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A partilha da África</h2> <p class="texto">No inverno de 1884-1885, o líder alemão Otto von Bismarck convidou as potências europeias a Berlim para uma conferência onde seria formalizada a divisão de todo o continente africano entre elas.</p> <p class="texto">Nenhum africano esteve presente na conferência, que ficaria conhecida como "A Partilha da África".</p> <p class="texto">Entre outras consequências, a conferência levou à criação do Estado Livre do Congo, sob controle da Bélgica, onde ocorreram <a href="https://www.youtube.com/watch?v=FXgJiThAMl8">terríveis atrocidades coloniais</a> e milhões de pessoas morreram.</p> <p class="texto">A Alemanha também estabeleceu a colônia do Sudoeste Africano (atual Namíbia), onde mais tarde foi perpetrado o <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/internacional-57292909?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">primeiro genocídio do século 20</a> contra povos colonizados.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/a0bb/live/56834980-efad-11ef-a819-277e390a7a08.jpg" alt="Ilustração mostra homens em reunião" width="1024" height="683" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Nenhum africano esteve presente na conferência que dividiria a África</figcaption> </figure> <h2>2. Divisão da Samoa</h2> <p class="texto">Não foi apenas a África que foi dividida dessa maneira. Em 1899, a Alemanha e os Estados Unidos realizaram uma conferência e forçaram os samoanos a aceitar um acordo que dividia suas ilhas no Pacífico entre as duas potências.</p> <p class="texto">Isso aconteceu apesar de os samoanos terem expressado seu desejo de autogoverno ou de uma confederação de Estados do Pacífico <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/internacional-64045878?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">com o Havaí</a>.</p> <p class="texto">Como "compensação" por não ter obtido <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/curiosidades-52926419?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Samoa</a>, o Reino Unido recebeu o controle de <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/internacional-60036811?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Tonga</a>, hoje um país independente.</p> <p class="texto">A Samoa Alemã ficou sob domínio da Nova Zelândia após a Primeira Guerra Mundial e permaneceu assim até 1962, quando se tornou independente. Já a Samoa Americana (assim como outras ilhas do Pacífico) continua sendo um território dos Estados Unidos até os dias de hoje.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/fc89/live/9202c350-efad-11ef-bd1b-d536627785f2.jpg" alt="Soldados da Nova Zelândia seguram bandeira após capturar a Samoa Alemã" width="1024" height="658" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Soldados da Nova Zelândia após capturar a Samoa Alemã</figcaption> </figure> <h2>3. Fim do Império Otomano</h2> <p class="texto">Durante o auge da Primeira Guerra Mundial, representantes britânicos e ses se reuniram para decidir como dividiriam o <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/articles/c2l3exw1wj1o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Império Otomano</a>, com sede na atual Turquia, após o fim do conflito.</p> <p class="texto">Como potência inimiga, os otomanos não foram convidados para as negociações.</p> <p class="texto">O diplomata britânico Mark Sykes e o francês François Georges-Picot redesenharam as fronteiras do Oriente Médio com base nos interesses de seus respectivos países.</p> <p class="texto">Os ses ficariam com o Líbano e a Síria, enquanto os britânicos assumiriam o controle do Iraque e da Palestina.</p> <p class="texto">O <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/internacional-36320891?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Acordo Sykes-Picot</a> contrariava compromissos assumidos pelo Reino Unido na correspondência Hussein-McMahon, na qual prometia apoiar a independência árabe do domínio turco.</p> <p class="texto">Além disso, o acordo também entrava em conflito com as promessas britânicas feitas na <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/geral-41842505?