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Terrenos baldios e pequenos lixões são escolhidos por 11,5%, e 9,5% pernoitam em matas ou no cerrado. </p> <p class="texto">A cena se repete com frequência: 69% disseram que iriam dormir na rua na noite da pesquisa. Apenas 21% dormiriam em algum serviço de acolhimento. A diferença de gênero é significativa — enquanto 35,2% das mulheres procuraram abrigo, entre os homens esse número cai para 18,9%.</p> <h3>Recorte regional</h3> <p class="texto">O levantamento detalhou também a distribuição territorial. O Plano Piloto continua liderando o número absoluto: 897 pessoas (25,4%). Mas o maior salto foi em Ceilândia, que ou de 370 pessoas em 2022 para 719 em 2025 — um aumento de 94,3%. 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Quase metade (46%) chegou a sair da situação de rua em algum momento, mas retornou, sendo que 33,4% voltaram nos últimos dois anos. </p> <p class="texto">A população de rua do DF não nasceu, majoritariamente, na capital. Cerca de 63% vieram de outros estados. Os principais motivos foram a busca por trabalho (42,9%), o acompanhamento de familiares (22,1%) e tratamento de saúde (7,3%). A pesquisa também identificou indivíduos originários de 17 países distintos, com destaque para a Venezuela, que concentra a maioria dos estrangeiros (60,3%, totalizando 38 pessoas). Em seguida, a Argentina aparece com 7,9% (5 pessoas), seguida por Colômbia e Irã, ambos com 4,7% de representatividade (3 pessoas cada).</p> <h3>Desigualdade</h3> <p class="texto">Para a professora Larissa Matos, do Ceub, o aumento da população em situação de rua no DF é reflexo direto da precarização das condições de vida, sobretudo entre os mais pobres. "O desemprego, a informalidade e o aumento do custo de vida, impulsionado pela inflação, empurram famílias para a rua. Ao mesmo tempo, a desigualdade social se acentua: temos uma das maiores rendas per capita do país, mas também uma das maiores concentrações de renda", ressaltou a doutora em pesquisa do comportamento e docente de serviço social. </p> <p class="texto">Larissa também chamou atenção para o alto índice de pessoas que retornam às ruas mesmo após terem sido acolhidas temporariamente. Para ela, isso revela a fragilidade das políticas públicas atuais, que muitas vezes são emergenciais, descontinuadas e não articuladas entre diferentes áreas como saúde, habitação e assistência social. 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Levantamento mostra que quase 3 6g5d5m 5 mil pessoas vivem nas ruas do DF
PESQUISA

Levantamento mostra que quase 3,5 mil pessoas vivem nas ruas do DF u652n

O 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) revela aumento de 19,8% em três anos. Plano Piloto e Ceilândia concentram o maior número de pessoas. GDF vai criar abrigo no Saan 5j4u6l

A capital do país viu crescer, nos últimos três anos, o número de pessoas vivendo em situação de rua. De acordo com o 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, conduzido pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), 3.521 pessoas foram identificadas nesta condição — um aumento de 19,8% em relação ao levantamento anterior, realizado em 2022, quando foram registradas 2.938 pessoas.

A maior parte dessa população está longe de representar apenas a imagem estereotipada de homens em praças públicas. O censo mostra um quadro mais complexo e diverso: embora 81,8% sejam homens, há mulheres (16,3%), pessoas intersexo (0,2%) e uma maioria esmagadora de pessoas negras — 80,7%, somando-se os que se declaram pretos (24,4%) e pardos (56,3%).

Diante do panorama, o Governo do Distrito Federal (GDF) reforçou o discurso de que atua com uma política pública multidisciplinar. Entre as novidades está a criação de espaços de pernoite com estrutura para acolher também animais de estimação. "Vamos inaugurar o primeiro pernoite com estrutura para os animais agora no Setor de Abastecimento e Armazenamento Norte (Saan). A pessoa poderá dormir e seu cachorro também terá abrigo, água e alimentação", explicou o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, ao lado da secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, e do diretor-presidente do IPEDF, Manoel Clementino. A previsão é de que o espaço seja aberto neste semestre.

Rocha destacou que a iniciativa é voltada para reverter o modelo anterior, baseado apenas na remoção das pessoas dos espaços públicos, sem oferecer alternativas reais de reinserção. "Antes, a política era só de retirada. A pessoa saía de um lugar e ia para outro, sem ter para onde ir. Hoje, queremos acolher e dar condições reais para que ela saia da situação de rua", disse. 

Apesar do crescimento geral, o número de crianças em situação de rua caiu 52,6% desde 2022, ando de 255 para 121. Ainda assim, 71,9% delas estão na faixa de até 11 anos. Há predominância de meninas entre os menores de idade, especialmente nas faixas mais jovens (até 11 anos). A maioria das crianças (72,5%) está nas ruas por acompanhar familiares ou amigos, e apenas uma minoria relatou causas como expulsão de casa ou perda da moradia (ambos com 3,9%).

Dos identificados, 76,1% estavam literalmente nas ruas — calçadas, marquises, praças, canteiros centrais e estacionamentos — um aumento expressivo comparado a 2022, quando representavam 65,2% do total. Outros 19,3% foram abordados enquanto estavam em serviços de acolhimento e 4,4%, em comunidades terapêuticas.

