
O 78º Festival de Cannes, na França, marcado para os dias 13 a 21 de maio, se prepara para destacar a indústria cinematográfica do Brasil. Pela terceira vez, o diretor Kleber Mendonça Filho representará o país na corrida pela Palma de Ouro – prêmio máximo do festival de cinema – com O agente secreto.
Durante as edições do festival, o Brasil acumulou pelo menos seis vitórias nas categorias principais das competições do evento, além de prêmios nas mostras paralelas. De acordo com um levantamento da empresa de inteligência Oddspedia, a primeira vitória do país foi na categoria Melhor Filme de Aventura – atualmente inexistente –, por O Cangaceiro (1953), do diretor Lima Barreto, que também compôs o elenco. O filme também foi o primeiro brasileiro a ganhar um prêmio internacional.
Na edição de 1962, a comédia dramática O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, conquistou a inédita Palma de Ouro para o Brasil. Foi apenas em 2019 que o Brasil voltou a levar um prêmio principal, com Bacurau, de Mendonça Filho. A obra conquistou o voto do Júri junto com Les Misérables, de Ladj Ly.
Produções brasileiras foram indicadas a pelo menos um prêmio principal de Cannes 18 vezes, em 75 edições do festival. Em 1969, Glauber Rocha dividiu o prêmio de Melhor Diretor com o tcheco Vojtch Jasný, pelo filme western e de aventura O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, que narra o embate entre cangaceiros, jagunços e coronéis no nordeste baiano.
Já em 1986 foi a vez de Fernanda Torres ser premiada como Melhor Atriz, junto com a alemã Barbara Sukowa, pela performance em Eu sei que vou te amar, de Arnaldo Jabor, filme também indicado ao Palma de Ouro daquele ano. A atriz já mostrava o talento excepcional que a levou a ser uma das indicadas ao Oscar em 2025.
A segunda artista brasileira a vencer como Melhor Atriz foi Sandra Coverloni, por Linha de e, de Walter Salles, em 2008. O diretor divide com Mendonça Filho o posto de mais indicados ao prêmio principal do festival, ambos com três participações.
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Outras categorias em que o Brasil nunca venceu foram o Grand Prix, prêmio entregue pelo júri do festival ao filme considerado mais original, Melhor Ator, Melhor Roteiro e Melhor Primeiro Filme.
Em 2025, o Brasil concorre à Palma de Ouro com o filme O Agente Secreto, estrelado por Wagner Moura. O longa é um thriller político ambientado nos anos 1970, durante a ditadura militar brasileira. “Pode ser que tenhamos o primeiro prêmio de Melhor Ator para o Brasil este ano. O próprio Kleber disse acreditar que essa é a melhor atuação do Wagner no cinema, e olha que ele já fez personagens incríveis”, avalia a atriz e diretora Mariana Loureiro ao Oddspedia.