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Declaração de Balfour</a>, que apoiava os sionistas na criação de uma pátria judaica na Palestina otomana.</p> <p class="texto">O Acordo Sykes-Picot se tornou a origem de décadas de conflitos e má gestão colonial no Oriente Médio, cujas consequências ainda são sentidas hoje.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/3c6c/live/78bd03f0-ef9a-11ef-bd1b-d536627785f2.jpg" alt="Mapa que mostra as áreas de controle e influência no Oriente Médio acordadas entre britânicos e ses" width="1024" height="937" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>O britânico Mark Sykes e o francês François Georges-Picot redesenharam as fronteiras do Oriente Médio de acordo com os interesses de suas respectivas nações</figcaption> </figure> <h2>4. O acordo da Tchecoslováquia</h2> <p class="texto">Em setembro de 1938, o primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, e o primeiro-ministro francês, Édouard Daladier, se reuniram com o ditador fascista italiano Benito Mussolini e com o alemão Adolf Hitler para o que ficaria conhecido como o Acordo de Munique.</p> <p class="texto">Os líderes tentaram evitar a propagação da guerra por toda a Europa depois que os nazistas de Hitler fomentaram um levante e começaram a atacar as áreas de fala alemã da então Tchecoslováquia (hoje dividida entre República Tcheca e Eslováquia) conhecidas como os Sudetos. Fizeram isso com o pretexto de proteger as minorias alemãs.</p> <p class="texto">Nenhum tchecoslovaco foi convidado para a reunião.</p> <p class="texto">Muitos ainda consideram a reunião como a "traição de Munique", um exemplo clássico de uma tentativa falha de apaziguar uma potência beligerante com a falsa esperança de evitar a guerra.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/9e0d/live/e1aff300-efad-11ef-bd1b-d536627785f2.jpg" alt="Chamberlain e Hitler em 1938" width="1024" height="812" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Chamberlain e Hitler em 1938</figcaption> </figure> <h2>5. Judeus na Europa</h2> <p class="texto">Em 1938, 32 países se reuniram em Évian-les-Bains, França, para decidir o que fazer com os refugiados judeus que fugiam da perseguição na Alemanha nazista.</p> <p class="texto">Antes de a conferência começar, Reino Unido e Estados Unidos haviam acordado não pressionar um ao outro para aumentar a cota de judeus que aceitariam em solo americano ou na Palestina britânica.</p> <p class="texto">Embora Golda Meir (a futura líder israelense) tenha participado da conferência como observadora, nem ela nem qualquer outro representante do povo judeu foram autorizados a participar das negociações.</p> <p class="texto">Os participantes em grande parte não conseguiram chegar a um acordo sobre a aceitação de refugiados judeus, com exceção da República Dominicana. E a maioria dos judeus na Alemanha não pôde sair antes que o nazismo desse início ao Holocausto.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/6151/live/12f1f710-efae-11ef-a319-fb4e7360c4ec.jpg" alt="Líderes europeus em conferência. Um homem está de pé discursando" width="1024" height="716" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Em 1938, 32 países se reuniram em Évian-les-Bains, França, para decidir o que fazer com os refugiados judeus que fugiam da perseguição na Alemanha nazista</figcaption> </figure> <h2>6. O pacto entre URSS e Alemanha</h2> <p class="texto">Enquanto Hitler planejava sua invasão da Europa Oriental, ficou claro que seu principal obstáculo era a União Soviética. Sua resposta foi um tratado improvável de não agressão com a URSS.</p> <p class="texto">O tratado, que leva o nome de Vyacheslav <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/geral-60642378?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Molotov</a> e Joachim von Ribbentrop (os ministros de Relações Exteriores soviético e alemão), garantiu que a União Soviética não reagiria quando Hitler invadisse a Polônia.</p> <p class="texto">Ele também dividiu a Europa em esferas nazista e soviética. Isso permitiu que os soviéticos se expandissem para a Romênia e os Estados Bálticos, atacassem a Finlândia e tomassem sua própria parte do território polonês.