Música

Renio Quintas comemora 70 anos com show no Clube do Choro

O evento terá convidados especiais e promete ser uma noite inesquecível de música instrumental e composições

O Clube do Choro recebe o maestro Rênio Quintas: show com convidados especiais -  (crédito: Divulgação)
O Clube do Choro recebe o maestro Rênio Quintas: show com convidados especiais - (crédito: Divulgação)

O Clube do Choro recebe hoje  o maestro Rênio Quintas em Pimentas do Rênio,  show que celebra os 70 anos de vida do compositor. O evento terá convidados especiais e promete ser uma noite inesquecível de música instrumental e composições. Formado pela Universidade de Brasília,  fundador do grupo Artimanha, Rênio participou da cena cultural brasiliense, na condição de músico e de ativista das políticas públicas em benefício dos artistas e da comunidade. Acompanhou em shows Zélia Duncan, Cássia Eller e Adriano Faquini, entre outros.

Pimentas do Rênio é uma celebração da música e da vida do maestro Rênio Quintas. Com a presença de convidados especiais, dentre eles Célia Porto, Leonel Laterza, Maria de Barros e Flor Furacão, entre outros, o espetáculo será conduzido pelo Rênio Quintas Trio.

Além do aniversário, o instrumentista também celebra a carreira com mais de cinco décadas e inúmeros sucessos, incluindo Cidade nua e Antigamente. Rênio, mesmo sem nascer na capital, a carrega no coração desde os anos 1960. Representou Brasília em festivais de jazz e é considerado um dos nomes destaque na cena musical da cidade. Em entrevista ao Correio, o artista fala sobre a trajetória na música, a paixão por Brasília  e detalhes da performance de hoje. 

Quais foram os seus primeiros os no mundo da música?

Em casa, sempre estive em contato com a música. Mamãe sempre tocou piano, era uma pianista formada no conservatório de Fortaleza — assim como minha avó — e meu pai era um ouvinte, amante de música clássica, de concerto, ópera, que amava esse tipo de repertório, além da música popular também que eu tinha com meus irmãos. A minha vivência musical foi muito intensa desde sempre e, a partir de um determinado momento, comecei a estudar. Aos 7 anos de idade, tive aulas de piano com Neusa França e depois fui à escola de música para me aperfeiçoar. 

Para você, como é a vivência musical em Brasília? Quais são as partes mais interessantes de viver da música em uma cidade como Brasília? 

Bom, minha vivência como músico aqui no Distrito Federal tem uma especificidade muito grande pelo fato de sermos o nascimento de uma nova capital. As oportunidades surgiram a partir da convivência, da vivência dos festivais. Os bares começaram a abrir. Quando estava estudando na Escola de Música de Brasília,  Anapolino Barbosa — criador da banda Matukselos — me chamou para tocar baile. E, ali, eu realmente enveredei para ser músico profissional. Além disso, pelo fato de Brasília ser uma uma uma capital nova, era muito estigmatizada. Na verdade, ainda é. Aqui, a política tomou um ar muito mais poderoso, no sentido de chamar a atenção de ser uma cidade criada para isso. Nós, artistas, tivemos que conquistar espaço para além do maior atrativo da capital, a política. 

De que forma você percebe a cena musical de Brasília? 

A cena musical de Brasília sempre foi poderosa. Acho que pelo fato de vivermos nesses espaços gigantes, em uma capital com essa amplitude espacial, temporal. Toda a energia que envolve a nossa cidade, toda a história de sermos o polo cultural do Brasil, toda essa grande força formatou a capital do Brasil e nos trouxe essa capacidade de inspiração. Eu vejo a cena musical e artística do Distrito Federal de uma forma muito rica em todas as linguagens, sem tirar nenhuma. Temos todas as vertentes da música, do hip-hop, do rap, da MPB, do jazz, do pagode, do sertanejo, entre outras. 

Qual é a sua Brasília? O que mais te encanta na capital e como ela inspira suas composições? 

A minha Brasília é a Brasília dos grandes espaços. Ampla, do céu azul que é o nosso mar, do horizonte 360 graus. Eu cresci aqui e ainda não tinha prédios, então eu via com mais intensidade ainda essa Brasília gigante, essa coisa maravilhosa e fantástica, um museu a céu aberto. Essa é a Brasília que me inspira. A Brasília dos cristais, da inspiração, da poesia, da arte, da beleza, do encontro do Brasil com os brasileiros. Fiz uma música chamada Brasília, que abre o espetáculo e é onde eu demonstro a minha visão da chegada das máquinas e desse conflito com a natureza e de uma série de outras coisas.

Neste show, você celebra 70 anos de vida. Qual a programação para comemorar uma data tão importante? Quem são os convidados especiais? 

Este show dos meus 70 anos tem a questão de celebração mesmo. De estar vivo, com saúde, com capacidade de lutar para melhorar mais ainda a vida do músico e do artista brasileiro e de Brasília, de estar aqui fazendo a minha parte. A chegada a esse planeta. 

Tenho como convidados a minha companheira Célia Porto, ela vai interpretar duas músicas minhas. Chamei o Aloísio Brandão para cantar Cabeça prenha, uma parceria com o Vicente Sá, a quem homenageio com todo carinho. Também convido meu irmão querido — que toca Beatles — o professor Ricardo Freire, minha afilhada Flor Furacão e o Leonel Laterza. Além disso, levo ao palco a formação do Rênio Quintas Trio, com o baixista chileno Sebastián e o baterista Steve Marta. Vou fazer uma homenagem ao Toninho Maia também, um irmão com quem formei o Artimanha, que nos deixou precocemente por conta da covid, infelizmente. Ele é uma referência de guitarra e de criação. Fez parte da minha vida e isso eu quero referenciar com muita força. 

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco


Show Pimentas do Rênio 

Hoje, às 20h30, no Clube do Choro (SDC Bloco G - Brasília, DF). Ingressos já disponíveis no site da Bilheteria Digital, a partir de R$25

 

postado em 24/04/2025 06:01
x