A escavação da Caverna Tinshemet, de acordo com os pesquisadores Yossi Zaidner da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel Hershkovitz da Universidade de Tel Aviv e Marion Prévost da Universidade Hebraica de Jerusalém, teve o objetivo de determinar a natureza das relações Homo sapiens–Neandertais no Levante Paleolítico Médio - (crédito: Yossi Zaidner)
Embora já a arqueologia já tivesse conhecimento da interação entre neandertais e os Homo sapiens, arqueólogos descobriram que as duas espécies do período paleolítico interagiam ativamente, compartilhavam tecnologias, estilos de vida e até costumes funerários.
Essa constatação foi feita em pesquisa realizada pela Universidade Hebraica de Jerusalém, em parceira com a Universidade de Tel Aviv. Segundoo estudo, publicado na revista científica Nature Human Behaviour, essas interações promoveram intercâmbio cultural e as inovações comportamentais, como práticas formais de sepultamento e o uso simbólico do ocre para decoração.
A pesquisa baseou-se em escavações realizadas desde 2017, na Caverna Tinshemet, no centro de Israel. As análises na caverna, comumente explorada por arqueólogos, revelaram sepultamentos humanos — os primeiros durante o período Paleolítico Médio, de 250 mil anos a 50 mil anos a.C..
Objetivos
A escavação da Caverna Tinshemet, de acordo com os pesquisadores Yossi Zaidner da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel Hershkovitz da Universidade de Tel Aviv e Marion Prévost da Universidade Hebraica de Jerusalém, teve o objetivo de determinar a natureza das relações Homo sapiens–Neandertais no Levante Paleolítico Médio.
Afinal, eles (Neandertais e Homo sapiens) eram rivais competindo por recursos, vizinhos pacíficos ou mesmo colaboradores?
Arqueólogos que faziam
a restauração da Igreja de São Filiberto, em Dijon, na França, foram surpreendidos por uma descoberta impressionante.
wikimedia commons/François de Dijon
Eles se depararam com uma escadaria secreta que levou à descoberta de um túmulo de 400 anos e sarcófagos que datam do século 6!
divulgação/Christophe Fouquin/Inrap
As escavações revelaram caixões de madeira contendo restos mortais de adultos e crianças.
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Algumas delas estavam vestidas ou envoltas em mortalhas, com poucos objetos pessoais, como moedas e rosários.
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A restauração na igreja começou devido a danos causados por uma laje de aquecimento instalada na década de 1970.
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Essa instalação agravou problemas estruturais decorrentes do uso da igreja para armazenar sal nos séculos 18 e 19. O condimento impregnado no solo subiu aos pilares, rachando as fundações.
reprodução/@christophe_fouquin
Construída no século 12, a igreja possui uma rica história. Em 1923, por exemplo, foram encontrados vestígios de uma outra igreja ainda mais antiga.
wikimedia commons/François de Dijon
Além disso, no piso da igreja também foram descobertos sarcófagos do período merovíngio (481-751) e da transição entre a Antiguidade (4000 a.C. - 476 d. C.) e a Idade Média (476-1453).
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A igreja fica localizada em Dijon, capital da Borgonha, no leste da França. É uma cidade histórica, famosa por sua cultura e gastronomia.
wikimedia commons Christophe.Finot
Fundada na época romana, Dijon tornou-se um importante centro comercial e cultural durante a Idade Média, especialmente quando foi a capital do Ducado da Borgonha.
domínio público/wikimedia commons
Os duques de Borgonha desempenharam um papel fundamental na história europeia, patrocinando as artes e expandindo a influência da região.
domínio público
A cidade é famosa por sua arquitetura preservada, com edifícios que vão do estilo gótico ao renascentista.
wikimedia commons/François de Dijon
O centro histórico, conhecido como "secteur sauvegardé", é listado como Patrimônio Mundial da UNESCO como parte dos “Climats da Borgonha”, que representam a herança vinícola da região.
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Um dos pontos turísticos mais emblemáticos é o Palácio dos Duques de Borgonha, que abriga o Museu de Belas Artes, com uma vasta coleção de artefatos históricos e pinturas.
wikimedia commons cdelaitre
Dijon também é conhecida mundialmente pela sua gastronomia, especialmente pela mostarda de Dijon, um condimento que leva o nome da cidade e é famoso em outros lugares do mundo, inclusive o Brasil.
wikimedia commons Penarc
Além disso, a região é um paraíso para os amantes do vinho, já que está situada na entrada da rota dos vinhos da Borgonha.
Stefan Baumgartner por Pixabay
Por lá, se produzem alguns dos vinhos mais prestigiados do mundo, como o Pinot Noir e o Chardonnay.
