Os sistemas alimentares atuais, que envolvem desde a produção, processamento e distribuição dos alimentos até o consumo, enfrentam grandes desafios no Brasil. Os problemas ficaram ainda mais evidentes durante a pandemia da covid-19. Entre os principais estão a agricultura, o consumo de ultraprocessados e a insegurança alimentar vivida por grande parte da população brasileira.
A conclusão é da nutricionista e coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Janine Coutinho, que participou nesta quarta-feira (9/2) do Correio Talks Live - Sistemas Alimentares e Desenvolvimento Sustentáve, organizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
"Essa forma de produzir e consumir os alimentos está adoecendo a população e o nosso planeta também", afirmou. Para ela, a forma convencional de produzir alimentos tem sido responsável pelo impacto nas mudanças climáticas e ofertas massivas de ultraprocessados. "Em nível global, de 20 a 35% das emissões são relacionadas à agricultura", exemplifica.
Em meio à pandemia, Janine destaca que a crise climática é também uma emergência sanitária aguda e prolongada. "A forma de produzir os alimentos está aumentando os riscos de doenças zoonóticas, que são aquelas que são adas dos animais para os humanos. Então é um ponto de atenção muito grande", indica.
O problema se torna maior ainda visto que o agronegócio bate recordes de produção enquanto o Brasil vive uma situação catastrófica em relação à insegurança alimentar. Dados de uma pesquisa conduzida pela Rede PENSSAN apontaram que 116 milhões de brasileiros vivem algum nível dessa insegurança.
Dessa forma, como o desafio de equilíbrio dos sistemas alimentares a por diversas áreas, o Idec, em conjunto com alguns especialistas, lançará em breve o documento "Agenda para ação", que traz algumas recomendações nas diversas dimensões dos sistemas alimentares.
Confira a live na íntegra: