{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/ciencia-e-saude/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/ciencia-e-saude/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/ciencia-e-saude/", "name": "Ciência e Saúde", "description": "Fique por dentro sobre as últimas novidades, pesquisas e análises ", "url": "/ciencia-e-saude/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/ciencia-e-saude/2025/04/7112839-mulheres-com-sindrome-metabolica-e-cancer-de-mama-devem-redobrar-a-atencao.html", "name": "Mulheres com síndrome metabólica e câncer de mama devem redobrar a atenção", "headline": "Mulheres com síndrome metabólica e câncer de mama devem redobrar a atenção", "description": "", "alternateName": "SAÚDE", "alternativeHeadline": "SAÚDE", "datePublished": "2025-04-17T06:01:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Caracterizada pelo conjunto de condições como excesso de gordura abdominal, taxas elevadas de colesterol e hipertensão, a síndrome metabólica é um conhecido fator de risco de diabetes 2 e doenças cardiovasculares. Um estudo apresentado no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Málaga, na Espanha, mostra que o problema também está significativamente associado à recorrência e à mortalidade por câncer de mama. </p> <ul> <li><a href="/ciencia-e-saude/2025/04/7110251-combinacao-de-dois-medicamentos-simples-pode-evitar-mortes-por-infarto.html"><strong>Combinação de dois medicamentos simples pode evitar mortes por infarto</strong></a></li> <li> <p class="texto"><strong><a href="/ciencia-e-saude/2025/04/7111991-oms-anuncia-acordo-historico-sobre-combate-a-futuras-pandemias.html">OMS anuncia acordo histórico sobre combate a futuras pandemias</a></strong></p> </li> </ul> <p class="texto">A pesquisa, publicada no The Journal of Internal Medicine, revela que, entre sobreviventes desse tipo de tumor, o risco de retorno da doença é 69% maior quando a paciente tem síndrome metabólica. A chance de morrer caso o câncer de mama retorne foi de 83% na população estudada. Os dados foram obtidos de estudos observacionais e ensaios clínicos que envolveram 42.135 pessoas.</p> <p class="texto">A Associação Norte-Americana do Coração cujas definições e recomendações são adotadas por sociedades médicas em todo o mundo, caracteriza a síndrome metabólica como a presença de pelo menos três condições. São elas: pressão arterial elevada, triglicérides (gorduras no sangue) altos, lipoproteína de alta densidade (HDL) ou colesterol "bom" baixo, glicemia de jejum elevada (açúcar no sangue) e obesidade central ou abdominal (circunferência da cintura superior a 88cm para mulheres e 100cm para homens).</p> <p class="texto"><strong>Critérios</strong></p> <p class="texto">No estudo, liderado por Sixten Harborg, do Departamento de Oncologia da Universidade de Aarhus/Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, os pesquisadores utilizaram dados de artigos médicos que foram, então, modelados para avaliar a relação entre um perfil metabólico desfavorável e a sobrevida ao câncer de mama. As estimativas combinadas mostraram que sobreviventes desse tipo de tumor que, no momento do diagnóstico, também se encaixavam nos critérios da síndrome, tinham 57% mais risco de algum evento relacionado à doença, sendo 69% no caso de recorrência, e 83% na mortalidade durante o acompanhamento. </p> <p class="texto">"A célula tumoral precisa de muita energia. A principal característica da síndrome metabólica é o excesso de glicose circulante no corpo. Esse excesso de glicose é muito bem aproveitado pelo tumor a seu favor como substrato energético para crescer e multiplicar-se", explica o oncologista João Nunes, especialista em câncer de mama. De acordo com o médico, grandes serviços de oncologia já têm programas com foco em hábitos de vida e alimentação, com foco nessa característica. "A abordagem multiprofissional e multidisciplinar é fundamental para ajudar nesse cenário", destaca. </p> <p class="texto">Os autores do estudo analisaram possíveis diferenças na associação de acordo com a localização geográfica do continente de origem dos estudos incluídos. Eles descobriram que a relação entre desfechos mais desfavoráveis entre sobreviventes de câncer de mama com síndrome metabólica foi consistente em toda a Europa, América do Norte e Ásia. </p> <p class="texto"><strong>Brasileiros</strong></p> <p class="texto">Para o oncologista Gilberto Amorim, da Oncologia D'Or, embora o estudo não tenha dados brasileiros, os resultados podem ser extrapolados para o país. "Não há uma plausibilidade biológica para achar que a síndrome metabólica nas mulheres e homens portadores de câncer de mama no Brasil tem um comportamento distinto", diz. "A população brasileira está cada vez mais comendo errado, cada vez mais pacientes convivendo com sobrepeso e obesidade, e esses riscos são os mesmos. Ainda que não tenha tido estudos brasileiros, os dados servem para o alerta da população global como um todo", acredita. </p> <p class="texto">Em nota, os autores enfatizam a importância do rastreamento metabólico para os sobreviventes de câncer de mama. "Pesquisas futuras devem se concentrar em avaliar como o controle da gordura no sangue, a reversão do diabetes e a adoção de estilos de vida saudáveis podem diminuir a prevalência da síndrome metabólica nessa população e, em última análise, aumentar a sobrevida dos pacientes de câncer de mama."</p> <p class="texto">Embora o estudo não tenha focado nas causas da associação entre câncer de mama e desfechos mais desfavoráveis para pacientes com síndrome metabólica, os autores do artigo afirmam que o excesso de gordura pode resultar em níveis aumentados de estrogênio circulante que, por sua vez, tem potencial para estimular o crescimento das células cancerígenas da mama. "Além disso, a adiposidade pode induzir alterações no microambiente tumoral que facilitam a metástase, ou a disseminação do câncer", escreveram.