</p> <p class="texto">Não é de se surpreender que alguns vejam as atuais conversas entre Estados Unidos e Rússia sobre o futuro da Ucrânia como o renascimento desse tipo de diplomacia secreta que dividiu as nações menores da Europa entre as grandes potências na Segunda Guerra Mundial.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/c716/live/0ee7db20-ef9b-11ef-a319-fb4e7360c4ec.jpg" alt="Alemães e soviéticos assinam tratado" width="813" height="1024" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>O Pacto Molotov-Ribbentrop, um acordo conhecido como o Tratado de Não Agressão entre a Alemanha e a União Soviética, foi assinado em Moscou no dia 23 de agosto de 1939</figcaption> </figure> <h2>7. Conferência de Yalta</h2> <p class="texto">Com a iminente derrota da Alemanha nazista, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o ditador soviético Josef Stalin e o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt se reuniram em 1945 para decidir o destino da Europa pós-guerra.</p> <p class="texto">Essa reunião ficou conhecida como a <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/internacional-51334970?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Conferência de Yalta.</a></p> <p class="texto">Juntamente com a Conferência de Potsdam, alguns meses depois, Yalta criou a arquitetura política que levaria à divisão da Europa durante a Guerra Fria.</p> <p class="texto">Em Yalta, na península da Crimeia - território ucraniano anexado pela Rússia em 2014 - os "três grandes" decidiram a <a href="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/portuguese/geral-47859411?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">divisão da Alemanha</a>, enquanto a Stalin também foi oferecida uma esfera de interesse na Europa Oriental.</p> <p class="texto">Isso assumiu a forma de uma série de Estados-tampão controlados politicamente pela URSS na Europa Oriental, um modelo que alguns acreditam que Putin pretende emular hoje.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/ffcf/live/4257e820-efae-11ef-bd1b-d536627785f2.jpg" alt="O primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o ditador soviético Josef Stalin e o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt sentados em banco." width="1024" height="746" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>O primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o ditador soviético Josef Stalin e o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt se reuniram em 1945 para decidir o destino da Europa pós-guerra</figcaption> </figure> <p class="texto"><em>*Matt Fitzpatrick é professor de história internacional na Universidade de Flinders, na Austrália. </em></p> <p class="texto"><em>Este artigo foi publicado no The Conversation. Você pode ler a versão original em inglês </em><a href="https://theconversation.com/ukraine-isnt-invited-to-its-own-peace-talks-history-is-full-of-such-examples-and-the-results-are-devastating-250049"><em>aqui</em></a><em>.</em></p> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&p=portuguese.articles.cx29n2yyrx2o.page&x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Acx29n2yyrx2o%5D&x4=%5Bpt-br%5D&x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.informativocarioca.com%2Fportuguese%2Farticles%2Fcx29n2yyrx2o%5D&x7=%5Barticle%5D&x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&x9=%5B7+vezes+em+que+pot%C3%AAncias+negociaram+o+futuro+de+pa%C3%ADses+e+territ%C3%B3rios+sem+contar+com+as+popula%C3%A7%C3%B5es+afetadas%5D&x11=%5B2025-02-24T10%3A48%3A14.973Z%5D&x12=%5B2025-02-24T10%3A48%3A14.973Z%5D&x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/24/1200x801/1_d39a2710_ef97_11ef_87b4_1d3847943481-47072121.jpg?20250224075706?20250224075706", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/24/1000x1000/1_d39a2710_ef97_11ef_87b4_1d3847943481-47072121.jpg?20250224075706?20250224075706", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/24/800x600/1_d39a2710_ef97_11ef_87b4_1d3847943481-47072121.jpg?20250224075706?20250224075706" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Matt Fitzpatrick - The Conversation *", "url": "/autor?termo=matt-fitzpatrick---the-conversation-*" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 6h4f39

