E-COMMERCE

Mercado Livre prevê que a Black Friday de 2023 baterá recordes

Julia Rueff, líder do Marketplace do Mercado Livre, faz uma análise sobre o crescimento da plataforma digital e afirma que a Black Friday de 2023 será a maior de todos os tempos, apresentando as tendências de consumo e o crescente uso do streaming

Júlia Rueff:
Júlia Rueff: "O consumidor está cada vez mais digital, isso naturalmente o leva a experimentar o mundo on-line. Esse ano tivemos um aumento relevante na nossa base de usuários, foram 8 milhões de novos usuários, então, de fato, a gente vem conseguindo trazer esses novos consumidores à medida que melhoramos o nosso nível de serviço" - (crédito: Divulgação/ Mercado Livre)
Rafaela Gonçalves
postado em 11/09/2023 04:16 / atualizado em 12/09/2023 13:22

O Mercado Livre, a maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina, registrou uma receita recorde de US$ 3,4 bilhões no segundo trimestre do ano, alta de 57% em relação ao mesmo período de 2022. Dos 18 países em que atua, o Brasil é o principal mercado, com 52% da receita total. De acordo com a empresa, apenas em agosto foram realizadas 41 vendas por segundo.

A plataforma nada contra a maré enfrentada pelo varejo, que vem sofrendo com juros altos e endividamento das famílias, e também do e-commerce, que registrou queda de 4,5% no primeiro semestre deste ano. Em entrevista ao Correio, Julia Rueff, vice-presidente de Marketplace da companhia, destacou as estratégias para seguir resiliente mesmo diante de um cenário desafiador.

"O consumidor está cada vez mais digital, isso naturalmente o leva a experimentar o mundo on-line. Esse ano tivemos um aumento relevante na nossa base de usuários, foram 8 milhões de novos usuários, então, de fato, a gente vem conseguindo trazer esses novos consumidores à medida que melhoramos o nosso nível de serviço", afirmou.

Rueff contou sobre as novidades e novos planos da plataforma que completou 24 anos no mercado e afirmou que o objetivo deste ano é preparar a maior Black Friday do marketplace de todos os tempos. Confira a entrevista completa.

Como seguir resiliente em uma fase difícil para o varejo, juros altos, endividamento das famílias e baixo poder de compra?

O Mercado Livre completou 24 anos e, ao longo dessa jornada, amos por diversas crises e aprendemos bastante. Melhorar a experiência do consumidor e a eficiência é a melhor visão estratégica, eu diria que é preciso ter uma perspectiva a longo prazo. Olhando os balanços de hoje reportamos um crescimento de rentabilidade e das vendas. Acho que um dos segredos para o sucesso é essa visão de investimento a longo prazo. O consumidor está cada vez mais digital, isso naturalmente o leva a experimentar o mundo on-line. Esse ano tivemos um aumento relevante na nossa base de usuários, foram 8 milhões de novos usuários, então, de fato, a gente vem conseguindo trazer esses novos consumidores à medida que melhoramos o nosso nível de serviço. Cerca de 56% do volume geral de mercadorias são entregues no mesmo dia ou no dia seguinte à compra. À medida que se melhora o nível de conveniência, com uma usabilidade fácil e vantagens para os consumidores, temos conseguido melhorar nossas vendas.

Em que tendências a plataforma está apostando agora na atual conjuntura?

Temos uma série de novidades, estamos de olho em novas tendências e agora decidimos agregar o e-commerce ao Mercado Play, uma plataforma de streaming gratuita anunciada no mês ado. Além disso, nós também amos por uma mudança do nosso programa de , antigo Mercado Pontos, que agora se chama Meli+. Tornamos o programa de mais robusto para fidelizar o consumidor, ampliamos substancialmente a gama de produtos elegíveis para frete grátis exclusivo para essa base de clientes. A também permite o o gratuito ao Disney+ e Star+ e a plataforma de música Deezer, tudo isso por um preço único de R$ 17,99, o que sozinho não é o valor de nenhum desses streamings separadamente. Outra estratégia é o nosso programa de filiados, enxergamos a importância do influenciador hoje na tomada de decisão dos consumidores. Hoje, 43% das pessoas se dizem influenciadas digitalmente, então criamos agora uma plataforma para esse público. Qualquer pessoa poderá divulgar produtos dentro da plataforma, por meio da criação de um link pessoal, e poderá ser recompensada por isso. A partir dessa alavanca, esperamos dar mais credibilidade aos consumidores, com produtos que tenham sido experimentados. Somado a isso, outra novidade é o Clips, que será a possibilidade de inserir vídeos para mostrar o produto e tornar mais próxima a experiência do consumidor. Este recurso será gratuito para vendedores, é outra aposta.

Como a empresa vê essa competição com os marketplaces de outros países? Temos um crescimento do e-commerce chinês, como avalia a isenção para compras de até US$ 50?

O Brasil é um dos países mais competitivos com novos players e, dentro desses 24 anos, a gente já ou por muitos concorrentes, mas já estamos bem habituados à nossa visão de negócio. Sobre a isenção, o que defendemos é a isonomia de competição entre os dois segmentos, as plataformas nacionais e estrangeiras.

E como é que você avalia essa fintechização no varejo, tendo a plataforma financeira de vocês, o Mercado Pago?

O Mercado Pago está se inserindo em um ambiente muito maior e vem crescendo de maneira substancial. O principal em consonância com o Mercado Livre é uma oferta de crédito especial tanto para vendedores quanto para compradores, o que é bastante competitivo. A nossa ideia é oferecer isso cada vez mais para a nossa base de clientes, além das vantagens de ter tudo conectado, vemos isso como um portfólio bastante promissor.

E como estão os preparativos para a Black Friday, por que essa deve ser a maior de todos os tempos?

Será um grande pontapé para as vendas de Natal e promoções de janeiro. Será o início de uma grande jornada promocional e viemos em uma preparação intensa para engajar nossos vendedores para que seja um evento enorme, assim como foi ano ado que crescemos 19%. Essa deve ser a maior Black Friday da história.

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