Tubarão (SC). Depois de viajar com o italiano pelo Brasil, Bárbara fez um teste e descobriu que estava grávida. No entanto, Nunzio voltou para a Roma. O italiano insistiu para que a brasileira também fosse para a Itália, mas ela preferiu vivenciar a gestação perto da família em Santa Catarina.
Certo dia, Nunzio ligou para Bárbara e perguntou se estaria tudo bem se ele não particie da criação da filha, não registrasse e não ajudasse financeiramente. Ela respondeu: "Isso aqui não está certo. A gente precisa fazer o que é certo: registrar, acertar convivência, acertar pensão".
A criança nasceu em julho de 2022, dois meses depois dessa ligação. Nunzio quis fazer um teste de DNA em São Paulo. O exame confirmou a paternidade. Ele pediu um segundo teste, mas foi negado pela justiça.
A partir daí, Nunzio começou a afirmar à imprensa italiana que havia uma suposta organização criminosa no Brasil com o objetivo de enganar homens europeus. Ele disse que tinha recebido a seguinte denúncia anônima: "A gravidez de Bárbara é fruto de orgias e ritos satânicos brasileiros que alimentavam uma fábrica de crianças sobrenaturais para lucro com pensões alimentícias".
"Ele criou uma narrativa como se no Brasil tudo fosse possível. Seita religiosa, que é uma organização criminosa, em que as mulheres engravidam de um santo por meio de uma fertilização. Ou seja, todas as crianças são filhas do mesmo santo, do mesmo guru. E, depois de dois anos, se a gente não alcança o objetivo, as crianças são vendidas", destacou Bárbara, ao Fantástico.
"Eu não faço parte de seita nenhuma. Não existiu golpe de nenhum tipo. Existia um relacionamento que não deu certo e, desse relacionamento, existe uma criança — que é saudável, minha filha, filha dele, que vive e está aí. É isso que existe nessa história", acrescentou a brasileira.
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No ano ado, uma equipe de reportagem italiana veio ao Brasil, gravou e publicou imagens de Bárbara e da filha. Um processo criminal foi instaurado para apurar a possível prática dos crimes de calúnia, difamação e perseguição.
A Justiça concedeu medidas protetivas para Bárbara. Sendo assim, se Nunzio vier ao Brasil, ele está proibido de se aproximar de Bárbara e dos familiares dela.
O Correio tenta contato com o Ministério Público de Santa Catarina e com o Itamaraty para saber mais informações sobre o caso, mas ainda não obteve retorno. A reportagem não localizou a defesa de Nunzio.
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