/* 1rem = 16px, 0.625rem = 10px, 0.5rem = 8px, 0.25rem = 4px, 0.125rem = 2px, 0.0625rem = 1px */ :root { --cor: #073267; --fonte: "Roboto", sans-serif; --menu: 12rem; /* Tamanho Menu */ } @media screen and (min-width: 600px){ .site{ width: 50%; margin-left: 25%; } .logo{ width: 50%; } .hamburger{ display: none; } } @media screen and (max-width: 600px){ .logo{ width: 100%; } } p { text-align: justify; } .logo { display: flex; position: absolute; /* Tem logo que fica melhor sem position absolute*/ align-items: center; justify-content: center; } .hamburger { font-size: 1.5rem; padding-left: 0.5rem; z-index: 2; } .sidebar { padding: 10px; margin: 0; z-index: 2; } .sidebar>li { list-style: none; margin-bottom: 10px; z-index: 2; } .sidebar a { text-decoration: none; color: #fff; z-index: 2; } .close-sidebar { font-size: 1.625em; padding-left: 5px; height: 2rem; z-index: 3; padding-top: 2px; } #sidebar1 { width: var(--menu); background: var(--cor); color: #fff; } #sidebar1 amp-img { width: var(--menu); height: 2rem; position: absolute; top: 5px; z-index: -1; } .fonte { font-family: var(--fonte); } .header { display: flex; background: var(--cor); color: #fff; align-items: center; height: 3.4rem; } .noticia { margin: 0.5rem; } .assunto { text-decoration: none; color: var(--cor); text-transform: uppercase; font-size: 1rem; font-weight: 800; display: block; } .titulo { color: #333; } .autor { color: var(--cor); font-weight: 600; } .chamada { color: #333; font-weight: 600; font-size: 1.2rem; line-height: 1.3; } .texto { line-height: 1.3; } .galeria {} .retranca {} .share { display: flex; justify-content: space-around; padding-bottom: 0.625rem; padding-top: 0.625rem; } .tags { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; text-decoration: none; } .tags ul { display: flex; flex-wrap: wrap; list-style-type: disc; margin-block-start: 0.5rem; margin-block-end: 0.5rem; margin-inline-start: 0px; margin-inline-end: 0px; padding-inline-start: 0px; flex-direction: row; } .tags ul li { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; padding-inline-end: 2px; padding-bottom: 3px; padding-top: 3px; } .tags ul li a { color: var(--cor); text-decoration: none; } .tags ul li a:visited { color: var(--cor); } .citacao {} /* Botões de compartilhamento arrendodados com a cor padrão do site */ amp-social-share.rounded { border-radius: 50%; background-size: 60%; color: #fff; background-color: var(--cor); } --> { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/euestudante/cultura/2021/06/4934214-dia-do-orgulho-lgbtqia+-educacao-acolhe-alunos-mesmo-a-distancia.html", "name": "Dia do Orgulho LGBTQIA+: educação acolhe alunos mesmo a distância", "headline": "Dia do Orgulho LGBTQIA+: educação acolhe alunos mesmo a distância", "alternateName": "Refúgio", "alternativeHeadline": "Refúgio", "datePublished": "2021-06-28-0320:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Neste Dia do Orgulho LGBTQIA+ (28), os motivos de comemora&ccedil;&atilde;o ainda s&atilde;o pequenos comparados aos casos de preconceito e viol&ecirc;ncia sofridos no pa&iacute;s. Nos ambientes escolares, h&aacute; esfor&ccedil;os para que o assunto seja amplamente debatido, o que se contrap&otilde;e &agrave;s a&ccedil;&otilde;es conservadoras.</p> <p class="texto"><br />Em Vit&oacute;ria (ES), um vereador amea&ccedil;ou professora que prop&ocirc;s atividades voltadas para o M&ecirc;s do Orgulho LGBT. Alunos organizaram protesto na &uacute;ltima segunda-feira (21) em defesa da professora.</p> <p class="texto"><br />Mas n&atilde;o s&atilde;o s&oacute; esses os desafios. O isolamento e o ensino remoto tamb&eacute;m trazem novos desafios para a educa&ccedil;&atilde;o inclusivas de l&eacute;sbicas, gays, bissexuais, transg&ecirc;neros, quer, intersexo, assexuais e outras (LGBTQIA+).</p> <p class="texto"><br />O deputado distrital F&aacute;bio F&eacute;lix (Psol-DF) destaca que, al&eacute;m de evidenciar situa&ccedil;&otilde;es de vulnerabilidade social, o ensino remoto tamb&eacute;m fragiliza a popula&ccedil;&atilde;o LGBTQIA+ pela falta da prote&ccedil;&atilde;o trazida pela escola. &ldquo;Esse contexto de pandemia piora esse processo e pode colocar a popula&ccedil;&atilde;o LGBT numa condi&ccedil;&atilde;o ainda mais prec&aacute;ria e de vulnerabilidade por n&atilde;o ter o&nbsp;&agrave; socializa&ccedil;&atilde;o, por n&atilde;o ter uma rede de prote&ccedil;&atilde;o que a escola proporciona atrav&eacute;s dos professores, da equipe pedag&oacute;gica&rdquo;, explica.</p> <p class="texto"><br />&ldquo;E muitas vezes as fam&iacute;lias n&atilde;o aceitam a sexualidade e t&ecirc;m comportamentos abusivos e violentos&rdquo;, pontua o deputado. "E a escola que gera essa rede de prote&ccedil;&atilde;o, porque, para muita gente, a casa &eacute; um lugar de prote&ccedil;&atilde;o, mas para a popula&ccedil;&atilde;o LGBT, infelizmente, nem sempre&rdquo;.