</p> <p class="texto"> </p> <p class="texto"><strong>Formato maçã</strong></p> <p class="texto">A síndrome metabólica é um grupo de condições que aumenta o risco de doenças cardiovasculares e de diabetes tipo 2. Entre as principais, estão pressão alta, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura na cintura e taxas altas de colesterol ou triglicerídeos. Quem tem três ou mais dessas condições tem síndrome metabólica, embora apenas uma ou duas delas já aumentem o risco de doenças graves. Pessoas com síndrome metabólica geralmente têm corpos em formato de maçã, o que significa que têm cinturas maiores e carregam muito peso em torno do abdômen.  </p> <p class="texto"> </p> <h3>Três perguntas para Gilberto Amorim, especialista em oncologia mamária da Oncologia D'Or</h3> <p class="texto"> <strong>Por que a síndrome metabólica está associada ao risco maior de recorrência e morte por câncer de mama?</strong></p> <p class="texto"><em>Os mecanismos que explicam essa associação à recorrência e morte por câncer de mama precisam ser melhor estudados, mas a gente já tem bastante ideia de como isso funciona. Há uma série de alterações moleculares que podem acontecer nesses pacientes. Por exemplo, a hiperglicemia não é um apenas aumento da insulina no sangue, acaba que alguns fatores de crescimento também estão aumentados nesses pacientes e algumas alterações moleculares em vias de proliferação e de crescimento de possíveis células tumorais são ativadas devido a esse metabolismo alterado por um longo tempo. Até a hipertensão está associada a alterações moleculares em algumas vias, que são, em última análise, responsáveis por um crescimento celular mais acelerado ou eventualmente resistente a certos tratamentos. </em></p> <p class="texto"> <br /></p> <p class="texto"><strong>Como o sobrepeso e a obesidade influenciam esse risco?</strong></p> <p class="texto"><em>A obesidade central, que a gente mede simplesmente com uma fita métrica, que se traduz naquela gordura visceral, está relacionada à liberação de alguns hormônios, interleucina e outros fatores de crescimento do tumor. E um aspecto importante é a aromatase, que é uma enzima que faz parte do metabolismo dos hormônios femininos. Ela está aumentada nesses pacientes que convivem com obesidade. A própria dislipidemia — o aumento do triglicerídeo e do colesterol, além da diminuição do HDL, o chamado bom colesterol — acaba se traduzindo em alterações moleculares em vias de sinalização para as células tumorais seguirem se proliferando. Então, em última análise, a gente tem maior proliferação, maior chance de invasão de tecidos e maior chance de metástase. É claro que mecanismos mais específicos precisam ainda ser elucidados.</em></p> <p class="texto"> <br /></p> <p class="texto"><strong>A triagem da síndrome metabólica em sobreviventes de câncer de mama pode ajudar a reduzir o risco de recorrência do tumor? </strong></p> <p class="texto"><em>De uma certa forma, muitos centros médicos já fazem isso, muitos médicos no dia a dia já têm essa noção, e solicitam os exames de lipídios, glicose em jejum, hemoglobina glicada. Também estão pesando os pacientes e ando a medir a cintura abdominal para conversar sobre esses aspectos, mas é evidente que essa triagem precisa ser ampliada e disseminada. A gente fala muito dos tratamentos, do impacto da cirurgia, da quimioterapia, da rádio, dos comprimidos, da terapia endócrina, do bloqueio dos hormônios, e às vezes, o paciente está lá com obesidade, alterações metabólicas variadas, sedentarismo, e isso fica em segundo plano. Essa triagem de saúde metabólica não é um luxo: em termos de qualidade de vida e de desfechos oncológicos é muito importante.</em></p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/politica/2025/04/7113194-erika-hilton-embaixada-diz-que-so-reconhece-dois-sexos-imutaveis.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/11/erika_hilton-41599938.jpg?20250416192415" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Política</strong> <span>Caso Erika Hilton: Embaixada dos EUA diz que só reconhece "dois sexos imutáveis"</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/cidades-df/2025/04/7113197-em-funcionamento-novos-paineis-sao-instalados-nas-estacoes-do-metro-df.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/04/16/4ef61710_f1f8_46bb_82d4_b8dc6c7491af__1_-49862364.jpeg?20250416192813" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Cidades DF</strong> <span>Em funcionamento: novos paineis são instalados nas estações do Metrô-DF </span> </div> </a> </li> <li> <a href="/diversao-e-arte/2025/04/7113199-luisa-sonza-amplia-turne-nos-eua-apos-esgotar-ingressos-nas-primeiras-datas.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/png/2025/04/16/luisa_sonza_anuncia_novos_shows_de_turne_internacional-49862402.png?20250416193006" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Luísa Sonza amplia turnê nos EUA após esgotar ingressos nas primeiras datas</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/04/10/1200x801/1_young_caucasian_woman_palpating_her_breast_by_herself_that_she_concern_about_breast_cancer_healthcare_breast_cancer_concept-49492764.jpg?20250416194603?20250416194603", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/04/10/1000x1000/1_young_caucasian_woman_palpating_her_breast_by_herself_that_she_concern_about_breast_cancer_healthcare_breast_cancer_concept-49492764.jpg?20250416194603?20250416194603", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/04/10/800x600/1_young_caucasian_woman_palpating_her_breast_by_herself_that_she_concern_about_breast_cancer_healthcare_breast_cancer_concept-49492764.jpg?20250416194603?20250416194603" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Paloma Oliveto", "url": "/autor?termo=paloma-oliveto" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } n5e40

Mulheres com síndrome metabólica e câncer de mama devem redobrar a atenção 5h4o1h
SAÚDE

Mulheres com síndrome metabólica e câncer de mama devem redobrar a atenção 6b6s20

Pacientes com câncer de mama que se encaixam na classificação de síndrome metabólica têm desfechos mais desfavoráveis no combate à doença, com probabilidade elevada de recorrência do tumor ou de óbito, diz estudo 4v2w1k

Caracterizada pelo conjunto de condições como excesso de gordura abdominal, taxas elevadas de colesterol e hipertensão, a síndrome metabólica é um conhecido fator de risco de diabetes 2 e doenças cardiovasculares. Um estudo apresentado no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Málaga, na Espanha, mostra que o problema também está significativamente associado à recorrência e à mortalidade por câncer de mama. 

A pesquisa, publicada no The Journal of Internal Medicine, revela que, entre sobreviventes desse tipo de tumor, o risco de retorno da doença é 69% maior quando a paciente tem síndrome metabólica. A chance de morrer caso o câncer de mama retorne foi de 83% na população estudada. Os dados foram obtidos de estudos observacionais e ensaios clínicos que envolveram 42.135 pessoas.

A Associação Norte-Americana do Coração cujas definições e recomendações são adotadas por sociedades médicas em todo o mundo, caracteriza a síndrome metabólica como a presença de pelo menos três condições. São elas: pressão arterial elevada, triglicérides (gorduras no sangue) altos, lipoproteína de alta densidade (HDL) ou colesterol "bom" baixo, glicemia de jejum elevada (açúcar no sangue) e obesidade central ou abdominal (circunferência da cintura superior a 88cm para mulheres e 100cm para homens).

Critérios

No estudo, liderado por Sixten Harborg, do Departamento de Oncologia da Universidade de Aarhus/Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, os pesquisadores utilizaram dados de artigos médicos que foram, então, modelados para avaliar a relação entre um perfil metabólico desfavorável e a sobrevida ao câncer de mama. As estimativas combinadas mostraram que sobreviventes desse tipo de tumor que, no momento do diagnóstico, também se encaixavam nos critérios da síndrome, tinham 57% mais risco de algum evento relacionado à doença, sendo 69% no caso de recorrência, e 83% na mortalidade durante o acompanhamento. 

