
Em uma cerimônia marcada por emoção, reconhecimento e memórias familiares, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) outorgou, nesta segunda-feira (26/5), o Título de Cidadão Honorário de Brasília ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Reynaldo Soares da Fonseca. Conhecido no meio jurídico como o "ministro da fraternidade", Fonseca foi homenageado pela trajetória profissional e pelos laços profundos com a capital federal.
A iniciativa foi do deputado distrital Ricardo Vale (PT) e do presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), que conduziu a sessão solene com entusiasmo e destacou a importância da homenagem. “Tenho muita alegria de poder homenagear o senhor e a sua família. Concedemos esse título por tudo o que o senhor fez a nossa cidade. De fato é uma justa homenagem”, declarou.
Reynaldo Soares da Fonseca, natural de São Luís (MA), soma mais de 30 anos de dedicação à magistratura. Em seu discurso, relembrou a chegada a Brasília em 1989 e a trajetória que consolidou sua identidade com a cidade. “Na verdade, é uma grande alegria receber essa honraria. Eu estou no Distrito Federal desde 1989, fui juiz de direito do DF e Territórios do Gama, em várias unidades. Depois, fui 23 anos juiz federal, sendo 20 em Brasília, como juiz e como membro do TRF da Primeira Região. Só posso atribuir isso à generosidade do povo de Brasília, da Câmara Distrital, que me concede o título de cidadão de Brasília. Eu já me sentia brasiliense há mais de três décadas e hoje tenho o reconhecimento formal dessa maravilhosa generosidade”, afirmou ao Correio.
“Brasília não é apenas a capital da república, para mim é lugar de enraizamento, de pertencimento, e de fé na construção coletiva da justiça. É nesta cidade que cresci como juiz, como professor, como cidadão e ser humano. Este título que recebo hoje consagra um laço que já era de alma e coração. É como diz o poeta do Cerrado, cronista lírico, Nicolas Behr: ‘Brasília não tem mar, tem ondas, ondas de calor, ondas de rádio, ondas de gente. Brasília é um livro aberto, que ninguém leu até o fim’. Agradeço, pois, a todos que fizeram parte desta caminhada”, relatou o ministro do STJ.
Ao lado do ministro, a esposa Luziana Fonseca também agradeceu pela homenagem, ressaltando a importância do momento. “No nome da nossa família, nós queremos agradecer a todos vocês presentes à nobre casa, que nos homenageou. Essa homenagem é mais familiar, mais amorosa e mais fraterna do que institucional”, ressaltou.
O deputado Ricardo Vale (PT), vice-presidente da CLDF, também celebrou a concessão da honraria. “A Câmara Legislativa tem essa prerrogativa de conceder títulos de cidadão honorário a pessoas que contribuem com a história do DF. O doutor Reynaldo é uma delas, uma pessoa muito humana, com grande respeito no Judiciário. Essa é uma homenagem a alguém ilustre, que contribuiu muito com nossa cidade e com o país”, declarou.
O primeiro vice-presidente do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), desembargador Roberval Belinati, também discursou em nome da instituição que foi o ponto de partida da carreira do homenageado. “O ministro é um grande juiz do nosso Tribunal, ou em primeiro lugar no concurso. Começou praticamente a carreira na magistratura do nosso tribunal. O currículo do ministro é um dos maiores do Brasil. É uma vida de dedicação ao direito. Isso é uma missão de Deus e ele a cumpre com excelência”, enfatizou o desembargador.
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Representando o STJ, o presidente da Corte, Herman Benjamin destacou a leveza e a espiritualidade do homenageado. “A impressão que fica quando encontramos o ministro Reynaldo é de alguém que traz paz em si e para distribuir. Essa é uma homenagem mais do que merecida. É uma das poucas pessoas que não precisa melhorar em nada, apenas continuar como é”, disse
Um dos momentos mais emocionantes da solenidade foi o discurso do filho do ministro, Leonardo Fonseca, que fez uma crônica afetiva da trajetória do pai e de sua relação com Brasília. “Hoje se consagra a integração de um homem devotado ao bem comum, à justiça e ao serviço público, com esta cidade e com este ente federativo. A chegada a Brasília representou mais do que uma simples mudança geográfica. Foi o marco de uma jornada de entrega incondicional ao sistema de justiça e da contribuição para uma sociedade mais fraterna”, pontuou o filho mais velho do ministro.
Leonardo recordou agens da infância vivida na capital, a mudança para o Maranhão em 1998, o retorno a Brasília e os marcos profissionais do pai, como a instalação da 22ª Vara Federal de Brasília, a convocação para o TRF1 e, finalmente, a nomeação para o STJ em 2015. “Foi um o decisivo para ele e para nós. Sabia do potencial do meu pai, mas jamais imaginei que ele chegaria neste nível tão cedo. Foi uma alegria para toda nossa família”, afirmou.
Ao final da solenidade, a trajetória do ministro foi celebrada não apenas como uma carreira de sucesso jurídico, mas como um exemplo de fraternidade, humanidade, fé e dedicação familiar.