EUA

CNI: Possíveis impactos das tarifas de Trump causam enorme preocupação

Confederação Nacional da Indústria comenta sobre tarifas contra aço e alumínio anunciadas por Donald Trump

O tarifaço faz parte da política econômica protecionista do republicano, que já havia sido adotada em seu primeiro mandato -  (crédito:  AFP)
O tarifaço faz parte da política econômica protecionista do republicano, que já havia sido adotada em seu primeiro mandato - (crédito: AFP)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou "enorme preocupação" em seu posicionamento oficial sobre as tarifas contra aço e alumínio anunciadas ontem pelo governo de Donald Trump. Após observar que as exportações industriais são essenciais ao crescimento econômico e ao fortalecimento da competitividade do Brasil, a entidade disse também que a barreira a esses produtos nos Estados Unidos causa apreensão ao setor.

"A medida atinge diretamente a indústria brasileira e os possíveis impactos dela decorrentes causam enorme preocupação ao País", comenta a CNI no texto em que lamenta a decisão de Trump de taxar o aço e o alumínio com alíquotas de 25%. A medida atinge o Brasil, um dos maiores fornecedores de produtos siderúrgicos ao mercado americano.

Opondo-se à retaliação, reposta que aumentaria o custo das importações no Brasil de insumos fornecidos pelos EUA, a CNI diz que vai trabalhar, junto com o governo brasileiro, a favor de diálogo e alternativas para reverter a primeira ação de Trump que atinge produtos da indústria de transformação brasileira. Os Estados Unidos são o principal destino de exportação do setor, especialmente nos produtos com maior intensidade tecnológica. "Essa medida é prejudicial tanto para a indústria brasileira quanto para a norte-americana. Lamentamos a decisão e vamos atuar em busca do diálogo para mostrar que há caminhos para que seja revertida", declarou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

A exemplo da posição da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a CNI frisou que o Brasil não representa uma ameaça comercial aos Estados Unidos, citando a balança comercial superavitária do lado americano desde 2008. Além disso, a entidade lembra que as exportações brasileiras, em especial no caso do aço, são complementares, e não concorrentes, à cadeia produtiva americana.

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Assim, emenda, uma consequência direta da medida será o aumento de custos para a indústria dos EUA, já que a substituição das importações por produção local será inviável no curto prazo.

A CNI também repete em seu posicionamento a preocupação manifestada pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) em relação aos efeitos indiretos das barreiras que estão sendo levantadas por Trump. Isso porque produtos de outras origens que perderem o ao mercado americano poderão ser desovados a preços considerados desleais em novos destinos - entre eles, o Brasil.

"O caminho do diálogo, portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante para a produção brasileira", conclui Alban.

Agência Estado
postado em 11/02/2025 20:43
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