
A tarde do segundo dia do 1º Congresso Latino-Americano da World Federation for Neurorehabilitation (WFNR), nesta quinta-feira (8/5) em Brasília, teve como destaque a palestra da neurologista e pesquisadora Dana Boering. Ela — que é secretária-geral da Federação Europeia de Neurorreabilitação — abordou o motivação dos pacientes que buscam recuperar funções neurológicas comprometidas. A especialista alemã defendeu a importância de pensar o tratamento além dos protocolos médicos tradicionais, incorporando elementos ambientais, emocionais e até musicais no processo de recuperação.
Para Boering, a motivação deve ser encarada como um estado natural do ser humano, e não como algo a ser instaurado artificialmente. Ela propôs que os profissionais repensem o ambiente hospitalar, criando espaços mais agradáveis e estimulantes. “Precisamos desenvolver equipamentos que interajam com o paciente, promover competições com outros pacientes ou parceiros virtuais, tornar o hospital um lugar ível, envolvente e emocionalmente positivo”, afirmou.
- Delegado detalha operação que endividou os cofres do GDF em R$ 47 milhões
- CLDF autoriza criação de nova diretoria no Metrô-DF
Durante sua apresentação, a pesquisadora destacou a importância do ambiente enriquecido na recuperação de pessoas com lesões cerebrais. Segundo ela, estudo recentes mostram que estímulos variados e significativos têm efeitos positivos no comportamento e na neuroplasticidade — capacidade do cérebro de realizar novas conexões. No entanto, alertou para a falta de padronização desses ambientes na prática clínica, o que dificulta a comparação de resultados entre centros de tratamento.
- Saidão de maio vai liberar 1.580 presos no Distrito Federal
- Motorista capota carro ao desviar de usuários de patinetes elétricos
A palestra também explorou o uso de tecnologias como realidade virtual e gamificação na reabilitação. "Essas ferramentas oferecem oportunidades para o paciente cooperar, competir e se envolver de forma mais ativa, especialmente quando há eventos inesperados que estimulam o cérebro", explicou. Segundo Boering, esses elementos aumentam o engajamento do paciente e podem potencializar os efeitos terapêuticos. Ela encerrou sua fala, destacando o papel da música no estímulo do sistema dopaminérgico, relacionado ao prazer e à motivação. “Ouvir música rítmica ativa áreas do cérebro ligadas à função motora, à fala e melhora a cognição”, explicou a neurologista.