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Por Thiago Rondon* — A recente deliberação da Suprema Corte dos Estados Unidos acerca das leis de moderação de conteúdo da Flórida e do Texas apresenta implicações que podem repercutir em âmbito global, moldando a forma como as plataformas tecnológicas regulam o discurso online.</p> <p class="texto">As legislações estaduais, visando combater acusações de que as redes sociais censuram perspectivas específicas, buscam restringir a habilidade destas plataformas de remover ou bloquear conteúdos. 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Thiago Rondon 1l281n Tecnologia, lei e democracia
Visão do direito

Thiago Rondon: Tecnologia, lei e democracia w6k5x

"À medida que o panorama regulatório global se torna mais complexo, as plataformas digitais e de mídia social são compelidas a navegar um ambiente repleto de incertezas e potenciais mudanças legislativas" 5j4q17

Por Thiago Rondon* — A recente deliberação da Suprema Corte dos Estados Unidos acerca das leis de moderação de conteúdo da Flórida e do Texas apresenta implicações que podem repercutir em âmbito global, moldando a forma como as plataformas tecnológicas regulam o discurso online.

As legislações estaduais, visando combater acusações de que as redes sociais censuram perspectivas específicas, buscam restringir a habilidade destas plataformas de remover ou bloquear conteúdos. Em um debate que se estendeu por quase quatro horas na última segunda-feira, os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos expressaram preocupação com o poder substancial detido pelas plataformas sobre o discurso público e reconheceram a complexidade em estabelecer uma diretriz clara para enfrentar os desafios trazidos por essas leis estaduais.

Um ponto central de discussão foi a distinção entre a censura governamental, proibida pela Primeira Emenda, e a liberdade de empresas privadas em determinar os discursos em seus sites. O Presidente da Suprema Corte dos EUA, John G. Roberts Jr., enfatizou que a Primeira Emenda favorece as empresas privadas nesta questão, proibindo o governo — e não entidades privadas — de censurar a fala. Esta visão é crucial porque coloca a "moderação de conteúdo" sob a luz da "discrição editorial" quando realizada por entidades privadas, contrastando com a "censura" quando promovida por leis estaduais.

A Suprema Corte parece inclinada a manter as leis bloqueadas, devolvendo os casos aos tribunais inferiores. Essa decisão sugere uma proteção contínua à autonomia das plataformas em moderar conteúdos, pelo menos por enquanto. No entanto, as implicações dessa deliberação vão além das fronteiras dos EUA, influenciando como as plataformas operam globalmente. As empresas de tecnologia, que funcionam em escala internacional, podem encontrar-se no desafio de atuar com normas conflitantes, forçadas a navegar entre regulamentações nacionais divergentes e o precedente estabelecido pela Suprema Corte norte-americana.

À medida que o panorama regulatório global se torna mais complexo, as plataformas digitais e de mídia social são compelidas a navegar um ambiente repleto de incertezas e potenciais mudanças legislativas. Para se anteciparem a tais mudanças e mitigarem riscos, muitas optam por implementar políticas de moderação de conteúdo mais rigorosas e uniformes. Este movimento preventivo visa harmonizar as práticas de moderação em diferentes regiões, simplificando a operação em múltiplas jurisdições e preparando-se para um futuro em que regulamentos mais estritos podem se tornar a norma.

O crescente clamor por clareza e transparência nas políticas de moderação de conteúdo das plataformas digitais reflete um movimento social que almeja compreender e influenciar as normas que regem a visibilidade e o compartilhamento de informações online. Esse interesse público é alimentado por uma consciência cada vez maior do impacto significativo que tais políticas exercem sobre a liberdade de expressão, a privacidade e a propagação de ideias.

Assim, as plataformas de mídia social enfrentam uma pressão crescente para não apenas esclarecer, mas também justificar suas decisões de moderação. Em resposta a esse apelo, as plataformas enfrentam o desafio de desenvolver sistemas de governança de conteúdo que sejam eficazes, justos e transparentes. A divulgação de dados e relatórios de transparência tornou-se uma estratégia para elucidar as práticas de moderação.

A deliberação da Suprema Corte americana potencialmente deve promover o desafio de equilibrar a liberdade de expressão com a responsabilidade das plataformas em combater a desinformação e o discurso de ódio. A decisão provavelmente irá encorajar uma discussão mais ampla sobre essas questões, pressionando as plataformas a serem mais transparentes sobre suas políticas de moderação na busca por um equilíbrio entre regulação e liberdade.

Em suma, a discussão sobre as leis de moderação de conteúdo pela Suprema Corte dos Estados Unidos sinaliza um momento crucial na intersecção entre tecnologia, lei e democracia.

Independentemente do desfecho, é provável que essa deliberação incentive mudanças positivas nas políticas de moderação de conteúdo das plataformas em escala global, influenciando o futuro do discurso online e a transparência na gestão da informação na era digital. Em um momento em que a preocupação pelo uso da inteligência artificial aumenta, também é fundamental que estes mecanismos acompanhem o debate sobre conteúdos sintéticos, educação digital e o a direitos.

*Especialista em tecnologia e democracia, analista no âmbito do Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal e diretor do APPCívico, startup que desenvolve tecnologias para a participação cívica

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