
A família de Rubens Bonfim Leal, de 35 anos, colaborador do Correio, assassinado há quase sete anos, está aliviada com a conclusão do caso. O autor do crime foi identificado e preso. De acordo com uma fonte ouvida pelo Correio, o assassino é Pedro Alexandre Silva Lobo Boff, de 26 anos, catador de recicláveis, que confessou o homicídio. Na época, ele tinha 19 anos.
A reportagem conversou com familiares e amigos de Rubens. Francisca Ferreira Bonfim, 73 anos, mãe da vítima, comentou que, durante os sete anos desde que seu filho se foi, a maior angústia foi o fato de a família ficar suspeitando de outras pessoas. "Agora, com a descoberta e prisão do verdadeiro autor, é um grande alívio e conforto", afirmou. "Mas tem o lado ruim, pois a gente acaba revivendo tudo. Desde que soube da prisão, fiquei apática, parece que eu tinha voltado no tempo, lembrando que meu filho tinha saído de casa no sábado e, no dia seguinte, que era dia das mães, soube da morte dele", relembrou.
Emocionada, Francisca disse que a notícia de que tinham tirado a vida de seu filho a deixou sem chão. "A gente nunca está preparada. Só que a gente tem que ser forte. Mesmo com saudade, vou lembrando do Rubens com carinho e amor", ressaltou. "Uma das coisas que ele sempre dizia era que ele não queria morrer depois de mim, pois achava que não iria ar", recordou.
O primeiro a receber a notícia da prisão do criminoso foi João Rodrigues Bonfim Neto, 43, irmão da vítima. Segundo ele, o delegado não quis ar detalhes do depoimento, dizendo apenas que o autor confessou. "Acho que ele (delegado) não queria que a família revivesse o momento. Eu até desejaria saber o que aconteceu, mas sinto que o investigador me preservou, naquele momento", avaliou.
Sobre o sentimento em relação à prisão, Neto disse que é como um fechamento de ciclo. "Ficamos com a angústia de que o autor de um homicídio estava impune durante quase sete anos", desabafou. Com lágrimas nos olhos, Neto lembrou como era a convivência com o irmão. "Frequentamos a mesma igreja, durante muito tempo. Era uma pessoa alegre e muito inteligente", definiu. "É uma pena ele ter ido tão jovem, a gente sente muita falta do meu irmão. Por mais que ele sempre tenha dito que queria partir antes dos nossos pais, a gente nunca está preparado para perder alguém próximo", acrescentou.
Rubens era formado em letras/espanhol e nasceu em Fortaleza. Ele e a família vieram para Brasília em 1998. Ele era o mais novo de três irmãos.
Amizade
Monika Vidal, 44, falou ao Correio que Rubens era o seu melhor amigo. "A gente era como Bonnie e Clyde, Telma e Louise ou Batman e Robin. Nunca nos separávamos", comparou. "Um era a luz do outro. A gente adivinhava até os pensamentos, só no olhar", brincou Monika. Para ela, Rubens é sinônimo de amor genuíno. "Amor esse que ele deu gratuitamente, sem distinção. Nunca vou conseguir superar a falta que ele faz", lamentou.
Para Matheus Teles Carneiro, 39, Rubens não foi apenas um amigo. "O Rubens era uma luz que iluminava nossos dias com seu sorriso contagiante e sua generosidade", descreveu. Ele comentou que Rubens é padrinho de sua filha e, quando contou sobre a morte para ela, acabou sendo surpreendido. "Ela falou sobre um sonho em que Rubens a abraçou e se despediu dela. Aquela imagem, mesmo em meio à dor de sua morte, trouxe um pouco de conforto, como se ele estivesse nos dizendo que estava bem", afirmou.
Relembre o caso
Rubens foi encontrado morto na tarde de 13 de maio de 2018, em um quarto de motel, no Núcleo Bandeirante. Na ocasião, ele prestava serviço para o Correio como revisor. Durante esse tempo, a investigação continuou.
No dia em que foi morto, Rubens chegou ao motel acompanhado de um jovem, às 7h45. Depois de cometer o homicídio, o assassino tentou sair sem pagar a conta, mas foi impedido pelos funcionários do estabelecimento. Imagens das câmeras de segurança revelaram que ele pulou o muro. O crime só foi descoberto às 16h, quando encerrou o tempo de permanência na suíte.
Naquele dia, policiais militares do Grupo Tático Operacional (GTOP) 25 atenderam à ocorrência. À época, o cabo César Augusto Rocha informou que o assassino de Rubens usou um objeto cortante para matá-lo. Não havia nenhum documento com a vítima e ela foi identificada por meio da placa do carro.
Entre outras técnicas investigativas, a descoberta da identidade dele se deu por meio de um trabalho minucioso do Instituto de Identificação, que tinha fragmentos da digital da mão e do pé, além de material genético do então suspeito, encontrados na cena do crime. Aliado a isso, outros elementos ligavam o autor a Rubens.
Ao ser preso, em 26 de março, peritos colheram amostras de DNA, digitais das mãos e impressões dos pés de Pedro Alexandre Silva Lobo Boff. A comparação com as provas da época do homicídio confirmou a autoria. Ao ser ouvido, ele confessou o crime.
A motivação ainda não está clara, mas pode ter a ver com um desentendimento entre ele e a vítima. A polícia informou que não dará mais detalhes da operação que levou ao desfecho do caso porque o processo está em segredo de Justiça.
A prisão do assassino ocorreu em 26 de março, mas foi divulgada nesta quarta-feira (2/4) pela Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa da Polícia Civil (CHPP/PCDF). O autor do crime confessou o homicídio.
Saiba Mais
Relembre o caso
No dia em que foi morto, Rubens Bonfim chegou ao motel acompanhado de um jovem, às 7h45. Depois de cometer o homicídio, o assassino tentou sair sem pagar a conta, mas foi impedido pelos funcionários do estabelecimento. Imagens das câmeras de segurança revelaram que ele pulou o muro. O crime só foi descoberto às 16h, quando encerrou o tempo de permanência na suíte. O laudo da perícia aponto que a causa da kmorte foi esfaqueamento.
Naquele dia, policiais militares do Grupo Tático Operacional (GTOP) 25 atenderam à ocorrência. À época, o cabo César Augusto Rocha informou que o assassino de Rubens usou um objeto cortante para matá-lo. Não havia nenhum documento com a vítima e ela foi identificada por meio da placa do carro.
Entre outras técnicas investigativas, a descoberta da identidade dele se deu por meio de um trabalho minucioso do Instituto de Identificação, que tinha fragmentos da digital da mão e do pé, além de material genético do então suspeito, encontrados na cena do crime. Aliado a isso, outros elementos ligavam o autor a Rubens.
Ao ser preso, em 26 de março, peritos colheram amostras de DNA, digitais das mãos e impressões dos pés. A comparação com as provas da época do homicídio confirmou a autoria. Ao ser ouvido, ele confessou o crime.
A motivação ainda não está clara, mas pode ter a ver com um desentendimento entre ele e a vítima. A polícia informou que não dará mais detalhes da operação que levou ao desfecho do caso porque o processo está em segredo de Justiça.