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<p class="texto">Desde o primeiro dia que entrou em sala de aula, há 33 anos, o professor de geografia Paulo Roberto Magalhães, 57 anos, sonha em contribuir para melhorar a sociedade e fazê-la acreditar que o caminho da mudança está atrelado à educação. <img style="width: 1px; height: 1px; display: inline;" src="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/ebc.png?id=1488069&o=rss" /><img style="width: 1px; height: 1px; display: inline;" src="https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/ebc.gif?id=1488069&o=rss" /></p>
<p class="texto">Professor de uma escola pública na região central de São Paulo, ele conta que a violência urbana é a tônica local e que as famílias dos alunos fogem à estrutura nuclear tradicional e muitas vivem em situação de vulnerabilidade.</p>
<p class="texto">Mestre em arquitetura e urbanismo, o professor desenvolveu um projeto, em 2016, para levar os estudantes a visitações em vários pontos da capital paulista, para mostrar, a partir de fotografias antigas, como se deu a ocupação do espaço e como isso influencia a vida na região, em especial no Glicério, onde está inserida a escola em que ele trabalha: Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Duque de Caxias. Surgiu assim o projeto Aula Pública: Além dos muros da escola. </p>
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<div class="shadow overflow-hidden rounded-lg d-block zoom-on-hover-sm shadow-hover w-100"><img class="flex-fill img-cover" title="Acervo pessoal" src="http://fivenews.cbnet.net.br/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif" alt="Dia do Professor: educadores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores" data-echo="https://imagens.ebc.com.br/p4W-XMQXdLeiR9rmSpDT-thhNS0=/754x0/smart/https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/sites/default/files/thumbnails/image/professor_paulo_roberto_magalhaes_5.jpeg?itok=31kXeeS5" /> <noscript><img src="https://imagens.ebc.com.br/p4W-XMQXdLeiR9rmSpDT-thhNS0=/754x0/smart/https://correiobraziliense-br.informativocarioca.com/sites/default/files/thumbnails/image/professor_paulo_roberto_magalhaes_5.jpeg?itok=31kXeeS5" alt="Dia do Professor: educadores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores" title="Acervo pessoal" class="flex-fill img-cover"></noscript></div>
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<h6 class="meta"><!--copyright=303529-->Dia do Professor: educadores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores - <strong>Acervo pessoal</strong><!--END copyright=303529--></h6>
<p class="texto">"Através da Aula Pública, tornou-se possível contribuir de forma mais eficaz para a formação intelectual e cidadã dos alunos, incentivando a compreensão e o entendimento de questões políticas da sociedade brasileira a partir de dados da sua região. Este projeto, na medida do possível, tem contribuído para formar líderes, desdobrando-se na vertente do objetivo inicial: compreender e fortalecer o processo de transformação do espaço e sua real ocupação, além de melhorar os índices de aproveitamento escolar", afirma o docente.</p>
<p class="texto">O início da empreitada, entretanto, contou com desafios: a própria comunidade não via com bons olhos os alunos saindo para campo, fotografando o bairro ou tentando entrevistar os moradores. "Às vezes, ouvíamos na rua pessoas em rodinha perguntando: ‘quem é esse cara?’, ou ‘lugar de aluno é na sala de aula!’. Mas, a relevância de sair da sala e a minha persistência fez com que nossos alunos reconhecessem a importância de preservar o espaço público e de reconhecer, através dele, o seu papel na sociedade". </p>
<p class="texto">Em 2020, durante o primeiro ano da pandemia, um outro desafio veio à tona: com o isolamento social, o educador não podia levar os estudantes às experiências presenciais. Surgiu a ideia de ir sozinho aos locais para fotografar e criar conteúdos virtuais que proporcionassem aos alunos a sensação de ter estado naquele lugar. "Como eu não podia levar meus alunos para as ruas, eu trouxe as ruas para as telas deles", destaca Paulo. </p>
<p class="texto">A iniciativa levou o professor a ganhar o Prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos Óscar Arnulfo Romero, uma iniciativa que reconhece o trabalho das instituições de ensino e da sociedade civil na defesa e promoção dos direitos humanos por meio da educação, promovido pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).</p>
<p class="texto">Paulo conta que, durante o isolamento imposto pelo surto sanitário, as atividades tinham de ser lúdicas e envolventes. "Utilizamos jogos para prendermos a atenção dos alunos, e eles, felizmente, não se afastaram da escola", comemora. </p>