</p> <blockquote style="background: #FFF; border: 0; border-radius: 3px; box-shadow: 0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width: 540px; min-width: 326px; padding: 0; width: calc(100% - 2px);" class="instagram-media" data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/reel/CQrL14iAe3E/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" data-instgrm-version="13"> <div style="padding: 16px;"> <div style="display: flex; flex-direction: row; align-items: center;">&nbsp;</div> <div style="padding: 19% 0;">&nbsp;</div> <div style="display: block; height: 50px; margin: 0 auto 12px; width: 50px;">&nbsp;</div> <div style="padding-top: 8px;"> <div style="color: #3897f0; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-weight: 550; line-height: 18px;">Ver essa foto no Instagram</div> </div> <div style="padding: 12.5% 0;">&nbsp;</div> <div style="display: flex; flex-direction: row; margin-bottom: 14px; align-items: center;">&nbsp;</div> <div style="display: flex; flex-direction: column; flex-grow: 1; justify-content: center; margin-bottom: 24px;">&nbsp;</div> <p style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px; margin-bottom: 0; margin-top: 8px; overflow: hidden; padding: 8px 0 7px; text-align: center; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;"><a style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 17px; text-decoration: none;" href="https://www.instagram.com/reel/CQrL14iAe3E/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Uma publica&ccedil;&atilde;o compartilhada por Fa?bio Felix (@fabiofelixdf)</a></p> </div> </blockquote> <h3><script async="" src="//www.instagram.com/embed.js"></script> <br />Espa&ccedil;o para ser livre</h3> <p class="texto"><br />O estudante de filosofia da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB) Jo&atilde;o Victor, 24 anos, tamb&eacute;m acredita que o ambiente de acolhimento no espa&ccedil;o f&iacute;sico da universidade faz falta. &ldquo;Considero desconfort&aacute;vel participar das reuni&otilde;es on-line porque geralmente sempre tem algu&eacute;m perto, no mesmo c&ocirc;modo, e infelizmente a maioria dos estudantes LGBTQI+ ainda vivem numa situa&ccedil;&atilde;o de preconceito dentro de casa&rdquo;, pontua.</p> <p class="texto"><br />Ele se assumiu h&aacute; um ano para a fam&iacute;lia e conta que a UnB o ajudou em um processo de autoconhecimento e aceita&ccedil;&atilde;o da bissexualidade. &ldquo;Com a viv&ecirc;ncia da universidade, a acolhida dos colegas de curso e um o maior &agrave;s pautas de lutas da comunidade LGBTQI+, eu pude ver que realmente era necess&aacute;rio eu sair desse arm&aacute;rio e mostrar ao mundo o orgulho que eu tenho de ser eu mesmo&rdquo;, relata. &ldquo;Pude perceber que ser livre &eacute; tamb&eacute;m um ato de resist&ecirc;ncia&rdquo;.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/28/675x450/1_joao_victor-6732438.jpeg" width="675" height="449" layout="responsive" alt="Jo&atilde;o Victor se sentiu muito acolhido na UnB"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Jo&atilde;o Victor se sentiu muito acolhido na UnB</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"><br />Jo&atilde;o Victor foi o primeiro caso de covid-19 na UnB e conta que a universidade providenciou atendimento psicol&oacute;gico remoto. Ele aproveita para agradecer &agrave; Larissa, membro do comit&ecirc; de crise da universidade. Segundo ele, o&nbsp;processo ajudou a lidar com o isolamento e as quest&otilde;es que ele traz &agrave; tona.</p> <h3><br />Escola nem sempre cumpre o papel de ref&uacute;gio</h3> <p class="texto"><br />Para Manoela Melo de Lima, 16, a escola, infelizmente, n&atilde;o teve o papel de acolhimento desejado. Assumida l&eacute;sbica desde os 12, o primeiro momento foi delicado. &ldquo;A minha casa e a escola eram os lugares que mais me prejudicaram, tanto que eu abandonei a escola por um tempo, ent&atilde;o acho que a internet foi o meu ref&uacute;gio&rdquo;, recorda.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/28/675x450/1_whatsapp_image_2021_06_28_at_19_15_55-6732460.jpeg" width="675" height="449" layout="responsive" alt="Para Manoela Melo, o EAD foi bom porque ela n&atilde;o teve que encarar os colegas pessoalmente"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Para Manoela Melo, o EAD foi bom porque ela n&atilde;o teve que encarar os colegas pessoalmente</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"><br />A jovem cursa o oitavo ano do ensino fundamental na educa&ccedil;&atilde;o de jovens e adultos (EJA). Por estudar com pessoas mais velhas, ela temia que fosse atacada de alguma forma, mas teve uma surpresa positiva ao perceber que as demais pessoas tratavam o assunto com naturalidade.</p> <p class="texto"><br />Vendo o ambiente escolar sob uma perspectiva diferente da vivida por Jo&atilde;o Victor, ela conta que o ensino remoto a fez sentir menos medo do preconceito que poderia sofrer.