"É chegada a hora do cumprimento da profecia", diz promotor sobre pedido de prisão de Adriana Villela
Marcelo Leite, promotor do Ministério Público do DF, declarou que a decisão tomada no julgamento desta terça-feira (11/3) dirá sobre a credibilidade da Justiça do Brasil. MPDFT pede a prisão imediata de Adriana Villela, acusada de ser a mandante do crime contra os próprios pais e a empregada da família, em 2009
O promotor declarou que a decisão tomada nesta terça-feira dirá sobre a credibilidade da Justiça brasileira - (crédito: Reprodução )
Durante a sustentação oral no plenário do Superio Tribunal de Justiça (STJ), o promotor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Marcelo Leite, reforçou a tese da acusação sobre o envolvimento de Adriana Villela na morte dos pais José Guilherme e Maria Villela e da empregada doméstica Francisca Nascimento, em 2009, no caso que ficou conhecido como Crime da 113 Sul.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou nesta terça-feira (11/3) julgamento de recurso especial de Adriana Villela, condenada a 61 anos de prisão pelo caso conhecido como 'crime da 113 Sul'
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No dia 28 de agosto de 2009, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, também advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada doméstica do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram mortos por 73 facadas
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O crime ocorreu dentro do apartamento da família, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, e os corpos foram encontrados em decomposição por parentes três dias depois, em 31 de agosto
não tem crédito
Cerca de um ano após as mortes, em 2010, a filha do casal, Adriana Villela, e o ex-porteiro do prédio onde ocorreram os assassinatos, Leonardo Campos Alves, que chegou a assumir o crime, foram presos
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Leonardo teria sido contratado por Adriana para cometer os assassinatos, pelos quais o pagamento teria sido realizado com dinheiro e joias
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O ex-porteiro disse a investigadores que teve ajuda do sobrinho, Paulo Santana, e de Francisco Mairlon Aguiar, que também confessaram participação em um primeiro momento, mas voltaram atrás e disseram que só haviam itido a culpa por terem sido torturados
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Segundo as investigações, no dia das mortes, Alves levou os comparsas até a residência na SQS 113 — onde se deu o ataque. Santana e Aguiar entraram no prédio com as indicações fornecidas pelo ex-porteiro e por Adriana Villela
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No apartamento, eles mataram as três pessoas com golpes de faca e, para simular um crime de latrocínio, teriam levado objetos de valor do local. Os três foram condenados a penas que, somadas, chegam a 177 anos de reclusão
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Para o Ministério Público, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais
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Em 2019, o caso foi levado a júri popular pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que, após mais de 100 horas em julgamento, decidiu pela condenação de Adriana como mandante de triplo homicídio, não como latrocínio
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O julgamento durou 10 dias e é o mais longo da história do DF. Foram ouvidas oito testemunhas de acusação e 16 a favor da acusada. O depoimento mais longo, que durou cerca de dez horas, foi o da delegada responsável por indiciar Adriana pelo triplo homicídio
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O recurso julgado pelo STJ nesta terça, enviado pela defesa de Adriana, questiona o veredito do Tribunal do Júri e alega, entre outros pontos, que só conseguiu o a algumas mídias com depoimentos de outros réus apontados como cúmplices quando o júri tinha sido iniciado
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Ré primária condenada em primeira instância, Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas atualmente encontra-se livre, devido a ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências, até que se esgotem as possibilidades de recursos
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Segundo o promotor, havia provas suficientes para análise dos jurados que participaram do julgamento à época. "Todos os jurados tiveram o ao suposto álibi de Adriana, aos vídeos dos depoimentos e à reconstituição que teve a participação do próprio Leonardo Campos (condenado como um dos executores do crime)", apontou o promotor.
Após ler a carta encontrada no computador da mãe de Adriana Villela, um dos artifícios considerado uma das provas principais de que Adriana foi a mandante do crime, o promotor declarou que havia, à época do julgamento, evidências claras, com base na escrita, de que Adriana era uma filha agressiva e completamente capaz de fazer o que foi feito.
Marcelo Leite terminou a sustentação oral dizendo que a decisão tomada pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (11/3), dirá sobre a credibilidade da Justiça do Brasil. "É chegada a hora do cumprimento da profecia", disse, referindo-se à prisão imediata de Adriana.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Iesb, é especializada na cobertura da área de segurança pública e pós-graduada em jornalismo investigativo. Integra a equipe do Correio desde 2018
Brasiliense nascida em 2003, jornalista formada pela Universidade Paulista e pós-graduanda em Jornalismo Investigativo. Como estagiária, atuou na produção do Repórter DF, antigo jornal local da TV Brasil, e na Revista do Correio. Atualmente, é repórter d