<p class="texto">Quanto ao prêmio, ele diz que se sentiu fortalecido. "E corajoso a enfrentar todos os desafios que virão pela frente a partir do prêmio, pois defender um projeto que representa o nosso país em educação em direitos humanos, nos dá uma responsabilidade enorme, que o educador ele pode sim, transformar a nossa sociedade e lutar pelos seus direitos e deveres. Sempre olhando de forma positiva que um dia todos serão respeitados dentro da lei".</p>
<p class="texto"><div class="read-more">
<h4>Saiba Mais</h4>
<ul>
</ul>
</div></p>
<h3>Cruzando Fronteiras</h3>
<p class="texto">Um dos eixos de atuação da OEI envolve a promoção do bilinguismo. Os idiomas das nações ibero-americanas pautaram iniciativas pelo Brasil, como o Programa Ibero-americano de Difusão da Língua Portuguesa, criado para valorizar as duas línguas oficiais – espanhol e português – e potencializar o uso das línguas em um modelo bilíngue na região ibero-americana.</p>
<p class="texto">Para estimular estudos relevantes sobre o bilinguismo, que mostrem a importância geopolítica dos dois idiomas, o programa busca identificar, promover e reconhecer experiências educativas realizadas por escolas da rede pública de ensino que se destacam no ensino bilíngue e intercultural.</p>
<p class="texto">Assim surgiu o Prêmio Cruzando Fronteiras, que reconhece as experiências educacionais de interculturalidade e bilinguismo nas escolas da rede pública de educação básica formal, englobando a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e instituições de educação profissional técnica de nível médio.</p>
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<h6 class="meta"><!--copyright=303532-->O trabalho premiado - o "Club de Lectores" - foi organizado pela professora Sarah Corrêa Carneiro, de 46 anos - <strong>Acervo pessoal</strong><!--END copyright=303532--></h6>
<p class="texto">Um das instituições premiadas este ano foi a Escola Intercultural Brasil-México (CIEP 413), de ensino bilíngue, localizada no bairro de São Gonçalo, Rio de Janeiro, que venceu na categoria Região Sudeste.</p>
<p class="texto">A instituição atua junto às comunidades carentes da região com atividades culturais e, na crise sanitária, em que muitos alunos abandonaram os estudos ou ficaram desmotivados, desenvolveu ações voltadas à música, dança e teatro, colocando o aluno como protagonista em todos os projetos. </p>
<p class="texto">O sucesso das atividades culturais se refletiu no aumento de matrículas e na criação de turmas bilíngues de 6º ano e resultou ainda no projeto Clube de Leitores, que envolve crianças desta série em aulas de espanhol, por meio de atividades lúdicas. O trabalho premiado - o "Club de Lectores" - foi organizado pela professora Sarah Corrêa Carneiro, de 46 anos. </p>
<p class="texto">A professora conta que o projeto surgiu da ideia de estimular a leitura, aprimorar o vocabulário e a pronúncia na língua espanhola. O recurso utilizado foram revistas em quadrinhos da Turma da Mônica, na versão em espanhol. </p>
<p class="texto">Há 22 anos lecionando espanhol, Sarah conta que o reconhecimento do prêmio a motivou como professora. "Nossa, nem acreditei quando soube do prêmio. Isso me deu um gás para continuar e não desistir. Ter a certeza que estou no caminho certo".</p>
<p class="texto">Para outros educadores, ela deixa uma mensagem de incentivo: "Não desista! Ame o que faz. É difícil, é cansativo, às vezes não temos ajuda e ninguém acredita. Mas se você acredita, faça, realize e lute por ele. O importante é ver o resultado maravilhoso por algo que você idealizou e acreditou. E mais do que isso, colocando sempre o aluno como protagonista da atividade."</p>
<h3>Tríplice fronteira</h3>
<p class="texto">Na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, mais um caso em que professores inovaram e conquistaram a atenção dos estudantes.</p>
<p class="texto">Em Foz do Iguaçu (PR), a arte de disseminar o bilinguismo e fortalecer os idiomas espanhol e português rendeu à Escola Municipal Professor Pedro V. Parigot de Souza, a conquista do Prêmio Cruzando Fronteiras, na categoria nacional, que reconheceu as práticas para fomentar o bilinguismo entre o público infantil, que já convive com essa realidade.</p>
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<h6 class="meta"><!--copyright=303525-->Dia do Professor: educadores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores - <strong>Acervo pessoal</strong><!--END copyright=303525--></h6>
<p class="texto">A unidade recebe crianças das cidades vizinhas que têm o espanhol como idioma materno.</p>
<p class="texto">"Por causa dessa característica, funcionamos de forma bilíngue, recebendo alunos da Argentina e do Paraguai, e, mais recentemente, da Venezuela. Por isso, pensamos em ações onde o aluno falante de espanhol é inserido em uma troca de linguagem com os estudantes que falam português. A gente quer que o aluno nos ensine o idioma dele", explica a coordenadora pedagógica da instituição, Viviane Marques.</p>
<p class="texto">"Uma experiência muito rica foi com os alimentos. A professora trouxe vários tipos de milho, comparamos com o nosso, trabalhamos a pipoca, a polenta, a lenda do milho nas duas línguas, foi uma experiência muita rica para as crianças", destaca Viviane.</p>
<p class="texto">Funcionando em tempo integral, a escola investe na capacitação dos professores e oferece, no contraturno, aulas de espanhol. "No começo, a dificuldade foi a língua espanhola ser entendida pelos professores, mas hoje todos estão comprometidos". </p>
<p class="texto">Além disso, os idiomas são trabalhados em atividades lúdicas com os alunos.</p>
<p class="texto">"Temos a semana do folclore, por exemplo, em que focamos em temas brasileiros e sul-americanos. Aqui, as crianças usam expressões em espanhol, e fazem essa troca, uma aprende o idioma da outra", comemora a professora, que tem como próximo desafio montar uma biblioteca bilíngue na escola.</p>
<p class="texto"><div class="read-more">
<h4>Saiba Mais</h4>
<ul>
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<p class="texto"> </p>
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Professores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores 40p6d
Mestre em arquitetura e urbanismo, o professor desenvolveu um projeto, em 2016, para levar os estudantes a visitações em vários pontos da capital paulista, para mostrar, a partir de fotografias antigas, como se deu a ocupação do espaço 685s1p
Por Agência Brasil
15/10/2022 09:09 - Atualizado em 15/10/2022 09:10
Acervo Pessoal
Desde o primeiro dia que entrou em sala de aula, há 33 anos, o professor de geografia Paulo Roberto Magalhães, 57 anos, sonha em contribuir para melhorar a sociedade e fazê-la acreditar que o caminho da mudança está atrelado à educação.
Professor de uma escola pública na região central de São Paulo, ele conta que a violência urbana é a tônica local e que as famílias dos alunos fogem à estrutura nuclear tradicional e muitas vivem em situação de vulnerabilidade.
Mestre em arquitetura e urbanismo, o professor desenvolveu um projeto, em 2016, para levar os estudantes a visitações em vários pontos da capital paulista, para mostrar, a partir de fotografias antigas, como se deu a ocupação do espaço e como isso influencia a vida na região, em especial no Glicério, onde está inserida a escola em que ele trabalha: Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Duque de Caxias. Surgiu assim o projeto Aula Pública: Além dos muros da escola.
Dia do Professor: educadores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores - Acervo pessoal 4r3zn
"Através da Aula Pública, tornou-se possível contribuir de forma mais eficaz para a formação intelectual e cidadã dos alunos, incentivando a compreensão e o entendimento de questões políticas da sociedade brasileira a partir de dados da sua região. Este projeto, na medida do possível, tem contribuído para formar líderes, desdobrando-se na vertente do objetivo inicial: compreender e fortalecer o processo de transformação do espaço e sua real ocupação, além de melhorar os índices de aproveitamento escolar", afirma o docente.
O início da empreitada, entretanto, contou com desafios: a própria comunidade não via com bons olhos os alunos saindo para campo, fotografando o bairro ou tentando entrevistar os moradores. "Às vezes, ouvíamos na rua pessoas em rodinha perguntando: ‘quem é esse cara?’, ou ‘lugar de aluno é na sala de aula!’. Mas, a relevância de sair da sala e a minha persistência fez com que nossos alunos reconhecessem a importância de preservar o espaço público e de reconhecer, através dele, o seu papel na sociedade".
Em 2020, durante o primeiro ano da pandemia, um outro desafio veio à tona: com o isolamento social, o educador não podia levar os estudantes às experiências presenciais. Surgiu a ideia de ir sozinho aos locais para fotografar e criar conteúdos virtuais que proporcionassem aos alunos a sensação de ter estado naquele lugar. "Como eu não podia levar meus alunos para as ruas, eu trouxe as ruas para as telas deles", destaca Paulo.
A iniciativa levou o professor a ganhar o Prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos Óscar Arnulfo Romero, uma iniciativa que reconhece o trabalho das instituições de ensino e da sociedade civil na defesa e promoção dos direitos humanos por meio da educação, promovido pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Paulo conta que, durante o isolamento imposto pelo surto sanitário, as atividades tinham de ser lúdicas e envolventes. "Utilizamos jogos para prendermos a atenção dos alunos, e eles, felizmente, não se afastaram da escola", comemora.
Quanto ao prêmio, ele diz que se sentiu fortalecido. "E corajoso a enfrentar todos os desafios que virão pela frente a partir do prêmio, pois defender um projeto que representa o nosso país em educação em direitos humanos, nos dá uma responsabilidade enorme, que o educador ele pode sim, transformar a nossa sociedade e lutar pelos seus direitos e deveres. Sempre olhando de forma positiva que um dia todos serão respeitados dentro da lei".
