
O Taguaparque se tornou um grande local de adoração na tarde de ontem. Fiéis de todas as partes do DF e entorno lotaram o local para pedir bênçãos no terceiro e último dia da festa de Pentecostes. O evento era uma enorme missa a céu aberto com a presença de fiéis e autoridades.
Há décadas Pentecostes movimenta Brasília. O evento é a comemoração de um acontecimento marcante da liturgia da Igreja Católica. Comemorado no dia 8 de junho após um percurso de três dias, a data comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus enquanto eles estavam em Jerusalém celebrando a Festa das Semanas.
A projeção da organização da festa é de que 1 milhão de pessoas aram por dia pelo espaço destinado ao evento no Taguaparque. Entre o público pessoas que chegaram cedo para pegar bons lugares, trouxeram a família e vieram de longe em busca de manifestar a própria gratidão e pedir bençãos. No final do evento, os fiéis levantam velas para, assim como os apóstolos, receberem a graça do Espírito Santo.
"Pentecostes em Brasília já virou tradição, pessoas de outras cidades vêm comemorar aqui", afirma o governador Ibaneis Rocha, que chegou ao evento pouco depois do início da missa principal. O chefe do Buriti comemorou o fato de que as festas religiosas estão movimentando o quadradinho, e mencionou que a festa do Divino Espírito Santo também foi um sucesso em Planaltina. "Este foi um final de semana muito especial", crava.
O governador aproveitou para exaltar o trabalho do padre Moacir Anastácio em comandar e desenvolver a festa ano após ano. "O padre Moacir tem se esforçado muito e tem encontrado o apoio de todos nós para que a festa seja realizada com o maior sucesso. A prova são três dias de comemoração em louvor e um domingo que fecha isso tudo com muita alegria", diz. "Aqui é onde grande parte da população se reúne", exalta.
Devoção
Mesmo com sol forte, uma multidão estava posicionada desde cedo para acompanhar a missa de encerramento de Pentecostes. A celebração estava marcada para as 16h, mas só começou às 16h30, e nada seria capaz de abalar a fé desses brasilienses que trouxeram cadeiras, cangas e comida para uma tarde de louvor. "Enfrentamos um grande trânsito e sol para estar aqui desde cedo", conta Marileide Alves, 49, coordenadora do CRAS de Águas Lindas. "Mas vale muito a pena, estávamos ansiosas para tudo que já vivemos. Aqui nós conseguimos alcançar a graça", complementa.
Marileide trouxe a amiga Eliane Ferreira, 55, funcionária da Secretaria de Obras da Região istrativa onde moram. As duas vieram de Águas Lindas em busca dessa graça que creem intensamente. "Para mim é um imenso prazer estar aqui recebendo bênçãos maravilhosas", pontua Eliane. Ela esteve distante do evento há anos e voltou a convite da amiga. "Eu senti falta. É sempre muito gratificante estar aqui", complementa.
"A gente sabe que vamos receber bençãos. Tudo aqui é muito gratificante para nós", afirma Maria Luiz de Souza, 67, aposentada. "Nós viemos agradecer a Deus por tudo que temos. Afinal, cada dia ensolarado e bonito é ele que nos proporciona", afirma Francilene Justino da Silva, 50, agente socioeducativa da Secretaria de Justiça, irmã de Maria.
Cada um que estava lá tinha os próprios motivos. O que importava era demonstrar fé, a devoção estava em se dedicar à festa, não necessariamente em estar presente nos três dias. "Já acompanhei muito os três dias, hoje já não consigo mais", conta Francisca Justino de Souza Silva, 78, aposentada. "O que me importa é estar aqui para agradecer a Deus por todas as maravilhas que ele trouxe para as nossas vidas. Quero sempre aumentar minha fé", diz a mãe de Maria e Francilene.
Agradecer às bênçãos foi o foco de Josilene Rodrigues , 40, dona de casa e cuidadora do filho Cauan Rodrigues, um menino de 11 anos paraplégico. "Venho todos anos, não importa o trânsito, o sol ou qualquer outra dificuldade. Estar aqui é um dever com Deus e com meu filho", diz Josilene, sentada na primeira fila em frente ao palco. Ela se recorda que os médicos falavam durante a gravidez que o filho não viveria ou que provavelmente nasceria anencéfalo. "Ele está aqui há 11 anos comigo, saudável", ressalta a mãe do menino alegre que estava gostando de toda a festa.
Saiba Mais