Dia do Café

Brasilienses abraçam o hábito do café especial e cafeterias se multiplicam

O Brasil celebra neste sábado (24/5) o Dia Nacional do Café e do Barista. No DF, cafeterias marcam presença com seu charme

Barista há nove anos, Eric Santana ama a profissão -  (crédito: Bárbara Xavier// Correio Braziliense)
Barista há nove anos, Eric Santana ama a profissão - (crédito: Bárbara Xavier// Correio Braziliense)

Brasília acorda com cheiro de café. O que antes era visto apenas como combustível para começar o dia, agora é tratado com reverência: grãos selecionados, métodos variados de preparo, torrefação artesanal e histórias que atravessam plantações, xícaras e afetos. Neste sábado (24/5), Dia Nacional do Café e do Barista, a capital mostra que abraçou de vez a cultura do café especial.

Por curiosidade e um olhar atento à origem do que consome, cafeterias se multiplicam, eventos temáticos movimentam a economia e produtores locais ganham cada vez mais espaço nas prateleiras dos estabelecimentos da cidade.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo dos tipos especiais cresce em ritmo acelerado, impulsionado por um público exigente e cada vez mais interessado em conhecer a trajetória do grão. A entidade não dispõe de dados específicos sobre o DF, mas, no geral o consumo médio anual do grão chega em 307,5 mil sacas. O número representa, aproximadamente, 1,40% do consumo geral nacional.

Criatividade

O Betina Cat Café, na Asa Norte, traz uma proposta diferente na forma de consumir a bebida, e viver a experiência, oferecendo uma gatoterapia aos seus consumidores. A técnica tem o objetivo de melhorar a saúde e o bem-estar, tanto física como emocional, por meio do contato com gatos.

'Catpuccino' servido no Betina Café
"Catpuccino" servido no Betina Cat Café (foto: Bárbara Xavier/ Correio Braziliense)

O cardápio conta com uma variedade de especialidades, com nomes criativos, que foram idealizados pela proprietária, Mariana Brod. 

Eric Santana, barista responsável, expõe sua experiência vivida em nove anos de profissão: "Trabalhei um curto período como cumim, e tive a oportunidade de progredir na carreira, iniciando minha trajetória como barista, e não parei até hoje, amo proporcionar alegria aos amantes de café, porque é muito gratificante ver o sorriso das pessoas ao receber um xícara de café personalizada".

No Ernesto Café, a produção da bebida é feita com muitos cálculos, e um preparo diferenciado, para garantir um produto de qualidade. "Aqui, nós controlamos os grãos que chegam, a temperatura em que ficam, até mesmo os EPIs (equipamentos de proteção individual) que utilizamos no processo de torrefação", detalha Marcelo Ribeiro, mestre de torra. 

 21/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Ernesto Café
Café expresso, servido no Ernesto Café. (foto: Bruna Gaston CB/DA Press)

Desde 2021, o Ernesto Café faz a produção pessoal da torra do grão. "Temos o controle dos custos e da qualidade do produto que vamos oferecer, e isso é algo que valorizamos muito, pois nós somos os primeiros clientes", acrescenta Ribeiro.

Vocação

A história do Café Minelis começou de forma inesperada, quando Carlos Minel, economista paraibano aposentado trocou os números pela vida no campo. Em 2003, ao receber mudas de café de um amigo, que descobriu sua verdadeira vocação, onde a conexão foi imediata, e ele decidiu mergulhar na cafeicultura com dedicação, aprimorando cada etapa da produção. O resultado é o Café Minelis: premiado, reconhecido internacionalmente e símbolo da excelência do Cerrado brasiliense.

O Minelis Coffee Experience, projeto nascido em 2021, convida brasilienses a visitar a fazenda, conhecer o cultivo de perto e provar o café no local onde ele nasce. Um gesto simples, mas poderoso, que cria vínculos emocionais entre campo e cidade. Um lembrete de que por trás de cada xícara há uma história de dedicação, cuidado e raízes profundas no Cerrado. "O brasiliense está cada vez mais interessado na origem do que consome. Ou seja, procura saber sobre sustentabilidade e a qualidade, o que mostra um consumidor mais consciente, que quer saber de onde vem cada xícara", destaca Rodrigo Coutinho, sócio do Café Minelis.

Ana Carolina Nunes, 29 anos, trabalha como analista de TI, e assume o vício em café. Ela toma a bebida em qualquer horário, principalmente, em boas companhias para bater um papo. "Eu nunca negaria um café, é bem-vindo em qualquer momento", diz, brincando.

Ana Carolina Nunes, apaixonada por seu cafézinho, especialmente no trabalho.
Ana Carolina Nunes não dispensa um cafézinho, seja a hora que for (foto: Bárbara Xavier/CorreioBraziliense)

Ela classifica o seu tempo de tomar café como um momento de aconchego e se considera uma expert na bebida, pois já perdeu a conta de quantas cafeterias conheceu. "Com a minha rotina começando bem cedo, é quase obrigatório tomar o café antes de sair de casa. Eu preciso me policiar para não ultraar os cinco copos durante o dia, mas se fosse por mim, facilmente tomaria sete, oito sem nem reclamar."

*Estagiária sob a supervisão de Malcia Afonso

 

Barista

A pesquisa realizada pelo site 'Salario.com.br', mostra que o cargo de barista tem estado em baixa demanda nos últimos meses. "No comparativo entre os meses de abril de 2024 e março de 2025, tivemos uma queda de 8.7% nas contratações formais com carteira assinada em regime integral de trabalho", pontua o site.

postado em 24/05/2025 05:00
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