Eleições em Portugal

Eleições em Portugal: centro-direita ganha maioria dos votos e extrema direita cresce

Líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro será reconduzido ao cargo. Partido de extrema direita, Chega obteve crescimento em relação ao último pleito

 Democratic Alliance (AD) party leader and Portuguese Prime Minister Luis Montenegro celebrates his victory during the election night in Lisbon early on May 19, 2025. Portugal's incumbent centre-right party won most seats in yesterday's general election but again fell short of a ruling parliamentary majority, while  for the far-right Chega party rose, near complete official results showed. With just four seats left to assign in Portugal's 230-seat parliament, the Democratic Alliance (AD) had 32.7 percent of the vote. The Socialist Party had 23.4 percent, trailed closely by Chega with 22.6 percent. (Photo by FILIPE AMORIM / AFP)      -  (crédito:  AFP)
Democratic Alliance (AD) party leader and Portuguese Prime Minister Luis Montenegro celebrates his victory during the election night in Lisbon early on May 19, 2025. Portugal's incumbent centre-right party won most seats in yesterday's general election but again fell short of a ruling parliamentary majority, while for the far-right Chega party rose, near complete official results showed. With just four seats left to assign in Portugal's 230-seat parliament, the Democratic Alliance (AD) had 32.7 percent of the vote. The Socialist Party had 23.4 percent, trailed closely by Chega with 22.6 percent. (Photo by FILIPE AMORIM / AFP) - (crédito: AFP)

O Primeiro-ministro de Portugal Luís Montenegro está reeleito ao cargo. Reconduzido à função após vencer as eleições legislativas realizadas no país, neste domingo (18/5), o líder da Aliança Democrática (AD) obteve 89 assentos no Parlamento Português, nove a mais do que na composição atual. Um total de 226 das 230 cadeiras já foram apuradas. 

Vale frisar, todavia, que a AD, por não ter alcançado o número mínimo de 116 cadeiras, não poderá formar maioria e obter o controle do Legislativo. "Os portugueses não querem mais eleições antecipadas. Querem uma legislatura de quatro anos. Às oposições cabe respeitar a vontade popular", disse Montenegro, durante discurso de vitória.

Pesquisas realizadas em bocas de urna já apontavam o favoritismo da Aliança Democrática (AD). A projeção foi feita pela Universidade Católica Portuguesa. De acordo com ela, o AD surgia com 29 a 35% dos votos. 

As pesquisas também apontaram (e acertaram) empate técnico entre agremiações da esquerda. Em segundo está o Partido Socialista, com 21 a 26% dos votos. Após as eleições, obteve 58 assentos. Na composição atual, tinha 49. Ou seja, também cresceu. O Chega, de extrema direita, é o terceiro, com o mesmo número de assentos. Nas pesquisas, possuía cerca de 20 a 24% do total. 

Como funcionam as eleições em Portugal? 

  • O país funciona sob um regime semipresidencialista. Ou seja, funciona sob a jurisdição de um presidente e um primeiro-ministro. As eleições acontecem, nesse momento, para eleger deputados da Assembleia da República. Assim é chamado o Parlamento português;
  • O partido vencedor pode obter o controle do poder Legislativo. Para isso, no entanto, precisam garantir um número mínimo de assentos no parlamento;
  • Ao contrário do que acontece no Brasil, os votos não são direcionados para um candidato. O creditado é o próprio partido. 

Veja um pouco mais sobre os partidos que concorriam ao legislativo: 

Aliança Democrática (AD)

A Aliança Democrática é formada pelo Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, além do Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP), mais conservador. O primeiro-ministro interino Luís Montenegro, líder, quer se manter no cargo.  

O partido subiu ao poder após vencer as eleições em março de 2024, com 28,8% dos votos. No ano seguinte, o governo perdeu prestígio junto ao Parlamento. O motivo foi uma série de questionamentos feitos diante de um possível conflito de interesses em relação a negócios da família do primeiro-ministro. A AD nega qualquer irregularidade. As pesquisas mostram favoritismo para o ano vigente. Qualquer tentativa de acordo por parte do partido "Chega", de extrema direita, foi recusada. 

Partido Socialista (PS) 

O Partido Socilista (PS), se mantém como uma força dominante no cenário político do país, ao lado do PSD. A agremiação é a principal rival do partido de centro-esquerda. Desde o final do ano de 2023, o economista Pedro Nuno Santos lidera. Na função de ministro adjunto, coordenou o apoio da extrema-esquerda (P e Bloco de Esquerda) ao primeiro governo do antigo Primeiro-ministro António Costa, de 2015 a 2019. 

Vale mencionar, além disso, que PS e AD mantêm atuações conjuntas para que as finanças públicas estejam sob controle. Quando estão no poder, atuam juntos para reduzir as dívidas do país, ação que ganhou, inclusive, elogios da União Europeia.  

Chega 

O Chega existe há somente seis anos. Em 2022, todavia, se tornou na terceira força parlamentar. O partido descrito como 'antissistema', além disso, quadruplicou as cadeiras em 2024. Através de uma plataforma contra a corrupção e imigração, chegou a 50. 

O líder André Ventura é formado em direito, além de ter chegado a estudar para ser padre. No entanto, ganhou os holofotes na função de comentarista esportivo. Em 2018, ficou conhecido por declarações pejorativas diante da comunidade cigana no país. É ex-membro do PSD. Em 2019, fundou o partido. Entre as propostas, estão penas mais duras para criminosos e o fim da política de imigrações. 

 

postado em 18/05/2025 22:01 / atualizado em 19/05/2025 10:37
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