
Com a aproximação do conclave para escolher o sucessor do papa Francisco, apostadores já começaram a movimentar as casas de aposta no exterior com palpites de quem será o próximo líder do Vaticano. O argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu na madrugada de segunda-feira (22/4) em decorrência de um acidente vascular cerebral e quadro de insuficiência respiratória, aos 88 anos.
No Brasil, a legislação proíbe apostas que não sejam sobre eventos esportivos. O levantamento dos principais candidatos foi feito com base em bets internacionais e agregadores de apostas.
O favorito na disputa é o cardeal italiano Pietro Parolin, mostra o agregador de apostas ODDS Checker, que aponta uma chance de 35% para o papabili, termo utilizado para indicar um candidato ao papado. Parolin aparece como o sucessor mais provável no site inglês William Hill e Bet365.
Aos 70 anos, Parolin é secretário de Estado do Vaticano desde 2013, ano em que Francisco assumiu o papado, e faz parte do conselho de cardeais que aconselhavam o papa. A carreira do italiano é essencialmente istrativa e diplomática. O cardeal é especialista em temas relativos à Ásia e Oriente Médio e defende o desarmamento nuclear.
Mas um forte concorrente está na disputa e pode se tornar o primeiro papa asiático. O filipino Luis Antonio Gokim Tagle, de 67 anos, aparece com probabilidade de, aproximadamente, 25%. Já o site especializado OLBG aponta Tagle e Parolin empatados, com 36,5% cada.
Apelidado de Francisco Asiático, o filipino apresenta afinidade com jovens e outros atributos semelhantes aos do antigo papa, o que pode representar uma vantagem. Tagle tem uma carreira pastoral e é defensor de causas como a “bondade de todas as religiões” e preservação ambiental.
Outro nome que aparece entre os favoritos é o italiano Matteo Zuppi, nomeado arcebispo de Bolonha por Francisco em 2015. O europeu de 69 anos é considerado um dos nomes mais liberais do Vaticano e apoia questões como o acolhimento de homossexuais pela igreja. As chances de Zuppi, segundo o ODS, são de 13%. Ele não é listado pela OLBG.
Com 10% no ODS e 11% no OLBG, o cardeal húngaro Péter Erd também é um nome de peso na disputa. Aos 72, ele representa uma ala mais conservadora da igreja católica, com posicionamento contrário à união homossexual e contra o aborto.
- Leia também: Quem é Kevin Farrell, cardeal que comanda o conclave e a Igreja até a eleição do novo papa
O ganês Peter Turkson, primeiro cardeal de Gana e arcebispo de Cape Coast, também aparece como um dos nomes cotados. Com 7% das chances, segundo o My Betting Online, do Reino Unido, ele pode se firmar como o primeiro papa africano. Turkson também defende o diálogo entre religiões e a aceitação da homossexualidade.
Último conclave
Para decidir o novo papa, 150 cardeal vão ficar sozinhos e sem comunicação dentro da Capela Sistina. Por isso, apesar das especulações, não é possível saber os resultados de cada votação e as discussões entre os religiosos. Para ser eleito, é necessário atingir pelo menos dois terços do total. Caso nenhum cardeal atinja o número mínimo, os votantes organizam um novo pleito.
Em 2013, no conclave que elegeu o sucessor do papa Bento XVI, os favoritos eram o italiano Angelo Scola, 83 anos, e o brasileiro Odilo Scherer, 75. O nome do arcebispo de São Paulo não aparece mais entre os cotados. Já Scola atingiu a idade máxima para participar do conclave, 80 anos, e não está entre os votantes. No entanto, ele ainda pode ser votado.
Importante lembrar que o nome de Jorge Bergoglio não estava entre os favoritos. Ele foi eleito após cinco votações e pouco mais de 24h após o início do isolamento.