Música

O evento Jazz de Malokero entrelaça rap e jazz para celebrar a música negra

O encontro entre este dois ritmos será protagonizado pelo artista Zapatta PRN no Centro Cultural Renato Russo

Zapatta PRN -  (crédito: Leticia de Maceno )
Zapatta PRN - (crédito: Leticia de Maceno )

 

A diáspora negra no universo da música não apenas revelou grandes nomes da indústria, como também deu ao mundo uma infinidade de ritmos que atravessam gerações. Zapatta PRN e a equipe responsável pelo evento Jazz de Malokero — que ocorre neste domingo, na Sala Multiuso do Centro Cultural Renato Russo — propõem uma fusão entre duas sonoridades que, à primeira vista, podem parecer contrastantes, mas que são fundamentais da história preta na cultura. A entrada é gratuita, mediante apresentação de ingresso disponível na plataforma Shotgun.

Originários das periferias norte-americanas, o jazz e o rap conquistaram o gosto popular por fazerem da improvisação e das vivências seus principais motores criativos. A combinação entre as notas de John Coltrane e a poética de Mano Brown pode soar inusitada para muitos, mas ambos pertencem ao mesmo universo estético e político.

“O rap é negro, o jazz é negro. E, por isso, muitas vezes a estrutura do jazz — especialmente a de improvisação — se assemelha à do freestyle que a gente vê nas batalhas de rima”, explica Zapatta em conversa com o Correio.

A dualidade proposta pelo evento busca refletir, por meio da música, a violência do racismo ao limitar os espaços em que pessoas negras ‘deveriam’ estar. O show é um manifesto do jovem artista negro e sua inquietação em ocupar territórios diversos — do underground, geralmente associado ao rap, às orquestras e bandas de jazz, frequentemente glamourizadas pela sociedade.

Zapatta, que teve o primeiro contato com o rap ainda na infância, nas ruas do Paranoá, ingressou na música por outro caminho: o da formação clássica e do jazz. Entre descobertas e questionamentos sobre qual linguagem artística adotar, decidiu explorar ambas. “Minhas maiores influências foram, na verdade, as próprias pessoas da minha quebrada, do Paranoá. Ver que eles me incentivaram para além da música erudita, para romper os limites da música de orquestra e fazer a música que eu queria fazer, foi fundamental”, afirma.

Serviço: 

Jazz de Malokero 

Domingo (4/5), a partir das 17h 

 Centro Cultural Renato Russo - Asa Sul Comércio Residencial Sul 508 Bloco A

Ingressos disponíveis no Shotgun


 

postado em 02/05/2025 20:17
x