</p> <h3><br />Rede de apoio nas escolas</h3> <p class="texto"><br />Nat&aacute;lia Pires, 34, ouviu relatos de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica vindo de seus alunos do Instituto Federal de Bras&iacute;lia (IFB), c&acirc;mpus Recanto das Emas, onde &eacute; professora no T&eacute;cnico em Produ&ccedil;&atilde;o de &Aacute;udio e V&iacute;deo. Nesses casos, a viol&ecirc;ncia, principalmente verbal, era derivada da LGBTfobia. &ldquo;(O isolamento) foi um fator bastante agravante assim nesse per&iacute;odo de EAD. Muita gente sai de casa, vai morar com outras pessoas da fam&iacute;lia&rdquo;, conta.&nbsp;</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/28/675x450/1_natalia-6732449.jpeg" width="675" height="449" layout="responsive" alt="Nat&aacute;lia Pires, do IFB, ouviu relatos de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica dos seus alunos"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Nat&aacute;lia Pires, do IFB, ouviu relatos de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica dos seus alunos</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"><br />&ldquo;Existe um desafio muito grande sem estar por perto fisicamente, porque muitas vezes a escola &eacute; um lugar de ref&uacute;gio para essas pessoas que &agrave;s vezes sofrem viol&ecirc;ncias em casa, na rua ou em v&aacute;rios outros lugares&rdquo;, explica. Ela tamb&eacute;m destaca que h&aacute; um desafio em identificar quando os alunos n&atilde;o est&atilde;o bem tendo contato apenas de forma remota.</p> <p class="texto"><br />Para coordenar as iniciativas, o c&acirc;mpus tem um N&uacute;cleo de G&ecirc;nero e Diversidade Sexual (Nugedis). &ldquo;A gente percebeu estudantes que estavam sofrendo. Ent&atilde;o, a gente procurava redes de apoio, de psic&oacute;logos que pudessem atender&nbsp;a dist&acirc;ncia, muitas vezes tentamos entrar em contato com familiares tamb&eacute;m&rdquo;, relata.</p> <p class="texto">&nbsp;</p> <h3>Canais de atendimento aos estudantes</h3> <p class="texto"><br />De acordo com a coordenadora da Diretoria de Diversidade da UnB (DIV-UnB) Suzana Xavier, a sexualidade em si n&atilde;o necessariamente afeta o desempenho dos estudantes que s&atilde;o LGBT. A falta de informa&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m, juntamente com o preconceito e a viol&ecirc;ncia que &eacute; praticada contra essa comunidade, seriam o real problema, que segundo ela, parte de um conservadorismo muito violento e acaba por afetar n&atilde;o s&oacute; o desempenho acad&ecirc;mico, mas a pr&oacute;pria exist&ecirc;ncia.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/28/675x450/1_susana-6732427.jpeg" width="675" height="449" layout="responsive" alt="De acordo com a coordenadora da Diretoria de Diversidade da UnB Susana Xavier, a orienta&ccedil;&atilde;o sexual ou g&ecirc;nero n&atilde;o interfere no desempenho, mas outras quest&otilde;es relacionadas a isso"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>De acordo com a coordenadora da Diretoria de Diversidade da UnB Susana Xavier, a orienta&ccedil;&atilde;o sexual ou g&ecirc;nero n&atilde;o interfere no desempenho, mas outras quest&otilde;es relacionadas a isso</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"><br />Ela evidencia que o acolhimento na UnB &eacute; feito por uma equipe especializada, independentemente de ser algu&eacute;m da &aacute;rea t&eacute;cnica, professor ou aluno, a equipe deve olhar essas condicionantes em torno do indiv&iacute;duo: classe, ra&ccedil;a, origens para avaliar essas condi&ccedil;&otilde;es.</p> <p class="texto"><br />Na Diretoria de Aten&ccedil;&atilde;o &agrave; Sa&uacute;de da Comunidade Universit&aacute;ria (Dasu-UnB) foi preciso uma readequa&ccedil;&atilde;o. Para isso, os canais de comunica&ccedil;&atilde;o foram colocados &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o dos estudantes, principalmente, do corpo t&eacute;cnico e da comunidade universit&aacute;ria. Canais como e-mails, WhatsApps, Instagram e Facebook.</p> <p class="texto"><br />Com o conhecimento dos canais de atendimento, houveram mais buscas pela diretoria, que manteve e refor&ccedil;ou parcerias com as ferramentas do governo. &ldquo;A gente consegue aux&iacute;lio emergencial para que se mantenham na universidade, para que n&atilde;o haja evas&atilde;o. N&oacute;s encaminhamos tamb&eacute;m para redes internas. No caso para diretoria de sa&uacute;de, se houver adoecimento, adoecimento mental, ambulat&oacute;rio trans, enfim, para rede interna da UnB e pra fora tamb&eacute;m quando &eacute; o caso&rsquo;, finaliza.</p> <p class="texto"><strong>*Estagi&aacute;ria sob a supervis&atilde;o da subeditora Ana Luisa Araujo</strong><br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/28/750x500/1_1_brasilia_orgulho_6724592-6732471.jpg?20221208192627?20221208192627", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Gabriella Castro*" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 31y1k

Eu, Estudante 445c6h

Refúgio

Dia do Orgulho LGBTQIA+: educação acolhe alunos mesmo a distância 2l4m6b

Para alguns estudantes pertencentes à sigla, a escola ou universidade pode ser um ambiente de refúgio de lugares preconceituosos 2t2s2v

Neste Dia do Orgulho LGBTQIA+ (28), os motivos de comemoração ainda são pequenos comparados aos casos de preconceito e violência sofridos no país. Nos ambientes escolares, há esforços para que o assunto seja amplamente debatido, o que se contrapõe às ações conservadoras.


Em Vitória (ES), um vereador ameaçou professora que propôs atividades voltadas para o Mês do Orgulho LGBT. Alunos organizaram protesto na última segunda-feira (21) em defesa da professora.


Mas não são só esses os desafios. O isolamento e o ensino remoto também trazem novos desafios para a educação inclusivas de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, quer, intersexo, assexuais e outras (LGBTQIA+).


O deputado distrital Fábio Félix (Psol-DF) destaca que, além de evidenciar situações de vulnerabilidade social, o ensino remoto também fragiliza a população LGBTQIA+ pela falta da proteção trazida pela escola. “Esse contexto de pandemia piora esse processo e pode colocar a população LGBT numa condição ainda mais precária e de vulnerabilidade por não ter o à socialização, por não ter uma rede de proteção que a escola proporciona através dos professores, da equipe pedagógica”, explica.


“E muitas vezes as famílias não aceitam a sexualidade e têm comportamentos abusivos e violentos”, pontua o deputado. "E a escola que gera essa rede de proteção, porque, para muita gente, a casa é um lugar de proteção, mas para a população LGBT, infelizmente, nem sempre”.

 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Fa?bio Felix (@fabiofelixdf)

Espaço para ser livre 6i3t6x


O estudante de filosofia da Universidade de Brasília (UnB) João Victor, 24 anos, também acredita que o ambiente de acolhimento no espaço físico da universidade faz falta. “Considero desconfortável participar das reuniões on-line porque geralmente sempre tem alguém perto, no mesmo cômodo, e infelizmente a maioria dos estudantes LGBTQI+ ainda vivem numa situação de preconceito dentro de casa”, pontua.


