
O Brasil tem potencial técnico para produzir 1,8 gigatonelada de hidrogênio por ano, sendo por volta de 90% desse volume com uso de energias renováveis, o chamado hidrogênio verde. A projeção é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Com o desafio global de enfrentar as mudanças climáticas, o combustível renovável é apontado como protagonista na descarbonização do país.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), desde 2021, foram anunciados 131 novos projetos de larga escala em hidrogênio, com investimentos previstos de cerca de US$ 500 bilhões até 2030. O hidrogênio pode ser utilizado não somente como combustível no setor de transportes, mas também como matéria-prima em variados processos na indústria para a produção de diferentes substâncias, como fertilizantes.
- Leia mais: A potência do hidrogênio verde em debate
O território brasileiro possui grande vantagem competitiva, por já ser referência em energias renováveis, além de ter grande disponibilidade desses recursos. Para debater as oportunidades e os desafios do setor, acontecerá, na manhã de hoje, o seminário Hidrogênio Verde: o combustível do futuro.
O debate, realizado pelo Instituto Cultura em Movimento, tem o patrocínio do Banco do Nordeste (BNB), da Caixa Econômica e do governo federal; com apoio da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra); e com apoio de comunicação do Correio Braziliense. O evento reunirá autoridades, entidades do setor produtivo e especialistas, no modelo de debate, para abordar as potencialidades e desafios para a escalada da produção do gás no país.
O Nordeste já é reconhecido por sua liderança na produção de energias solar e eólica e está dando um o decisivo para se consolidar também uma referência na produção do combustível. "A região tem todas as possibilidades de se tornar um polo brasileiro da indústria verde", afirma o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, um dos palestrantes do debate.
Em agosto, o governo federal sancionou a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, marco legal do setor, que não só cria mecanismos de incentivo à produção de energia, com redução de tributos, como também define leis para emitir certificações. A regra demonstra um grande avanço no sentido de regulamentar e estimular investimentos para o setor, mas precisa ser acompanhado de definições regulatórias importantes, segundo Isabela Morbach, advogada e cofundadora da CCS Brasil, associação que visa estimular as atividades de captura e armazenamento de carbono no país. "Essa regulamentação é muito importante, porque vai criar as bases e alicerces necessários para o desenvolvimento do setor, oferecendo mais segurança jurídica", afirma.
O evento começará às 9h, na sede do Correio, e será transmitido nas redes sociais do jornal.
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