
O cantor MC Poze do Rodo foi preso na manhã desta quinta-feira (29) durante uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, o artista teria realizado apresentações em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho, com presença de indivíduos armados e apoio direto de traficantes. Agora, além da prisão, as letras de suas músicas am a ser analisadas por suposta apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas.
Com milhões de seguidores nas redes sociais e uma carreira sólida no funk carioca, Poze agora está no centro de uma polêmica que envolve arte, liberdade de expressão e crime organizado. Segundo a polícia, as canções "extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves", apontando trechos que, para os investigadores, glorificam facções, armamento ilegal e violência urbana.
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Entre as faixas que entraram na mira das autoridades, está a música que cita diretamente o Comando Vermelho com frases como “Fala que é a tropa do Comando Vermelho”, “Respeita o CV” e “só tem bandido brabo, só menor de guerra”. Em tom de provocação, a letra ainda menciona: “Nós é terror dos Terceiro, ADA e dos melec”.
Outra canção investigada é “Na CDD só tem bandido faixa preta”, na qual Poze enaltece criminosos da Cidade de Deus e menciona armamento pesado: “nós tem Glock, tem AK, 62 com mira laser”. O repertório também inclui faixas como “Homenagem para tropa do Rodo”, que presta tributo a traficantes mortos, e “Talvez”, que faz referência direta à chacina do Jacarezinho: “Mais de quinze morto pela chacina. Presente do dia da mãe é ter o filho morto pela esquina”.