Crítica

Caminho do risco: da vida real para a telona, uma repórter encara perigo

Baseado na vida real, 'Entre dois mundos' examina pesquisa de campo de uma jornalista

Entre dois mundos: tensões de uma profissão de risco -  (crédito: Pandora Filmes/Divulgação)
Entre dois mundos: tensões de uma profissão de risco - (crédito: Pandora Filmes/Divulgação)

Crítica // Entre dois mundos ★★★

Ao lado da ex-esposa Hélène Devynck, o escritor e cineasta Emmanuel Carrère adaptou parte do trabalho de campo da jornalista (na vida real) Florence Aubenas, criadora da obra Le quai de ouistreham. No papel de Marianne (uma recriação da persona de Aubenas), a intérprete Juliette Binoche, indicada ao César de melhor atriz, refez um caminho perigoso de uma mulher que muito bem poderia ser acusada de falsidade ideológica.

Em Caen, norte da França, Marianne começa vida nova. Entre farta distribuição de currrículos, e uma assustadora realidade de desemprego, ela abaralha a primeira oportunidade de trabalho. Junto ao candidato a namoro Cédric (Didier Pupin), ela busca (como autora de livro infiltrada e oculta na sociedade) especular em torno das dificuldades para empregados dedicados a equipes de limpeza.

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Num registro muito menos surpreendente do que o do longa A criada (2010), Entre dois mundos aposta no realístico e duro registro de maratonas pela vida: numa balsa, ao lado de Chrystèle (a sensível Hélène Lambert), a ingênua Marilou (Léa Carne) e da chefe (interpretada por Évellyne Porée), tentará tornar-se invisível e caprichar nas anotações em tom de denúncia. Entre a profissão e convívio saudável com pessoas que efetivamente ira, chega o desafio.

 

postado em 29/05/2025 16:48
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