Saiba Mais 6k4ce
Cruzando Fronteiras 4u5gp
Um dos eixos de atuação da OEI envolve a promoção do bilinguismo. Os idiomas das nações ibero-americanas pautaram iniciativas pelo Brasil, como o Programa Ibero-americano de Difusão da Língua Portuguesa, criado para valorizar as duas línguas oficiais – espanhol e português – e potencializar o uso das línguas em um modelo bilíngue na região ibero-americana.
Para estimular estudos relevantes sobre o bilinguismo, que mostrem a importância geopolítica dos dois idiomas, o programa busca identificar, promover e reconhecer experiências educativas realizadas por escolas da rede pública de ensino que se destacam no ensino bilíngue e intercultural.
Assim surgiu o Prêmio Cruzando Fronteiras, que reconhece as experiências educacionais de interculturalidade e bilinguismo nas escolas da rede pública de educação básica formal, englobando a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e instituições de educação profissional técnica de nível médio.
O trabalho premiado - o "Club de Lectores" - foi organizado pela professora Sarah Corrêa Carneiro, de 46 anos - Acervo pessoal c3l1s
Um das instituições premiadas este ano foi a Escola Intercultural Brasil-México (CIEP 413), de ensino bilíngue, localizada no bairro de São Gonçalo, Rio de Janeiro, que venceu na categoria Região Sudeste.
A instituição atua junto às comunidades carentes da região com atividades culturais e, na crise sanitária, em que muitos alunos abandonaram os estudos ou ficaram desmotivados, desenvolveu ações voltadas à música, dança e teatro, colocando o aluno como protagonista em todos os projetos.
O sucesso das atividades culturais se refletiu no aumento de matrículas e na criação de turmas bilíngues de 6º ano e resultou ainda no projeto Clube de Leitores, que envolve crianças desta série em aulas de espanhol, por meio de atividades lúdicas. O trabalho premiado - o "Club de Lectores" - foi organizado pela professora Sarah Corrêa Carneiro, de 46 anos.
A professora conta que o projeto surgiu da ideia de estimular a leitura, aprimorar o vocabulário e a pronúncia na língua espanhola. O recurso utilizado foram revistas em quadrinhos da Turma da Mônica, na versão em espanhol.
Há 22 anos lecionando espanhol, Sarah conta que o reconhecimento do prêmio a motivou como professora. "Nossa, nem acreditei quando soube do prêmio. Isso me deu um gás para continuar e não desistir. Ter a certeza que estou no caminho certo".
Para outros educadores, ela deixa uma mensagem de incentivo: "Não desista! Ame o que faz. É difícil, é cansativo, às vezes não temos ajuda e ninguém acredita. Mas se você acredita, faça, realize e lute por ele. O importante é ver o resultado maravilhoso por algo que você idealizou e acreditou. E mais do que isso, colocando sempre o aluno como protagonista da atividade."
Tríplice fronteira 50613m
Na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, mais um caso em que professores inovaram e conquistaram a atenção dos estudantes.
Em Foz do Iguaçu (PR), a arte de disseminar o bilinguismo e fortalecer os idiomas espanhol e português rendeu à Escola Municipal Professor Pedro V. Parigot de Souza, a conquista do Prêmio Cruzando Fronteiras, na categoria nacional, que reconheceu as práticas para fomentar o bilinguismo entre o público infantil, que já convive com essa realidade.
Dia do Professor: educadores envolvem jovens da periferia com projetos inspiradores - Acervo pessoal 4r3zn
A unidade recebe crianças das cidades vizinhas que têm o espanhol como idioma materno.
"Por causa dessa característica, funcionamos de forma bilíngue, recebendo alunos da Argentina e do Paraguai, e, mais recentemente, da Venezuela. Por isso, pensamos em ações onde o aluno falante de espanhol é inserido em uma troca de linguagem com os estudantes que falam português. A gente quer que o aluno nos ensine o idioma dele", explica a coordenadora pedagógica da instituição, Viviane Marques.
"Uma experiência muito rica foi com os alimentos. A professora trouxe vários tipos de milho, comparamos com o nosso, trabalhamos a pipoca, a polenta, a lenda do milho nas duas línguas, foi uma experiência muita rica para as crianças", destaca Viviane.
Funcionando em tempo integral, a escola investe na capacitação dos professores e oferece, no contraturno, aulas de espanhol. "No começo, a dificuldade foi a língua espanhola ser entendida pelos professores, mas hoje todos estão comprometidos".
Além disso, os idiomas são trabalhados em atividades lúdicas com os alunos.
"Temos a semana do folclore, por exemplo, em que focamos em temas brasileiros e sul-americanos. Aqui, as crianças usam expressões em espanhol, e fazem essa troca, uma aprende o idioma da outra", comemora a professora, que tem como próximo desafio montar uma biblioteca bilíngue na escola.