Ele se assumiu há um ano para a família e conta que a UnB o ajudou em um processo de autoconhecimento e aceitação da bissexualidade. “Com a vivência da universidade, a acolhida dos colegas de curso e um o maior às pautas de lutas da comunidade LGBTQI+, eu pude ver que realmente era necessário eu sair desse armário e mostrar ao mundo o orgulho que eu tenho de ser eu mesmo”, relata. “Pude perceber que ser livre é também um ato de resistência”.

Arquivo Pessoal - João Victor se sentiu muito acolhido na UnB


João Victor foi o primeiro caso de covid-19 na UnB e conta que a universidade providenciou atendimento psicológico remoto. Ele aproveita para agradecer à Larissa, membro do comitê de crise da universidade. Segundo ele, o processo ajudou a lidar com o isolamento e as questões que ele traz à tona.

Escola nem sempre cumpre o papel de refúgio f3x4t


Para Manoela Melo de Lima, 16, a escola, infelizmente, não teve o papel de acolhimento desejado. Assumida lésbica desde os 12, o primeiro momento foi delicado. “A minha casa e a escola eram os lugares que mais me prejudicaram, tanto que eu abandonei a escola por um tempo, então acho que a internet foi o meu refúgio”, recorda.

Arquivo Pessoal - Para Manoela Melo, o EAD foi bom porque ela não teve que encarar os colegas pessoalmente


A jovem cursa o oitavo ano do ensino fundamental na educação de jovens e adultos (EJA). Por estudar com pessoas mais velhas, ela temia que fosse atacada de alguma forma, mas teve uma surpresa positiva ao perceber que as demais pessoas tratavam o assunto com naturalidade.


Vendo o ambiente escolar sob uma perspectiva diferente da vivida por João Victor, ela conta que o ensino remoto a fez sentir menos medo do preconceito que poderia sofrer.

Rede de apoio nas escolas 95m5b


Natália Pires, 34, ouviu relatos de violência doméstica vindo de seus alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB), câmpus Recanto das Emas, onde é professora no Técnico em Produção de Áudio e Vídeo. Nesses casos, a violência, principalmente verbal, era derivada da LGBTfobia. “(O isolamento) foi um fator bastante agravante assim nesse período de EAD. Muita gente sai de casa, vai morar com outras pessoas da família”, conta. 

Arquivo Pessoal - Natália Pires, do IFB, ouviu relatos de violência doméstica dos seus alunos


“Existe um desafio muito grande sem estar por perto fisicamente, porque muitas vezes a escola é um lugar de refúgio para essas pessoas que às vezes sofrem violências em casa, na rua ou em vários outros lugares”, explica. Ela também destaca que há um desafio em identificar quando os alunos não estão bem tendo contato apenas de forma remota.


Para coordenar as iniciativas, o câmpus tem um Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (Nugedis). “A gente percebeu estudantes que estavam sofrendo. Então, a gente procurava redes de apoio, de psicólogos que pudessem atender a distância, muitas vezes tentamos entrar em contato com familiares também”, relata.

 

Canais de atendimento aos estudantes 5p2le


De acordo com a coordenadora da Diretoria de Diversidade da UnB (DIV-UnB) Suzana Xavier, a sexualidade em si não necessariamente afeta o desempenho dos estudantes que são LGBT. A falta de informação, porém, juntamente com o preconceito e a violência que é praticada contra essa comunidade, seriam o real problema, que segundo ela, parte de um conservadorismo muito violento e acaba por afetar não só o desempenho acadêmico, mas a própria existência.

Arquivo Pessoal - De acordo com a coordenadora da Diretoria de Diversidade da UnB Susana Xavier, a orientação sexual ou gênero não interfere no desempenho, mas outras questões relacionadas a isso


Ela evidencia que o acolhimento na UnB é feito por uma equipe especializada, independentemente de ser alguém da área técnica, professor ou aluno, a equipe deve olhar essas condicionantes em torno do indivíduo: classe, raça, origens para avaliar essas condições.


Na Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu-UnB) foi preciso uma readequação. Para isso, os canais de comunicação foram colocados à disposição dos estudantes, principalmente, do corpo técnico e da comunidade universitária. Canais como e-mails, WhatsApps, Instagram e Facebook.


Com o conhecimento dos canais de atendimento, houveram mais buscas pela diretoria, que manteve e reforçou parcerias com as ferramentas do governo. “A gente consegue auxílio emergencial para que se mantenham na universidade, para que não haja evasão. Nós encaminhamos também para redes internas. No caso para diretoria de saúde, se houver adoecimento, adoecimento mental, ambulatório trans, enfim, para rede interna da UnB e pra fora também quando é o caso’, finaliza.

*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo