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Movimento de sabotagem ao ‘Baila, Vini’ ganha força entre torcedores do Barcelona na web

Movimento de sabotagem ao Baila, Vini ganha força na Espanha

Movimento de sabotagem ao Baila, Vini ganha força na Espanha -  (crédito: Foto: Angel Martinez/Getty Images)
Movimento de sabotagem ao Baila, Vini ganha força na Espanha - (crédito: Foto: Angel Martinez/Getty Images)

Torcedores do Barcelona iniciaram uma campanha coordenada nas redes sociais com objetivo de sabotar a avaliação do documentário ‘Baila, Vini’, protagonizado por Vinicius Júnior, na Netflix. O movimento que ganhou força no X e IMDb inventiva usuários a avaliarem a produção com a nota mínima permitida. Ou seja, um de dez. Já o Valencia, citado na obra, estuda processar a plataforma pelo conteúdo.

A iniciativa viralizou por meio de publicações em espanhol com a mensagem: “Dever moral de todos: entrar no IMDb, buscar ‘Baila, Vini’ e dar 1/10”. Tal estratégia resultou em um rebaixamento expressivo da nota atribuída à obra de críticas na plataforma. Até o sábado (17), por exemplo, o título aparecia com média de 2,2.

O ato, interpretado por muitos como uma reação motivada por rivalidade clubística e possivelmente preconceituosa, ocorre no contexto de fortes críticas feitas pelo atacante à conduta do futebol espanhol em relação ao racismo.

Documentário aborda luta de Vini Jr.

O documentário apresenta a trajetória do jogador desde sua infância em São Gonçalo até a consagração no Real Madrid. A obra explora, sobretudo, o enfrentamento de episódios de racismo vividos pelo atleta em diferentes estádios da Espanha. Justamente neste trecho em que o Valencia ganha mais notoriedade na produção.

Com direção de Andrucha Waddington e Emilio Domingos, a produção contou com 300 horas de gravações ao longo de um ano e meio. A obra, aliás, teve apoio do próprio Real Madrid para o aos bastidores do clube.

 

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O material também retrata bastidores familiares — como a ida de seus parentes à final da Champions League, além de declarações de companheiros de time e treinadores. Os momentos mais sensíveis, conforme os diretores, envolvem as agens em que se relembra os ataques sofridos em campo.

A ausência da produção no estádio do Valencia, local de um dos casos mais graves, aconteceu por negativa de o à equipe do documentário ao clube. O relato é confirmado pela própria direção.

Protestos e incidentes racistas

Durante a comemoração do título espanhol, um torcedor catalão desfilou pelas ruas com uma camisa do Real Madrid estilizada com o nome “Ficticius” e o número zero. Uma alusão pejorativa ao nome de Vinicius. O homem ainda se pintou com tinta preta, utilizando a prática do “blackface” — um gesto amplamente reconhecido como expressão racista.

O ato gerou ampla indignação nas redes sociais e reforçou a escalada de ataques contra o jogador brasileiro.

Reação institucional

Conforme mencionado, o Valencia demonstrou incômodo com o conteúdo exibido. Informações locais indicam que agora a cúpula estuda processar a Netflix pela inclusão de cenas do duelo em que o astro se torna vítima de insultos racistas. Os espanhóis alegam que a plataforma distorceu os fatos ao afirmar os xingamentos de “macaco”, visto que torcedores supostamente gritaram “tolo”.

A possível ação judicial se soma ao histórico recente de punições aplicadas pela Justiça espanhola. Em maio, cinco torcedores do Real Valladolid foram condenados a um ano de prisão por ofensas contra Vinicius. O episódio ocorrido em 2022 representa um marco na aplicação de sanções legais por racismo em eventos esportivos na Espanha.

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RJ
postado em 19/05/2025 13:44
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