Gustavo Aguilar por Pixabay
Outro destaque é o Mercado de Dijon, projetado por Gustave Eiffel, que oferece uma experiência autêntica da culinária local, com queijos, carnes, vinhos e outras iguarias.
reprodução/youtube
A cidade também realiza anualmente a Feira Internacional e Gastronômica, que atrai visitantes do mundo inteiro.
divulgação
Culturalmente, Dijon oferece uma farta programação com teatros, festivais e eventos, como o Festival Internacional de Cinema de Cortometragem e o Festival de Música Antiga.
wikimedia commons/François de Dijon
Em termos de mobilidade, Dijon está bem conectada com outras cidades sas e europeias, graças à sua localização estratégica e à linha de trens de alta velocidade (TGV).
wikimedia commons MartinD
A cidade encanta com suas casas com fachadas de madeira e a famosa trilha da Coruja (Parcours de la Chouette), que guia os visitantes pelos principais pontos turísticos.
reprodução/youtube
Série de objetos de ferro que datam de mais de 5.000 anos foram encontrados em Tamil Nadu
Departamento de Arqueologia/Tamil Nadu
Arqueólogos encontraram, em túneis ocultos de uma igreja católica, em Mitla, no México, o que eles chamaram de "agem para o submundo" da civilização Zapoteca, que viveu na região entre 700 a.C até o início do século 15
LBM1948/Wikimedia Commons
Segundo os pesquisadores do Projeto Lyobaa, foi usada uma tecnologia avançada, não invasiva, para escanear o solo e permitir a descoberta, que consistia em um complexo sistema de câmaras e túneis subterrâneos construídos há mais de mil anos pelos zapotecas
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"Lyobaa" significa "o lugar de descanso". Segundo relatos orais ados tradicionalmente de geração para geração no México, esses túneis ocultos eram considerados uma "porta de entrada para a terra dos mortos"
LBM1948/Wikimedia Commons
A base da construção zapoteca serviu, séculos depois, para a construção da igreja de São Paulo Apóstolo, já na era da dominação espanhola sobre o povo Asteca, entre 1519 e 1521
LBM1948/Wikimedia Commons
Através de um radar de penetração no solo, tomografia de resistividade elétrica e tomografia sísmica, um modelo virtual 3D foi desenvolvido pela equipe de pesquisadores nas ruínas subterrâneas
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Com as tecnologias, foi possível medir a reflexão de ondas eletromagnéticas e sísmicas quando am pelas camadas do subsolo e outros materiais enterrados. Isso revelou um grande buraco abaixo do altar principal e duas agens a ele conectadas, tudo a uma profundidade de 5 a 8 metros
Youtube/The ARX Project
Os mesmos métodos já ajudaram a encontrar outros sítios arqueológicos mesoamericanos, como anormalidades em Teotihuacán que também indicam entradas ao submundo das culturas pré-colombianas
Youtube/The ARX Project
Os túneis encontrados se conectam à cultra Zapoteca e seu conceito de submundo, confirmando os relatos coloniais que falam de rituais elaborados e cerimônias feitas em Mitla — justamente nos locais subterrâneos relacionados ao culto dos mortos e dos ancestrais
LBM1948/Wikimedia Commons
O complexo arquitetônico de Mitla, onde foi encontrada a estrutura relacionada ao submundo, fica a 44 km de Oaxaca, que foi o principal centro religioso da cultura pré-colombiana e ostenta, até hoje, mosaicos intrincados e bastante únicos
Comisión Mexicana de Filmaciones/Wikimedia Commons
Oaxaca é uma cidade importante no México e uma das principais na cultura do Dia dos Mortos, celebrado no país entre o fim de outubro e o início de novembro, e que é quando as pessoas vão aos cemitérios prestar homenagens aos seus parentes e também quando "as almas podem voltar do além para estar perto dos seus"
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Mas o Día de los muertos é muito mais do que um "Halloween" ou "Dia dos finados". Ele tem origem nos povos ancestrais, como os astecas e os maias, e, inicialmente, era celebrado em agosto
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A mudança para a comemoração atual provém da conquista espanhola, que, chocados com os rituais pagãos, mudaram para algo mais próximo do "Dia de todos os santos"
5chw4r7z/Wikimedia Commons
Na comemoração do Dia dos mortos, são feitas diversas homenagens, como os altares, as caveiras de açúcar, os esqueletos com roupas e adereços, as flores decorativas e a famosa "La Catrina" (A caveira de Catrina)
Lauricdd/Wikimedia Commons
O Día de los muertos foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2003. A celebração pode durar até sete dias, começando a festa por volta de 26 de outubro e indo até 3 de novembro
Juan Carlos Fonseca Mata/Wikimedia Commons
Apesar de a data ser comemorada em todo o país, ela é mais tradicional nos seguintes locais: Aguas Calientes, Cidade do México, Morelos, Oaxaca e Quintana Roo
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Conclusões
O estudo argumenta que diferentes grupos humanos, incluindo neandertais, pré-neandertais e Homo sapiens se envolveram em interações significativas. Essas trocas facilitaram a transmissão de conhecimento e levaram à homogeneização cultural gradual das populações.
A pesquisa ainda sugere que essas interações estimularam a complexidade social e as inovações comportamentais. Os costumes funerários formais começaram a aparecer há cerca de 110 mil anos em Israel pela primeira vez no mundo todo, provavelmente como resultado de interações sociais intensificadas.
As descobertas na Caverna Tinshemet, em Israel, oferecem uma análise das estruturas sociais, comportamentos simbólicos e vidas diárias dos primeiros grupos humanos. Elas revelam um período de profundas transformações demográficas e culturais, lançando nova luz sobre a complexa rede de interações que moldou o mundo dos nossos ancestrais.