7 vezes em que potências negociaram o futuro de países e territórios sem contar com as populações afetadas 3g2y1g
CONJUNTURA INTERNACIONAL

7 vezes em que potências negociaram o futuro de países e territórios sem contar com as populações afetadas 653n68

A decisão dos EUA e da Rússia de começar a negociar sobre a Ucrânia sem a participação de Kiev lembra outros eventos históricos do ado, quando potências estrangeiras tomaram decisões sobre o destino de uma nação sem seu envolvimento. 2h114b

A Ucrânia não foi convidada para a reunião-chave entre autoridades dos Estados Unidos e da Rússia na Arábia Saudita na semana ada para decidir como poderia ser a paz no país.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Ucrânia "nunca aceitará" qualquer decisão sem sua participação nas negociações para encerrar a guerra com a Rússia.

A decisão de negociar a soberania dos ucranianos sem eles – assim como a tentativa notoriamente desproporcional do presidente dos EUA, Donald Trump, de reivindicar metade da riqueza de minerais raros da Ucrânia como preço pelo contínuo apoio americano – revela muito sobre como Trump vê a Ucrânia e a Europa.

Mas esta não é a primeira vez que grandes potências conspiram para negociar novas fronteiras ou esferas de influência sem a participação das pessoas que vivem nesses territórios.

Essa política de poder autoritária raramente termina bem para os afetados, como mostram estes sete exemplos históricos:

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Representantes dos EUA e Rússia se reuniram em 18 de fevereiro na Arábia Saudita

1. A partilha da África 162ye

No inverno de 1884-1885, o líder alemão Otto von Bismarck convidou as potências europeias a Berlim para uma conferência onde seria formalizada a divisão de todo o continente africano entre elas.

Nenhum africano esteve presente na conferência, que ficaria conhecida como "A Partilha da África".

Entre outras consequências, a conferência levou à criação do Estado Livre do Congo, sob controle da Bélgica, onde ocorreram e milhões de pessoas morreram.

A Alemanha também estabeleceu a colônia do Sudoeste Africano (atual Namíbia), onde mais tarde foi perpetrado o primeiro genocídio do século 20 contra povos colonizados.

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Nenhum africano esteve presente na conferência que dividiria a África

2. Divisão da Samoa 55l6t

Não foi apenas a África que foi dividida dessa maneira. Em 1899, a Alemanha e os Estados Unidos realizaram uma conferência e forçaram os samoanos a aceitar um acordo que dividia suas ilhas no Pacífico entre as duas potências.

Isso aconteceu apesar de os samoanos terem expressado seu desejo de autogoverno ou de uma confederação de Estados do Pacífico com o Havaí.

Como "compensação" por não ter obtido Samoa, o Reino Unido recebeu o controle de Tonga, hoje um país independente.

A Samoa Alemã ficou sob domínio da Nova Zelândia após a Primeira Guerra Mundial e permaneceu assim até 1962, quando se tornou independente. Já a Samoa Americana (assim como outras ilhas do Pacífico) continua sendo um território dos Estados Unidos até os dias de hoje.

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Soldados da Nova Zelândia após capturar a Samoa Alemã

3. Fim do Império Otomano 6w2i4m

Durante o auge da Primeira Guerra Mundial, representantes britânicos e ses se reuniram para decidir como dividiriam o Império Otomano, com sede na atual Turquia, após o fim do conflito.

Como potência inimiga, os otomanos não foram convidados para as negociações.

O diplomata britânico Mark Sykes e o francês François Georges-Picot redesenharam as fronteiras do Oriente Médio com base nos interesses de seus respectivos países.

Os ses ficariam com o Líbano e a Síria, enquanto os britânicos assumiriam o controle do Iraque e da Palestina.

O Acordo Sykes-Picot contrariava compromissos assumidos pelo Reino Unido na correspondência Hussein-McMahon, na qual prometia apoiar a independência árabe do domínio turco.

Além disso, o acordo também entrava em conflito com as promessas britânicas feitas na Declaração de Balfour, que apoiava os sionistas na criação de uma pátria judaica na Palestina otomana.

O Acordo Sykes-Picot se tornou a origem de décadas de conflitos e má gestão colonial no Oriente Médio, cujas consequências ainda são sentidas hoje.

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O britânico Mark Sykes e o francês François Georges-Picot redesenharam as fronteiras do Oriente Médio de acordo com os interesses de suas respectivas nações

4. O acordo da Tchecoslováquia 315i71

Em setembro de 1938, o primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, e o primeiro-ministro francês, Édouard Daladier, se reuniram com o ditador fascista italiano Benito Mussolini e com o alemão Adolf Hitler para o que ficaria conhecido como o Acordo de Munique.

