
O LAB JUV é um projeto que traz aos moradores da periferia oportunidades formativas com atividades presenciais de audiovisual, TV e internet. Com as inscrições já encerradas, 30 pessoas periféricas foram selecionadas para o ciclo formativo. A partir desta quarta-feira (17/4), a primeira fase da proposta começa com palestras de profissionais das áreas.
O programa é composto por quatro fases e a inicial é o ciclo de palestras intitulado de Chega mais. Os palestrantes são a cineasta Viviane Ferreira; a diretora de criação dos Estúdios Globo, Samantha Almeida; o criador de conteúdo digital Puro Roxo; e a fundadora da produtora Vaporosa Cultural, Bethania Maia.
Bethania pontua que o audiovisual é uma ferramenta de potencialização para criar novas realidades e referências do potencial da comunidade periférica. “A mídia e a literatura sempre retrataram uma caricatura do que seria uma pessoa negra, uma pessoa indígena, uma pessoa periférica, uma pessoa LGBT. E nenhuma dessas referências eram conectadas com sucesso, felicidade ou com uma vida estruturada. Ao fazer o nosso audiovisual, por nós e para nós, criamos essa nova possibilidade”, diz.
A produtora ressalta que, além de estar no papel de existir, também está aqui para criar e estabelecer o lugar da diversidade sociocultural. A democratização dos meios de comunicação possibilita que todos contem sua história, não só os privilegiados que possuem o aos caros equipamentos.
“Todas essas iniciativas que dão as ferramentas do audiovisual para quaisquer pessoas que tenham interesse em ar esses espaços ajudam a colocá-las um pouquinho mais dentro da corrida. Obviamente, ninguém larga do mesmo lugar. Os privilégios ainda vão pautar quem larga primeiro na corrida, mas, a partir do momento em que as pessoas têm o tanto aos saberes quanto aos equipamentos, vai ser possível que mais dessas histórias sejam contadas. Com as nossas perspectivas em ênfase, não somos retratados com o olhar do desejo do outro do que o nosso corpo seja”, explica.
Luther Rocha, mais conhecido como Puro Roxo, diz que aborda pautas da comunidade negra utilizando o humor porque isso proporciona uma comunicação fácil e informal. Com a visibilidade nas redes sociais, ele consegue evidenciar pautas que normalmente são invisibilizadas e pretende, com isso, trazer suas experiências para incentivar os ouvintes.
Abertas ao público, as quatro palestras seguem até o dia 25 de abril e poderão ser acompanhadas pelo canal do SOMA Cidadania Criativa no YouTube, instituto idealizador do projeto.
Serviço
LAB JUV
Palestras nesta quarta (17/4) e quinta (18/4), e nos dias 23 e 25 de abril, das 18h às 20h, no canal do SOMA Cidadania Criativa no YouTube.
*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco
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