Essas mesmas ruas, segundo o IPEDF, são os locais de pernoite mais comuns para 71,2% dos entrevistados. Uma parcela significativa (30,3%) busca abrigo em paradas de ônibus e estações de metrô. Terrenos baldios e pequenos lixões são escolhidos por 11,5%, e 9,5% pernoitam em matas ou no cerrado. 

A cena se repete com frequência: 69% disseram que iriam dormir na rua na noite da pesquisa. Apenas 21% dormiriam em algum serviço de acolhimento. A diferença de gênero é significativa — enquanto 35,2% das mulheres procuraram abrigo, entre os homens esse número cai para 18,9%.

Recorte regional 2s2h1

O levantamento detalhou também a distribuição territorial. O Plano Piloto continua liderando o número absoluto: 897 pessoas (25,4%). Mas o maior salto foi em Ceilândia, que ou de 370 pessoas em 2022 para 719 em 2025 — um aumento de 94,3%. Taguatinga e São Sebastião, por outro lado, registraram quedas de 12,5% (saindo de 351 pessoas em situação de rua para 307) e  33,7% (uma redução de 385 para 255), respectivamente.

Em relação aos serviços de acolhimento no Distrito Federal, as regiões de Ceilândia, Taguatinga, São Sebastião, Planaltina, Águas Claras e Itapoã registram um número considerável de pessoas atendidas. Especificamente, Ceilândia acolhe 112 pessoas, Taguatinga 124, São Sebastião 193, Planaltina 41, Águas Claras 111 e Itapoã 100. Esses dados refletem a distribuição dos serviços de acolhimento e a busca por esses recursos por parte da população em situação de rua nessas regiões.

Fora de casa to4f

Outro dado que chama atenção é o tempo de permanência. Para 42,4% dos entrevistados, a rua já é realidade há pelo menos cinco anos — e 28,7% estão nessa condição há mais de uma década. Quase metade (46%) chegou a sair da situação de rua em algum momento, mas retornou, sendo que 33,4% voltaram nos últimos dois anos. 

A população de rua do DF não nasceu, majoritariamente, na capital. Cerca de 63% vieram de outros estados. Os principais motivos foram a busca por trabalho (42,9%), o acompanhamento de familiares (22,1%) e tratamento de saúde (7,3%). A pesquisa também identificou indivíduos originários de 17 países distintos, com destaque para a Venezuela, que concentra a maioria dos estrangeiros (60,3%, totalizando 38 pessoas). Em seguida, a Argentina aparece com 7,9% (5 pessoas), seguida por Colômbia e Irã, ambos com 4,7% de representatividade (3 pessoas cada).

Desigualdade 3j3z6o

Para a professora Larissa Matos, do Ceub, o aumento da população em situação de rua no DF é reflexo direto da precarização das condições de vida, sobretudo entre os mais pobres. "O desemprego, a informalidade e o aumento do custo de vida, impulsionado pela inflação, empurram famílias para a rua. Ao mesmo tempo, a desigualdade social se acentua: temos uma das maiores rendas per capita do país, mas também uma das maiores concentrações de renda", ressaltou a doutora em pesquisa do comportamento e docente de serviço social. 

Larissa também chamou atenção para o alto índice de pessoas que retornam às ruas mesmo após terem sido acolhidas temporariamente. Para ela, isso revela a fragilidade das políticas públicas atuais, que muitas vezes são emergenciais, descontinuadas e não articuladas entre diferentes áreas como saúde, habitação e assistência social. "O foco ainda está muito centrado na retirada imediata das ruas, sem promover inclusão produtiva, apoio psicológico e reconstrução de vínculos sociais", enfatizou.

Dignidade 6q4qu

A secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra, reforçou que a assistência social vai muito além do assistencialismo. Segundo ela, garantir dignidade é o ponto de partida para qualquer política voltada à população em situação de rua. "Não tem como colocar todas as mais de 3 mil pessoas na mesma caixa. Ali existem casos de saúde mental, abandono familiar, dependência química e tantas outras situações", afirmou. 

Entre as iniciativas que buscam a reintegração social, Ana Paula chamou atenção para o esforço da reconstrução de vínculos familiares. "Em 2024, concedemos 2.506 agens interestaduais para pessoas que queriam retornar ao convívio da família. Esse é um trabalho silencioso e incansável", disse. Ela também ressaltou a importância da criação de espaços de pernoite no Distrito Federal, inspirados na experiência durante a pandemia, quando a adesão a abrigos provisórios superou expectativas. "A ideia é que o pernoite seja uma porta de entrada para o acolhimento completo, onde a pessoa possa começar a reconstruir sua autonomia", completou.

Região istrativa - Quantidade - Proporção

Plano Piloto - 897 - 25,4%

Ceilândia - 719 - 20,4%

Taguatinga - 307 - 8,7%

São Sebastião - 255 - 7,2%

Planaltina - 142 - 4,03%


Autodeclaração de raça/cor

Parda: 56,3%

Preta: 24,4%

Branca: 14,5%

Indígena: 1,8%

Amarela: 1,3%


Distribuição por faixa etária

Até 11 anos: 2,1%

12 a 17 anos: 0,8%

18 a 30 anos: 20,1%

31 a 49 anos: 51,2%

50 a 59 anos: 15,5%

60 anos ou mais: 7,4%

 


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