Os líderes tentaram evitar a propagação da guerra por toda a Europa depois que os nazistas de Hitler fomentaram um levante e começaram a atacar as áreas de fala alemã da então Tchecoslováquia (hoje dividida entre República Tcheca e Eslováquia) conhecidas como os Sudetos. Fizeram isso com o pretexto de proteger as minorias alemãs.

Nenhum tchecoslovaco foi convidado para a reunião.

Muitos ainda consideram a reunião como a "traição de Munique", um exemplo clássico de uma tentativa falha de apaziguar uma potência beligerante com a falsa esperança de evitar a guerra.

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Chamberlain e Hitler em 1938

5. Judeus na Europa 5l122z

Em 1938, 32 países se reuniram em Évian-les-Bains, França, para decidir o que fazer com os refugiados judeus que fugiam da perseguição na Alemanha nazista.

Antes de a conferência começar, Reino Unido e Estados Unidos haviam acordado não pressionar um ao outro para aumentar a cota de judeus que aceitariam em solo americano ou na Palestina britânica.

Embora Golda Meir (a futura líder israelense) tenha participado da conferência como observadora, nem ela nem qualquer outro representante do povo judeu foram autorizados a participar das negociações.

Os participantes em grande parte não conseguiram chegar a um acordo sobre a aceitação de refugiados judeus, com exceção da República Dominicana. E a maioria dos judeus na Alemanha não pôde sair antes que o nazismo desse início ao Holocausto.

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Em 1938, 32 países se reuniram em Évian-les-Bains, França, para decidir o que fazer com os refugiados judeus que fugiam da perseguição na Alemanha nazista

6. O pacto entre URSS e Alemanha 212d23

Enquanto Hitler planejava sua invasão da Europa Oriental, ficou claro que seu principal obstáculo era a União Soviética. Sua resposta foi um tratado improvável de não agressão com a URSS.

O tratado, que leva o nome de Vyacheslav Molotov e Joachim von Ribbentrop (os ministros de Relações Exteriores soviético e alemão), garantiu que a União Soviética não reagiria quando Hitler invadisse a Polônia.

Ele também dividiu a Europa em esferas nazista e soviética. Isso permitiu que os soviéticos se expandissem para a Romênia e os Estados Bálticos, atacassem a Finlândia e tomassem sua própria parte do território polonês.

Não é de se surpreender que alguns vejam as atuais conversas entre Estados Unidos e Rússia sobre o futuro da Ucrânia como o renascimento desse tipo de diplomacia secreta que dividiu as nações menores da Europa entre as grandes potências na Segunda Guerra Mundial.

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O Pacto Molotov-Ribbentrop, um acordo conhecido como o Tratado de Não Agressão entre a Alemanha e a União Soviética, foi assinado em Moscou no dia 23 de agosto de 1939

7. Conferência de Yalta u5o1u

Com a iminente derrota da Alemanha nazista, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o ditador soviético Josef Stalin e o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt se reuniram em 1945 para decidir o destino da Europa pós-guerra.

Essa reunião ficou conhecida como a Conferência de Yalta.

Juntamente com a Conferência de Potsdam, alguns meses depois, Yalta criou a arquitetura política que levaria à divisão da Europa durante a Guerra Fria.

Em Yalta, na península da Crimeia - território ucraniano anexado pela Rússia em 2014 - os "três grandes" decidiram a divisão da Alemanha, enquanto a Stalin também foi oferecida uma esfera de interesse na Europa Oriental.

Isso assumiu a forma de uma série de Estados-tampão controlados politicamente pela URSS na Europa Oriental, um modelo que alguns acreditam que Putin pretende emular hoje.

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O primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o ditador soviético Josef Stalin e o presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt se reuniram em 1945 para decidir o destino da Europa pós-guerra

*Matt Fitzpatrick é professor de história internacional na Universidade de Flinders, na Austrália.

Este artigo foi publicado no The Conversation. Você pode ler a versão original em inglês aqui.

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