
Após a repercussão negativa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou atrás e anunciou que o material didático no estado será disponibilizado “no gosto do freguês”. De acordo com a declaração, feita neste sábado (5/8), os alunos terão o aos livros tanto por meio de tablets, quanto de forma física.
"Vamos imprimir centralizadamente e distribuir esse material para as escolas. Então, o aluno vai ter o tablet e o material impresso disponíveis. Vai no gosto do freguês", afirmou Tarcísio. As apostilas, segundo o governador, serão baseadas no conteúdo digital que já está em utilização na rede de ensino.
A declaração foi dada depois que o governo de SP ou a ser pressionado pela decisão do secretário de Educação, Renato Feder, de abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) em 2024. Ele ainda afirmou que não iria mais comprar livros para o ensino médio também.
Pelo livro didático, o governo de São Paulo não pagaria nada, já que é comprado e entregue pelo Ministério da Educação (MEC). Hoje nas escolas estaduais ainda não há tablets, segundo Feder disse ao Estadão, as aulas têm "uma grande TV, que a os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios".
O Ministério Público Estadual abriu inquérito para investigar o custo e a qualidade do material que o governo Tarcísio quer usar.
Tarcísio defendeu secretário
O governador de SP descartou substituir o secretário de Educação, Renato Feder. Em conversa com o Estadão, Tarcísio chamou o secretário de "preparadíssimo, estudioso, entusiasmado e idealista". E acrescentou que Feder "tem sua iração e respeito" e que "a chance" de ser substituído é "zero".
O governador defendeu a posição do secretário sobre os livros didáticos. "Não é uma decisão desarrazoada. Só foi mal comunicada. Ela faz muito sentido. Tem uma lógica que eles não souberam explicar", disse. E antecipou que os alunos terão um livro didático impresso com o material dos slides aprofundado.
O Estadão revelou, na sexta-feira (4/8), que Feder é investigado por conflito de interesses, por sua empresa vender notebooks para a secretaria que ele comanda. Ele detém parte da Multilaser, que mantém contratos com a Secretaria de Educação de São Paulo de mais de R$ 75 milhões. Ao todo são três contratos para o fornecimento de 97 mil notebooks para a rede pública estadual.
Sobre os contratos da empresa do secretário com a pasta que comanda, o governador disse que o governo de São Paulo "já comprava Multilaser antes da sua gestão e seu governo não comprou nada da empresa".