"A célula tumoral precisa de muita energia. A principal característica da síndrome metabólica é o excesso de glicose circulante no corpo. Esse excesso de glicose é muito bem aproveitado pelo tumor a seu favor como substrato energético para crescer e multiplicar-se", explica o oncologista João Nunes, especialista em câncer de mama. De acordo com o médico, grandes serviços de oncologia já têm programas com foco em hábitos de vida e alimentação, com foco nessa característica. "A abordagem multiprofissional e multidisciplinar é fundamental para ajudar nesse cenário", destaca. 

Os autores do estudo analisaram possíveis diferenças na associação de acordo com a localização geográfica do continente de origem dos estudos incluídos. Eles descobriram que a relação entre desfechos mais desfavoráveis entre sobreviventes de câncer de mama com síndrome metabólica foi consistente em toda a Europa, América do Norte e Ásia. 

Brasileiros

Para o oncologista Gilberto Amorim, da Oncologia D'Or, embora o estudo não tenha dados brasileiros, os resultados podem ser extrapolados para o país. "Não há uma plausibilidade biológica para achar que a síndrome metabólica nas mulheres e homens portadores de câncer de mama no Brasil tem um comportamento distinto", diz. "A população brasileira está cada vez mais comendo errado, cada vez mais pacientes convivendo com sobrepeso e obesidade, e esses riscos são os mesmos. Ainda que não tenha tido estudos brasileiros, os dados servem para o alerta da população global como um todo", acredita. 

Em nota, os autores enfatizam a importância do rastreamento metabólico para os sobreviventes de câncer de mama. "Pesquisas futuras devem se concentrar em avaliar como o controle da gordura no sangue, a reversão do diabetes e a adoção de estilos de vida saudáveis podem diminuir a prevalência da síndrome metabólica nessa população e, em última análise, aumentar a sobrevida dos pacientes de câncer de mama."

Embora o estudo não tenha focado nas causas da associação entre câncer de mama e desfechos mais desfavoráveis para pacientes com síndrome metabólica, os autores do artigo afirmam que o excesso de gordura pode resultar em níveis aumentados de estrogênio circulante que, por sua vez, tem potencial para estimular o crescimento das células cancerígenas da mama. "Além disso, a adiposidade pode induzir alterações no microambiente tumoral que facilitam a metástase, ou a disseminação do câncer", escreveram.

 

Formato maçã

A síndrome metabólica é um grupo de condições que aumenta o risco de doenças cardiovasculares e de diabetes tipo 2. Entre as principais, estão pressão alta, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura na cintura e taxas altas de colesterol ou triglicerídeos. Quem tem três ou mais dessas condições tem síndrome metabólica, embora apenas uma ou duas delas já aumentem o risco de doenças graves. Pessoas com síndrome metabólica geralmente têm corpos em formato de maçã, o que significa que têm cinturas maiores e carregam muito peso em torno do abdômen.  

 

Três perguntas para Gilberto Amorim, especialista em oncologia mamária da Oncologia D'Or 3m3q5k

 Por que a síndrome metabólica está associada ao risco maior de recorrência e morte por câncer de mama?

Os mecanismos que explicam essa associação à recorrência e morte por câncer de mama precisam ser melhor estudados, mas a gente já tem bastante ideia de como isso funciona. Há uma série de alterações moleculares que podem acontecer nesses pacientes. Por exemplo, a hiperglicemia não é um apenas aumento da insulina no sangue, acaba que alguns fatores de crescimento também estão aumentados nesses pacientes e algumas alterações moleculares em vias de proliferação e de crescimento de possíveis células tumorais são ativadas devido a esse metabolismo alterado por um longo tempo. Até a hipertensão está associada a alterações moleculares em algumas vias, que são, em última análise, responsáveis por um crescimento celular mais acelerado ou eventualmente resistente a certos tratamentos. 

 

Como o sobrepeso e a obesidade influenciam esse risco?

A obesidade central, que a gente mede simplesmente com uma fita métrica, que se traduz naquela gordura visceral, está relacionada à liberação de alguns hormônios, interleucina e outros fatores de crescimento do tumor. E um aspecto importante é a aromatase, que é uma enzima que faz parte do metabolismo dos hormônios femininos. Ela está aumentada nesses pacientes que convivem com obesidade. A própria dislipidemia — o aumento do triglicerídeo e do colesterol, além da diminuição do HDL, o chamado bom colesterol — acaba se traduzindo em alterações moleculares em vias de sinalização para as células tumorais seguirem se proliferando. Então, em última análise, a gente tem maior proliferação, maior chance de invasão de tecidos e maior chance de metástase. É claro que mecanismos mais específicos precisam ainda ser elucidados.

 

A triagem da síndrome metabólica em sobreviventes de câncer de mama pode ajudar a reduzir o risco de recorrência do tumor? 

De uma certa forma, muitos centros médicos já fazem isso, muitos médicos no dia a dia já têm essa noção, e solicitam os exames de lipídios, glicose em jejum, hemoglobina glicada. Também estão pesando os pacientes e ando a medir a cintura abdominal para conversar sobre esses aspectos, mas é evidente que essa triagem precisa ser ampliada e disseminada. A gente fala muito dos tratamentos, do impacto da cirurgia, da quimioterapia, da rádio, dos comprimidos, da terapia endócrina, do bloqueio dos hormônios, e às vezes, o paciente está lá com obesidade, alterações metabólicas variadas, sedentarismo, e isso fica em segundo plano. Essa triagem de saúde metabólica não é um luxo: em termos de qualidade de vida e de desfechos oncológicos é muito importante.

Mais Lidas 2f4e64

Três perguntas para Gilberto Amorim, especialista em oncologia mamária da Oncologia D'Or 5m2r6v

Gilberto Amorim, especialista em oncologia mamária da Oncologia D'Or

Por que a síndrome metabólica está associada ao risco maior de recorrência e morte por câncer

de mama?

Os mecanismos que explicam essa associação à recorrência e morte por câncer de mama precisam ser melhor estudados, mas a gente já tem bastante ideia de como isso funciona. Há uma série de alterações moleculares que podem acontecer nesses pacientes. Por exemplo, a hiperglicemia não é um apenas aumento da insulina no sangue, acaba que alguns fatores de crescimento também estão aumentados nesses pacientes e algumas alterações moleculares em vias de proliferação e de crescimento de possíveis células tumorais são ativadas devido a esse metabolismo alterado por um longo tempo. Até a hipertensão está associada a alterações moleculares em algumas vias, que são, em última análise, responsáveis por um crescimento celular mais acelerado ou eventualmente resistente a certos tratamentos. 

Como o sobrepeso e a obesidade influenciam esse risco?

 A obesidade central, que a gente mede simplesmente com uma fita métrica, que se traduz naquela gordura visceral, está relacionada à liberação de alguns hormônios, interleucina e outros fatores de crescimento do tumor. E um aspecto importante é a aromatase, que é uma enzima que faz parte do metabolismo dos hormônios femininos. Ela está aumentada nesses pacientes que convivem com obesidade. A própria dislipidemia — o aumento do triglicerídeo e do colesterol, além da diminuição do HDL, o chamado bom colesterol — acaba se traduzindo em alterações moleculares em vias de sinalização para as células tumorais seguirem se proliferando. Então, em última análise, a gente tem maior proliferação, maior chance de invasão de tecidos e maior chance de metástase. É claro que mecanismos mais específicos precisam ainda ser elucidados.

A triagem da síndrome metabólica em sobreviventes de câncer de mama pode ajudar a reduzir o risco de recorrência do tumor? 

De uma certa forma, muitos centros médicos já fazem isso, muitos médicos no dia a dia já têm essa noção, e solicitam os exames de lipídios, glicose em jejum, hemoglobina glicada. Também estão pesando os pacientes e ando a medir a cintura abdominal para conversar sobre esses aspectos, mas é evidente que essa triagem precisa ser ampliada e disseminada. A gente fala muito dos tratamentos, do impacto da cirurgia, da quimioterapia, da rádio, dos comprimidos, da terapia endócrina, do bloqueio dos hormônios, e às vezes, o paciente está lá com obesidade, alterações metabólicas variadas, sedentarismo, e isso fica em segundo plano. Essa triagem de saúde metabólica não é um luxo: em termos de qualidade de vida e de desfechos oncológicos é muito importante. (PO)

Formato de maçã 6n3m65

A síndrome metabólica é um grupo de condições que aumenta o risco de doenças cardiovasculares e de diabetes tipo 2. Entre as principais, estão pressão alta, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura na cintura e taxas altas de colesterol ou triglicerídeos. Quem tem três ou mais dessas condições tem síndrome metabólica, embora apenas uma ou duas delas já aumentem o risco de doenças graves. Pessoas com síndrome metabólica geralmente têm corpos em formato de maçã, o que significa que têm cinturas maiores e carregam muito peso em torno do abdômen. 

Fonte: Clinica Mayo