
O brasiliense tem saído de casa agasalhado, nos últimos dias, com a impressão de que as manhãs estão cada vez mais frias. Não é para menos. Embora a temperatura mínima registrada, nesta quarta-feira (14/5), tenha sido de 16°C, a sensação térmica, nas primeiras horas do dia, foi de 10,7°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esse fenômeno é explicado por ventos mais intensos, que sopraram de leste-sudeste com intensidade fraca a moderada, mas contribuíram para pessoas sentirem uma queda termal maior. E a previsão meteorológica é ter mínimas de 14°C nas próximas semanas.
"O que muda é a sensação, não a temperatura. Hoje (ontem), por exemplo, a mínima foi de 16,1°C, até mais alta que a de ontem (terça), que foi 15,8°C, mas os ventos mais intensos deixaram a percepção de frio mais forte", explicou o meteorologista Olívio Bahia, do Inmet. A sensação térmica, segundo ele, é uma medida estimada com base em temperatura, umidade e vento. "Não é um valor medido diretamente na pele, e sim calculado. É uma fórmula que leva em conta até fatores fisiológicos médios da população. Por isso, duas pessoas podem sentir o frio de forma diferente inclusive em um mesmo ambiente", completou.
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Previsão
De acordo com Bahia, apesar de a temperatura real não estar despencando, o clima mais ameno veio para ficar. "Estamos no outono, que é a transição entre o período chuvoso e quente para o seco e frio, que é o inverno. Então, é natural que as manhãs e madrugadas fiquem mais frias. Mesmo sem uma frente fria específica, esse clima é típico da época", explicou. Segundo o especialista, as temperaturas mínimas devem variar entre 14°C e 17°C, enquanto as máximas oscilam entre 24°C e 27°C.
Com o avanço do outono e a proximidade do inverno, outros fatores climáticos começam a surgir. "A umidade relativa do ar começa a cair e deve se manter baixa em alguns dias consecutivos, o que pode agravar problemas respiratórios", ressaltou o meteorologista. Ele recomendou cuidados redobrados, especialmente em eventos ao ar livre durante a noite, como as tradicionais festas juninas. "É importante se agasalhar porque o frio noturno pode potencializar quadros gripais e outras doenças respiratórias", alertou.
Bahia também chamou a atenção para riscos associados à seca que se aproxima. Além da saúde, ele enfatizou que o meio ambiente pode sofrer com incêndios florestais, potencializados pela vegetação mais seca. "Com o ar mais seco e a vegetação ressecada, o risco de incêndios cresce. A fumaça, além de prejudicar o meio ambiente, volta a impactar a saúde da população", disse.