
Em Mania de você, de João Emanuel Carneiro, às 21h, na TV Globo, o carrasco Yuri, vilão que causou horrores na vida dos mocinhos Rudá (Nicolas Prattes), Michele (Alanis Guillen) e Cristiano (Bruno Montaleone), é interpretado pelo ator Arthur Haroyan, um armênio louco por novelas que acompanha as produções da teledramaturgia brasileira desde sempre e, ainda menino, decidiu que estaria nelas. Autor do livro O armênico, lançado em 2022, o agora morador de São Paulo relata na narrativa literária suas aventuras da infância à sua nova vida no Brasil, onde chegou em 2008, aos 24 anos.
Com 41 anos, Arthur Haroyan realizou o sonho de estar em um folhetim e, por isso, adicionou um novo capítulo à sua obra, que leva o nome do trabalho que o lançou. O armênico chega à sua terceira edição, com lançamento neste domingo (9/2), a partir das 15h, na Livraria Martins Fontes, na capital paulista.
"O nascimento da terceira edição de O armênico foi muito inesperada e espontânea. Quem já leu as duas edições anteriores sabe que todos os capítulo do livro estão nomeados com títulos de novelas brasileiras. São novelas que eu assisti em alguma etapa da minha vida, desde a Armênia até chegar ao Brasil. Desde A Escrava Isaura, com a Lucélia Santos, A próxima vítima, com a minha amada Aracy Balabanian, até Avenida Brasil, com a maravilhosa Adriana Esteves. E, como um jogo surpreendente do destino, eu fui escalado para a novela das nove da TV Globo, Mania de você, de João Emanuel Carneiro e, decidimos, fazer uma edição limitada com mais um título de telenovela, como uma conclusão lógica da minha jornada até hoje. A partir de agora, é só voar!", declarou Arthur Haroyan ao Correio.
Jô Soares
Arthur Haroyan esteve no Programa do Jô, na Globo, em duas ocasiões: uma em 2013 e outra em 2015. "Foi durante o espetáculo 1915, do meu grupo, que contava sobre o Genocídio Armênio, que escrevi e também fazia parte do elenco. Fomos disparando press release e tive uma chamada inesperada da produção do Jô, dizendo que ele queria conhecer a história da minha vida", festejou.
"Foi uma honra, uma conquista e tanto estar naquele lugar e ser entrevistado por uma referência como Jô. A minha carreira foi subindo e mais gente conheceu que a Armênia não é apenas nome de uma estação de metrô", comemorou.
Em 2008, com 24 anos e uma mochila nas costas, o jovem sonhador e desbravador Arthur embarcou em uma diáspora solitária para o Brasil. Arthur falou para a família que estava vindo fazer um intercâmbio de três meses para aprender português. Antes de chegar a São Paulo, ou por Brasília até chegar em Rondônia, onde haviam pessoas indicadas por um amigo argentino para recebê-lo.
Em sua terra natal, Arthur se formou em língua e literatura russa. No Brasil, Arthur trabalhou na Escola Armênia, deu aulas particulares de idiomas e atuou como intérprete. Ao longo de três anos, trabalhou na criação de um livro autobiográfico chamado O armênico, um conselho de amigos adiante de tantas narrativas hilárias que compõem a sua história de vida.