
O consumo nos lares brasileiros em supermercados registrou um avanço de 1,25% em abril na comparação com março, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29/5) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com abril de 2024, o crescimento foi de 2,63%, mantendo a trajetória positiva do setor após um início de ano instável.
O desempenho de abril segue uma sequência de oscilações nos primeiros meses de 2025. Em março, o consumo havia saltado 6,96% em relação a fevereiro, mês em que houve uma retração de 4,25%. Janeiro, por sua vez, começou o ano com uma queda expressiva de 11,51%.
Apesar da recuperação gradual, os supermercados seguem atentos ao impacto da inflação nos custos e no comportamento do consumidor. A chamada "Cesta Abrasmercado", que reúne 35 produtos de grande consumo, como alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene pessoal, chegou a R$ 819,20 em abril — quase 11% a mais do que no mesmo mês de 2024. Em março, a mesma cesta custava R$ 812,54.
“A cesta está subindo mês a mês, e isso gera pressão no orçamento das famílias. Ainda assim, o consumo tem se mantido resiliente”, afirmou Márcio Milan, vice-presidente da Abras.
A entidade projeta um crescimento de 2,7% no consumo supermercadista em 2025, após registrar uma expansão acumulada de 2,52% no primeiro quadrimestre do ano em comparação ao mesmo período de 2024.
IOF preocupa setor supermercadista
Além da inflação da cesta básica, outro ponto de atenção para o setor é a recente medida do governo federal que aumenta o IOF sobre operações de risco, com fornecedores — uma modalidade comum nas relações comerciais dos supermercados.
Segundo Márcio Milan, a Abras ainda avalia os possíveis impactos da medida. “É um anúncio muito recente... mas estamos olhando com bastante atenção sobre o quanto isso pode impactar os preços de alguns produtos”, disse o executivo. “Estamos levantando o quanto pode influenciar e em que período.”
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Enquanto os supermercadistas fazem contas, consumidores seguem buscando alternativas para equilibrar o orçamento, como substituição de marcas, maior atenção a promoções e compras mais frequentes em busca de melhores preços. A Abras promete seguir monitorando os efeitos da política econômica e da inflação sobre o setor nos próximos meses.